Mudanças nas grandes casas. Que diretores criativos brilham em novos palcos?

Nos últimos dois anos, o mercado da Moda tem assistido a grandes mudanças. Hedi Slimane deixa Celine depois de sete anos e Missoni recebe novo designer criativo.

Foto: Getty Images / Collage: Safiya Ayoob
09 de setembro de 2024 às 16:49 Safiya Ayoob

Na dinâmico indústria da Moda, as "passagens de pasta" são tão inevitáveis quanto as próprias tendências. E, nos últimos dois anos, testemunhámos uma dança de cadeiras entre os diretores criativos de algumas das mais prestigiadas marcas de luxo, dando origem a um excitante novo capítulo na história da Moda. A uma nova geração de mentes pensantes sobre aquilo que vestiremos no futuro.

Ora, à medida que cada designer deixa a sua marca num sítio, é inevitável que a sua partida crie um vácuo temporário de criatividade. Através de um processo meticuloso de seleção, as grandes casas garantem que o próximo diretor criativo seja capaz não só de calçar os sapatos de seu antecessor, mas também de injetar a sua própria visão e conjunto de valores na essência da marca, garantindo assim uma transição suave e excitante para a próxima coleção.

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Missoni: Alberto Caliri

Filippo Grazioli deixou o cargo de diretor criativo da marca italiana de malhas Missoni após apenas dois anos, sendo agora substituído pelo veterano da casa, Alberto Caliri. Caliri tem uma longa ligação com a Missoni, tendo ingressado na marca em 1998 e trabalhado de perto com Angela Missoni, filha dos fundadores, nas coleções de desfile. Em 2021, após a saída de Angela do cargo de diretora criativa, Caliri assumiu interinamente a função, apresentando duas coleções que receberam aclamação pela sua continuidade da estética Missoni. Posteriormente, passou a liderar a secção de artigos para a casa, sob a supervisão da co-fundadora Rosita Missoni, mantendo viva a essência da marca em diferentes vertentes. A sua nomeação traz uma sensação de regresso às origens, com um equilíbrio entre tradição e inovação.

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Celine: Michael Rider

Pouco depois do anúncio da LVMH, confirmando a saída de Hedi Slimane, que esteve à frente da Celine durante sete anos, foi revelado que Michael Rider será o seu sucessor. Rider, que traz no seu portfólio colaborações com grandes nomes como Balenciaga e Polo Ralph Lauren, enfrenta agora o desafio de preencher o espaço deixado por Slimane, cujo impacto na Celine foi tanto elogiado quanto controverso. Rider, conhecido pela sua abordagem contemporânea e meticulosa ao design, terá a difícil tarefa de equilibrar a modernidade com a herança da maison, algo que será acompanhado de perto pela indústria da Moda. O futuro da Celine promete uma nova era, onde a visão de Rider certamente trará frescura à marca, sem descurar o legado deixado pelos seus antecessores.

Givenchy: Sarah Burton

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Sarah Burton, antiga diretora criativa da Alexander McQueen, é a nova responsável pela Givenchy, após a saída de Matthew Williams, que se dedicará à sua própria marca. Burton fará a sua estreia na Givenchy com a coleção de outono/inverno 2025, prevista para março. Com uma carreira marcada por sucessos na McQueen, onde esteve durante 26 anos, 13 dos quais como diretora criativa, Burton traz uma nova visão para a Givenchy. Ao assumir esta nova fase, referiu-se à casa como "uma joia" e mostrou grande entusiasmo por poder dar continuidade à herança da marca, ao mesmo tempo que introduz a sua própria perspetiva artística e criativa.

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Tom Ford: Haider Ackermann

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Haider Ackermann, o designer colombiano-francês, é o novo nome por trás da direção criativa da Tom Ford, sucedendo a Peter Hawkings, que havia ocupado o cargo desde 2023. Ackermann, conhecido pelo seu estilo refinado e sofisticado, já tinha demonstrado o seu génio criativo em marcas como Berluti e recentemente com uma colaboração notável para Jean Paul Gaultier. A sua primeira coleção para Tom Ford será revelada em Paris, na temporada de Outono 2025. Este novo cargo marca o regresso de Ackermann à liderança de uma marca de luxo, reforçando a sua posição como um dos designers mais respeitados no mundo da moda.

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Valentino: Alessandro Michele

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Quando o talentoso Alessandro Michele deixou a Gucci em 2022, as expectativas estavam alturas para o seu próximo passo. E que movimento audacioso que fez ao assumir o papel de diretor criativo na casa de alta-costura Valentino. Enquanto isso, Pierpaolo Piccioli, uma figura de destaque na casa há mais de duas décadas, deixou um legado de elegância e inovação para trás.

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Gucci: Sabato de Sarno

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Com Alessandro Michele a olhar para novos horizontes, a Gucci encontrou um novo líder em Sabato de Sarno. Com 13 anos de experiência revitalizando a Valentino, de Sarno traz consigo uma riqueza de conhecimento e uma visão fresca para a marca que experimentou um renascimento sob a direção de Michele.

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Burberry: Daniel Lee

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A Burberry apostou em Daniel Lee, ex-diretor criativo da Bottega Veneta, para liderar o caminho após a partida de Riccardo Tisci. Com um histórico impressionante na Bottega, Lee está pronto para trazer a sua estética ousada e inovadora para a icónica casa britânica.

Foto: Getty Images

Bottega Veneta: Matthieu Blazy

Após a saída de Daniel Lee, Bottega encontrou o novo diretor criativo em Matthieu Blazy, um talentoso colaborador de Raf Simons. Com a missão de impulsionar o crescimento da marca, Blazy está determinado em deixar a sua marca no mundo da Moda de luxo.

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Foto: Getty Images

Louis Vuitton Homme: Pharrell Williams

Pharrell Williams, o multi-talentoso músico e designer americano, assumiu o papel de diretor criativo masculino na Louis Vuitton, sucedendo a Virgil Abloh, que faleceu precocemente em 2021. Com um estilo inconfundível e sua visão peculiar, Williams promete trazer uma energia fresca para a renomada casa de moda francesa.

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Alexander McQueen: Seán McGirr

Seán McGirr, o talentoso designer nascido em Dublin, assume o papel de mente efervescente na Alexander McQueen, após quase três décadas sob a liderança de Sarah Burton. Com a sua experiência e paixão pela moda, McGirr está pronto para levar a marca a novos patamares de criatividade e inovação.

Foto: @alexandermcqueen

Moschino: Adrian Appiolaza

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No meio da turbulência e da incerteza, a Moschino encontrou estabilidade com a nomeação de Adrian Appiolaza como diretor criativo. Com uma década de experiência como diretor de design feminino na renomada Loewe, Appiolaza traz consigo uma riqueza de conhecimento e uma sensibilidade especiais para a marca italiana. A nomeação vem como uma resposta trágica à morte súbita de Davide Renne, que foi contratado pela Moschino para suceder Jeremy Scott no ano passado. 

Foto: Getty Images

Num mundo onde a Moda é tanto arte quanto negócio, estes líderes visionários são os maestros que dão vida às coleções e definem o zeitgeist da moda contemporânea. Com as suas visões únicas e talentos excepcionais, continuam a inspirar-nos a repensar a estética do vestuário. Resumindo, o palco está montado para uma nova era de Moda, e estamos ansiosas para ver o que o futuro reserva.

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