Brit girl

 Aos 29 anos, a it girl tornou-se um ícone planetário de estilo. Modelo, DJ e animadora, a estrela britânica inspira a fashionesfera a cada aparição. Antes da saída do seu livro It, fez-nos algumas confidências, com muito humor à mistura.

Brit girl
18 de novembro de 2013 às 07:00 Máxima

Foi com ela que a expressão it girl reapareceu nos anos 2000. It girl? Sim, isso. Uma jovem moderna, socialite, com muito estilo e sempre muito copiada, presente em todas as primeiras filas dos desfiles como em todas as revistas. Nesta tribo de mestres de um reino geralmente tão efémero como o das tendências, Alexa Chung é considerada rainha indestronável já que é uma referência junto de toda uma geração de fashionistas.

Aos 29 anos, esta inglesa frenética, que é animadora de televisão, DJ e modelo (agência Next Paris), soube pôr o mundo da moda aos seus pés: os designers adoram-na, é a embaixadora de inúmeras marcas, e os British Fashion Awards atribuíram-lhe o seu muito cobiçado prémio British Style em três anos consecutivos… O que a distingue? Além dos olhos azuis de gato persa, do corpo esguio e do sorriso inebriante, Alexa Chung possui uma noção de estilo fora do comum que a coloca no mesmo patamar de uma Kate Moss: o de ícone!

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Os seus favoritos A minha conta Twitter preferida “A de Pharrell Williams. Sou fã!” A minha mais recente aquisição “Um vestido de baile dos anos 50 e um fato que encontrei numa loja vintage de Paris, de que não vou dizer o nome…” O meu refúgio para compras “Liberty, na Regent Street, em Londres, continua a ser para mim uma referência absoluta.” Os meus designers preferidos “Karl Lagerfeld, Valentino, Christopher Kane, Erdem, Carven… Tenho muitos!” Os meus endereços em Nova Iorque “The Diner (44 9th Avenue), para comer um hambúrger, o bar do hotel Delmano (82 Berry Street) em Brooklyn, para saborear um cocktail, e o karaoke Sing Sing (81 Avenue A), para acabar bem a noite.”

Todos os dias, os seus rigorosos looks são estudados à lupa e difundidos por todos os sites da Web e redes sociais do planeta, como se fossem uma lição de moda. A it girl transformou-se numa estrela mundial seguida por mais de um milhão de pessoas no Twitter. Consagração suprema: uma mala com o seu nome. A Mulberry inspirou-se no seu fascínio para criar um dos seus best-sellers, a Alexa.

Apesar desta popularidade, Alexa Chung manteve uma espontaneidade que arrasa tudo à sua passagem. A embaixadora das joias Agatha nada tem de jovem doce. Tem caráter, fala à velocidade da luz, faz caretas, pragueja como uma adolescente, exibe um humor britânico irresistível, não para quieta…Em suma, arrasa! A Brit girl acaba de assinar o seu primeiro livro: It, editado no início de setembro (Edições Particular Books). “Pela primeira vez na vida, estou aterrorizada”, confessa-nos. “Se eu, pelo menos, pudesse estar por trás de cada leitor para o prevenir: atenção, não é irrepreensível!” Esta jovem chique que também é uma miúda fixe não perde oportunidade de fazer asneiras. Conversámos com ela.

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É-lhe frequentemente atribuído o título de “rainha do preppy chic”. É assim que define o seu estilo?

Basicamente, vejo-me como um rapaz! Aliás, digo muitas vezes que tenho o cérebro de um adolescente.

No entanto, não é essa a imagem que passa com os seus vestidos curtos e as suas graciosas golas Claudine…

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Garanto-lhe que na minha atitude, na minha maneira de viver a vida, na minha forma de pensar, sou um rapaz falhado. Em termos de estilo, isso traduz-se pelo meu amor incondicional pelos sapatos rasos. Quebro sempre as roupas mais femininas com toques masculinos, mais casual.

Porquê brincar assim com os contrastes?

Eu não quero dar espetáculo! Não me agrada a ideia de atrair todos os olhares com uma roupa sexy ou com saltos vertiginosos. Isso deixa-me muito pouco à-vontade. Gosto mais que se detenham na minha personalidade do que nas minhas formas moldadas num fato XXS.

É modelo, animadora de televisão, designer da Madewell… Porquê todo esse frenesim?

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É uma sorte termos a hipótese de nos exprimirmos. Seria louca se não aproveitasse! E depois, uma parte do meu trabalho consiste em assistir a festas, cocktails, galas… Há pior, não?

Como é que teve a ideia deste livro?

Eu sou muito amiga da criadora inglesa Luella Bartley. Há algum tempo, ela publicou um livro que eu adorei: o Guia do estilo inglês de Luella. Verdadeira bíblia para conhecer e adotar todos os códigos do British touch. Nele, ela dá-nos todos os seus favoritos e endereços indispensáveis. Achei a ideia genial e disse para mim mesma que também eu poderia fazer uma obra daquele género.

O It é portanto um registo de conselhos pertinentes para se ser uma it girl?

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Não, de modo nenhum. Na realidade, este livro é uma porta aberta para o meu cérebro. Cuidado… isso pode meter medo! Nele, evoco todas as minhas obsessões, como o cinema, a música, a amizade, os cavalos… e o karaoke! Sou completamente fã.

