Match made in heaven
O que acontece quando uma princesa da moda embarca numa parceria com a marca de sapatos que deixou editoras poderosas e estrelas de Hollywood a seus pés?

Descubra em seguida, numa conversa exclusiva, onde Olivia Palermo revela à Máxima os segredos de estilo, detalhes sobre o seu recente casamento e os pormenores da tão aguardada colaboração com a Aquazzura.
Feche os olhos e imagine que vai um mês para uma ilha isolada, mas onde há muitos eventos sociais, e só pode levar uma pequena mala. Que sapatos incluiria na bagagem? Umas práticas sabrinas? Umas elegantes sandálias? Botas altas que alongam as suas pernas? Difícil, não é? Felizmente, Olivia Palermo e a Aquazzura resolveram este fashionable quebra-cabeças por si, criando aquela que é a colaboração mais esperada da próxima estação, Aquazzura x Olivia Palermo.
AZUL-ÁGUA…. MAS TAMBÉM VERDE, VERMELHO E AMARELO!
É uma das marcas mais desejadas do mundo – calçada por estrelas como Kim Kardashian, Beyoncé e Solange Knowles ou Giovanna Battaglia – e um dos seus fundadores é português. Num salto de fé, Ricardo Figueiredo deixou uma carreira de sucesso em Portugal na área das relações-públicas de marcas de luxo, onde trabalhou com gigantes como Louis Vuitton, Gucci e Chopard, para há cerca de três anos mudar-se para Florença, onde a Aquazzura tem a sua sede, no Palazzo Buondelmonti. Um passo bem medido...Como surgiu a hipótese de criar esta marca? Depois de ter conhecido o criador Edgardo Osorio, em Paris, que na altura estava a trabalhar para Roberto Cavalli, achámos que havia um gap no mercado para uma nova marca de sapatos que fosse o oposto do que estava na altura no mercado. Eu não percebia de sapatos, mas percebia do mercado do luxo. Há cerca de quatro anos havia muitas plataformas, sapatos demasiado decorados e modelos com os quais as mulheres não conseguiam andar. Nós queríamos vender um conceito oposto, um retorno à simplicidade. Além disso, porque é que os modelos sofisticados e sexy tinham de ser desconfortáveis? Uma vez que a marca é italiana e os seus fundadores são um português e um colombiano, porque apostaram primeiro nos Estados Unidos?
Para que perceba o impacto desta sinergia, passemos às apresentações. Palermo é uma modelo, socialite nova-iorquina e consultora de moda que devido ao seu estilo impecável e a uma non grata participação no reality show The City, onde foi a vilã de serviço, conquistou o título de ícone internacional. Do outro lado, Aquazzura é uma marca de sapatos italiana fundada há cerca de três anos pelo talentoso criador colombiano Edgardo Osorio, que num tempo recorde já calçou as mulheres mais mediáticas e elegantes do mundo, sendo batizado pela imprensa especializada como “o novo Blahnik” ou “o autor dos sapatos da estação”.
Foi no closet pessoal da socialite, no seu apartamento em Manhattan, que Palermo e Osorio analisaram quais as tendências que mais se repetiam, partindo dessa informação para criar os seis modelos essenciais que completam este “kit de sobrevivência” da moda, que chegará em setembro a 15 lojas escolhidas a dedo à volta do mundo. “São peças que funcionam num guarda-roupa e na vida de uma mulher moderna”, justifica Osorio. Conte com sandálias cuja arquitetura engenhosa cria pernas intermináveis, práticos mas elegantes pumps em camurça ou piton, ou botins que poderá facilmente dress up ou dress down. E não nos podemos esquecer do ex-líbris da parceria, umas sandálias ornamentadas que coroam os seus pés, inspiradas num dos colares vintage de Olivia Palermo. Vai sentir-se uma rainha…
Como conheceu Edgardo Osorio, diretor criativo e fundador da Aquazzura?
Uma jornalista do meu site, que é uma boa amiga de ambos, apresentou- nos e tenho sido uma grande apoiante da marca desde a primeira coleção. Acabei por tornar-me amiga do Edgardo rapidamente e tudo aconteceu de uma forma muito natural e orgânica até ao momento em que pensámos: “Porque não fazer algo juntos?”
Qual foi o ponto de partida para esta parceria?
Não foi tanto procurar a mistura perfeita de cores e padrões... Queríamos descobrir os sapatos perfeitos para o guarda-roupa de todas as mulheres. Pensámos em modelos rasos, num botim onde aproveitámos o salto do modelo Sexy Thing, que já existe na coleção Aquazzura e que favorece muito todas as raparigas, pensei nas botas por cima do joelho que podem ser usadas com uma saia mais formal ou calções e uma sweatshirt...
Parece não ter qualquer problema em imaginar logo o “boneco” completo...Mantém a sua convicção de que os melhores amigos de uma mulher com estilo são os acessórios e um excelente alfaiate?
Boa pergunta! Acho que as proporções são muito importantes… Mesmo que se trate de uma blusa da Zara, basta um pequeno ajuste para fazer toda a diferença... Os acessórios são essenciais para tornar o seu look pessoal e intransmissível.
É interessante ter referido uma marca como a Zara. O que acha da atração desmedida que existe face às marcas de luxo? De que forma equilibra o caro e o barato no seu visual?
