Schiaparelli conquista estatuto de alta-costura

Saiba tudo sobre a mais recente conquista da marca italiana.

06 de janeiro de 2017 às 12:23 Máxima

As parcerias entre casas de moda e artistas plásticos, como as da Louis Vuitton, que já nos habituou, com os seus acessórios, a transformação de obras de museu em roupa, como Raf Simons fez na sua primeira coleção de alta-costura da Dior, ou mesmo a utilização

do corpo quase como uma tela que os bordados vão envolvendo, como Sarah Burton fez em algumas propostas Alexander McQueen deste inverno, revelaram-se sucessos no seu tempo, mas não foram inéditos. Na verdade, estes exemplos remetem-nos para o legado de Schiaparelli e, quase em jeito de lição de história da moda, Susana Marques Pinto explica-nos: "Foram inúmeras as inovações introduzidas por esta muito extravagante, pioneira, carismática e moderna designer, no que diz respeito à sua postura e trabalho. Pelo facto de ela se relacionar com muitos artistas plásticos da época, entre os quais Salvador Dalí, Man Ray e Jean Cocteau, a roupa por ela concebida traduziu pela primeira vez muitas das correntes artísticas de então, principalmente o cubismo e o surrealismo (chapéu sapato, luvas com unhas, vestido lagosta, insetos gigantes bordados, sapatos com ‘cabelo’). Um dos seus objetivos ao desenhar roupa passou também por deixar de modelar o corpo, para criar efeitos surpresa, que as artes vanguardistas defendiam." Neste inverno, a transição da roupa de dormir para a rua e a utilização das camisolas de malha como território de exploração não se assumem como novidades, mas também contribuem para dar sinais de um fervilhar de influências dentro dos ateliês.

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Numa altura em que a exuberância está, literalmente, na moda, seja na riqueza das coleções ou na necessidade de "aparecer" que as redes sociais tanto aumentaram, impõe-se a criatividade. O verbo "postar" é dotado de velocidade e alcance como nenhum

outro, por isso voltamos ao jogo de forças opostas para referir que muitos criadores de moda exploram técnicas tradicionais com novas abordagens. Isto implica conhecer o trabalho dos artesãos, mas também os antigos arquivos de moda e estes já não estão apenas em cofres bem guardados. A tendência dos museus nos últimos anos para exibir exposições de moda eleva o estatuto do criador a artista, mas também a peça de vestuário a obra de arte e apresenta ambos a um público muito mais vasto que vai além da elite da indústria da moda. Depois de durante anos o legado Schiaparelli ter estado em livros e espólios de museu, em 2006 a casa renasce e em 2012, o mesmo ano em que o Costume Institute a põe "em diálogo" com Miuccia Prada com a exposição Impossible Conversations, a casa Schiaparelli ganha nova vida com o toque mágico de Farida Khelfa e recomeça a apresentar coleções de alta-costura, no calendário oficial de Paris.

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