E a moda no meio de tudo isso?

Também lá está, claro, mas eu não queria pôr-me na posição de professora de estilo. O estilo está ao alcance de todos: basta que a pessoa aprenda a conhecer-se e a aceitar-se.

Tem algum ícone que a inspire?

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Françoise Hardy. Nos anos 60, ela usava tudo o que na altura era mais tendência. Adoro o estilo dela, o chique casual, a forma como ela revisita os códigos do vestuário masculino mantendo-se feminina. Hoje, a Kate Moss também se impõe como ícone. O estilo é sobretudo uma questão de personalidade. A moda tem pouco a ver com isso.

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Convive com designers como Karl Lagerfeld, Alexander Wang ou ainda Stella McCartney… O que é que aprende contactando com eles?

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Muito. Nomeadamente, Phillip Lim ensinou-me a manter distância em relação à moda. Um dia, quando estava no estúdio dele para o entrevistar, estaquei perante uma sweatshirt da sua última coleção. O Phillip, gentilmente, ofereceu-ma. Fiquei literalmente histérica. E logo ele me recordou o essencial: “Acalma-te… é apenas uma sweatshirt!” Senti-me uma tola. Ele tem razão… A moda pode fazer com que fiquemos loucos. É preciso recuar e não esquecer que é apenas roupa.

Essa distância, essa cool attitude, que exibe em relação à moda, podemos vê-la em todas as entrevistas que a Alexa faz na televisão. Conseguiu até o impossível: pôr o rapper Snoop Dogg a cozinhar… Qual é o segredo da sua descontração?

Não passa de uma fachada. Ultimamente, entrevistei Raf Simons e não fui propriamente um modelo de calma! A minha amiga estilista Cynthia Rowley deu-me um conselho que tenho escrupulosamente aplicado: “Fake it till you make it.” Por outras palavras: “Faz como se…” Tornei-me especialista em disfarçar o stress… Acontece-me por vezes não me sentir à altura da inteligência do meu interlocutor, mas nem pensar em demonstrá-lo. Finjo controlar totalmente a situação… e resulta!

Como é que, todas as manhãs, elabora o seu look?

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Eu decido-me no duche, com o champô na cabeça! O desafio depois está em encontrar as peças que pensei vestir! É que o meu roupeiro é uma enorme desordem. Não está nada separado: Topshop ao pé de Chanel; o verão está misturado com o inverno… Não importa!

Qual é o seu tabu estilístico?

Recuso tudo o que está no espírito dos anos 80. Como é que se pode achar lisonjeiro para a silhueta todos os códigos de moda dessa década: ombros sobredimensionados, cores berrantes, cortes ingratos, materiais estranhos? Uma heresia.

Quais as suas peças-fetiches?

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Um par de Dr. Martens, uns calções de ganga, um perfecto e um vestido curto. Mas as camisolas em azul-marinho são a minha principal dependência de moda. Tenho uma grande coleção.

Que opinião tem sobre o estilo da mulher francesa?

À força de observar, penso ter finalmente percebido o mistério: a francesa veste-se em função da sua morfologia. Não procura seguir as tendências da moda a todo o custo. Parece uma coisa simples, mas é brilhante! Clémence Poésyen é o exemplo perfeito disso: tem o chique para estar sempre no melhor, sem ter esse ar…

Está a viver em Nova Iorque onde anima a emissão musical Fuse News na cadeia americana Fuse. Sente-se americana?

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Credo, não! Sinto-me mais inglesa do que nunca! Eu sou uma espécie de Mary Poppins que reivindica as suas origens sempre que pode… Corre o risco de maçar as pessoas que me são próximas repetindo-lhes as minhas intermináveis histórias!

Imaginemos que hoje à noite ia receber em sua casa… Quem convidaria?

Organizaria uma pyjama-party na minha casa de Londres. Usava o pijama de seda que desenhei para a Madewell. Exercitando os meus talentos de cozinheira, faria qualquer coisa vagamente parecida com frango assado. Convidaria Françoise Hardy, Marianne Faithfull, David Bailey, Woody Allen e as minhas amigas como a top model Agyness Deyn. Punha música kitsch. Seria assim a festa!

O género de festa que vai organizar no próximo mês de novembro para festejar os seus 30 anos?

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Ah, não. Para festejar os meus 30 anos, vou de certeza cantar num bar-karaoke, pedindo aos céus para que a próxima década seja tão rica como esta.

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2 de 6 / À esquerda, vestido corpete em cabedal e saia em tule, Dior. Pulseira Agatha.
3 de 6 / Camisa de homem aos quadrados, em algodão, Marc Jacobs. Saia de alças em cabedal, Chloé. Anel motivo pregos, Agatha. Botas em couro entrançado, Jason Wu.
4 de 6 / Corpete em rede bordada, Julien David. Anel motivo asa, Agatha.
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5 de 6 / Camisola Bambi em renda e neoprene, saia em renda com missangas e cinto em pele, tudo Givenchy by Riccardo Tisci. Colar, brincos e pulseiras em metal, tudo Agatha.
6 de 6 / Máxima
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