As mulheres da minha família, em especial a minha mãe e a minha tia, ensinaram-me desde cedo a visitar mercados e lojas vintage. Hoje já não o faço com tanta frequência, mas quando compro estou sempre atenta às peças únicas e especiais. O que é bom é bom e isso não depende do preço. Além disso, hoje o mundo da moda é tão rápido que há lugar para toda a gente, desde as marcas mais conceituadas às marcas mais acessíveis. Essa diversidade aplica-se também às tendências. Se azul for a cor da estação, não é obrigada a usar a cor em look total... Pode apenas usar brincos com apontamentos nessa tonalidade.
Já que falou na sua mãe e na sua tia, quais as memórias mais recuadas relacionadas com a moda?
Foi à medida que fui crescendo que comecei a apreciar o facto da minha mãe e da minha tia me terem levado desde pequena a feiras de antiguidades, leilões... Isso fez-me ter olho para o que é bom e para o que não é.
Mas tinham percursos ligados à moda?
A minha mãe era colecionadora de costume jewellery e a minha tia trabalhou durante 25 anos na leiloeira Doyle, tendo reunido ao longo dos anos muitas peças de alta-costura.
Deve ser fantástico poder ligar a qualquer hora e pedir coisas emprestadas…
[Risos] A minha mãe deu-me uma seleção ótima de peças e tem-me ajudado a que eu mesma faça a minha própria coleção!
Já lhe aconteceu olhar para uma fotografia sua antiga e pensar: “O que é que me passou pela cabeça naquele dia?”
Há um ou dois exemplos em que acho que nunca mais na vida irei telefonar ao designer, porque as proporções ou o corte não eram os certos, mas, no geral, não tenho esse problema.
Quão grande é o closet de alguém com o título de “mulher com mais estilo do mundo”?
Isso é algo que gosto de manter em privado, mas posso dizer que está muito bem organizado. E pode encontrar tudo o que precisa! [Risos]
Sente que de alguma forma é refém do tal título que lhe foi atribuído? Imagino que seja impensável para si sair à rua de fato de treino e chinelos…
Para ser sincera não tenho esse problema porque gosto genuinamente de me arranjar todos os dias. É uma coisa que faço desde muito nova, mesmo quando não estava sob escrutínio público.
Já sentiu na pele o lado mau da moda?
É uma bênção fazer parte desta indústria porque somos um grupo coeso, que se apoia. Claro que há dias maus no escritório, como em qualquer profissão, mas, no geral, não tenho qualquer queixa. Além de ser divertido, é um prazer trabalhar e aprender com pessoas talentosas como fotógrafos, editores…
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Podemos então dizer que está a viver o seu sonho?
Sim, tenho a sorte de fazer algo que amo e que também me possibilita retribuir à sociedade. De momento colaboro com o Masaai Project da Pikolinos, que permite a mulheres do Quénia ganharem o seu sustento através da moda. Isso deixa-me muito feliz.
Quando é que se apercebeu que o seu nome poderia tornar-se uma marca?
Não tenho bem a certeza! [Risos] Posso dizer que nos últimos sete anos, após terminar a universidade, a minha marca foi evoluindo, apesar de ter a consciência de que ainda há muito para fazer. No meu site falo das tendências e marcas de que realmente gosto, não falo só por falar, e tem sido tudo muito orgânico. Estamos neste momento a desenvolver e-commerce e continuo a fazer consultadoria. Tenho muito tempo, só tenho 28 anos!
Recentemente casou-se com o seu namorado de longa data, o modelo alemão Johannes Huebl. Como se sente com este novo estado civil?
Estamos muito felizes! Mesmo para uma perita em moda, é difícil escolher aquele que provavelmente é o vestido mais importante da sua vida? Não quero revelar muito sobre isso, mas posso dizer que foi uma cerimónia muito especial, com as nossas famílias, e iremos fazer uma festa grande para os nossos amigos ainda este ano. Mas foi um momento muito bonito e privado.
Li que no seu tempo livre gosta de jogar pingue-pongue e tomar café no hotel The Standard, em Nova Iorque. Confirma?
[Risos] Continuo a gostar de pingue-pongue, apesar de não jogar há algum tempo, e não tenho assim tantos momentos disponíveis para café. De qualquer forma, continuo a sugerir o Standard a qualquer pessoa que visite Nova Iorque! Hoje em dia, quando não estou ocupada, gosto de lidar com flores – sou uma verdadeira florista de trazer por casa –, faço Bikram Yoga e jogo ténis.
Alguma vez se arrepende de ter participado no programa de reality TV, The City?
Fiquei absolutamente descontente com a imagem que passaram de mim. No entanto, acho que qualquer experiência pela qual passamos nos ensina alguma coisa. A televisão fez-me perceber que o meu futuro é realmente a moda.
Depois de participar, teve de provar a dobrar que não era apenas uma cara bonita da televisão?
Trabalho muito na minha marca e no início é verdade que tive de fazer um esforço para provar que a realidade era bem diferente do que foi apresentado na televisão. Tive a sorte de no meio da moda as pessoas se apoiarem muito umas às outras. E as mulheres são muito respeitadas. A minha preocupação sempre foi ser uma boa modelo, até para as jovens que seguiam The City, mas penso que fui prejudicada pela forma como a série foi editada.
Já que um dos fundadores da Aquazzura é português, Ricardo Figueiredo, gostaria de visitar o nosso país?
O meu marido já o visitou algumas vezes em trabalhos de moda. Eu adorava fazer uma visita e está decididamente nos meus planos. Tenho de aproveitar ter um fantástico guia como o Ricardo!
