Sensuais e dominadoras
São autênticas mulheres de ação, armadas até aos dentes com fortes argumentos. Não é uma guerra de sexos. É antes a força do sexo fraco a liderar as operações.

São trunfos de alguns dos principais blockbusters do ano, ainda que também decisivas em grandes filmes independentes. Qual o segredo? Um irresistível toque de sensualidade num universo habitualmente dominado por homens.
Por detrás de um grande homem está sempre uma grande mulher, diz-se. Se calhar, bem vistas as coisas, elas sempre dominaram. Só que este ano promete ficar dominado por um elemento feminino. Eles que se cuidem, pois as regras foram alteradas. Até porque agora jogam com as mesmas armas. A que juntam muito sex appeal...
O que terão em comum Rooney Mara, Jennifer Lawrence, Rihanna, mas também Rita Durão, Scarlett Johansson ou Gina Carano? Se a beleza e o talento são inquestionáveis, confundem-se por subjugarem no ecrã o habitual domínio masculino. Hafsia Herzi, Kristen Stewart, Anne Hathaway, Charlize Theron, Noomi Rapace, Kelly Macdonald subscrevem ainda esta chamada de atenção.
No entanto, não é só à frente da câmara que se nota esta crescente afirmação do cinema no feminino. Também no papel de realizadora, Angelina Jolie passou a dar cartas, com o fortíssimo In The Land of Blood and Honey, o mesmo sucedendo com a bela atriz e realizadora libanesa Nadine Labaki a impor um lado mais pacífico do poder feminino em E Agora, Para Onde Vamos? Não deixa até de ser curioso vermos a portuguesa Rita Azevedo Gomes a dirigir as operações do muito adequado A Vingança de uma Mulher. Já Ami Caanan Mann mostra que aprendeu com o pai (o realizador e produtor Michael Mann) a dar o tom sombrio e forte ao policial robusto Texas Killing Fields. Uma chamada especial de atenção ainda à forma como a francesa Céline Sciama nos mostra uma fascinante maria-rapaz no delicioso Tomboy. Mas há mais, muito mais. Poderá até perguntar-se: estará o mundo em boas mãos? Pelo menos na parte que lhes toca, elas garantem que sim. Aqui ficam então diversos e variados exemplos de alguns dos rostos em filmes marcantes que já estrearam ou estão prestes a rebentar nas telas. Elas têm a palavra.
Rooney Mara, em Millennium 1 – Os Homens Que Não Gostavam de Mulheres
Sobrancelhas descoloradas, penteado sexy e ainda piercings na sobrancelha, nariz, lábio inferior e até nos mamilos, transformaram a simpática Rooney Mara na ameaçadora hacker Lisbeth Salander, que deu nas vistas na adaptação americana do primeiro filme da saga Millennium. Por isso, arrecadou a nomeação ao Óscar. Metódica e fria, foi a solução para deslindar o macabro enigma da obra inicial de Stieg Larsson. À Máxima confessou que não se sentiu nada desconfortável no papel desta poderosa mulher. Seguramente, uma personagem que em breve terá o prazer de retomar.
Jennifer Lawrence, Jogos da Fome
O desafio era arriscado: transformar o best-seller de Suzanne Collins, sobre grupos de adolescentes, algures num mundo próximo, forçados a combater até à morte num reality show, num bom filme. É aqui que Jennifer Lawrence faz a diferença. Qual amazona, empunhando com classe um arco e flecha para tentar salvar a irmã de um destino cruel. Apesar dos indícios de uma espécie de novela de ficção científica cruzada com um reality show, a verdade é que estes Jogos da Fome funcionam. Até porque é Jennifer que nos cativa sempre a atenção. Já é considerado o novo Matrix. Adivinham-se novos voos desta magnífica actriz.
Rita Durão, A Vingança de uma Mulher
É precisamente esta a vingança de uma mulher sobre o marido que matou o amante dela. Assim se relata esta peça de época que tem em Rita Durão o expoente feminino numa história de domínio masculino. Um ‘ataque à honra de um homem’ movido pela realizadora Rita Azevedo Gomes, em que uma mulher de posses abdica de uma vida de luxo para levar esse requinte para a vida de uma... prostituta. O filme é de época, teatral, mas com sentimentos e pulsões atualíssimas.
Rihanna, Battleship – Batalha Naval
Bastou a associação do nome de Rihanna para, de imediato, este filme de Peter Berg receber uma atenção redobrada. Neste colosso de efeitos especiais belicistas inspirado no popular Batalha Naval, a superestrela R&B dos Barbados trocou o microfone por uma metralhadora. Sim, é no papel de uma marine que Rihanna se estreia como atriz. E logo a braços com uma invasão alienígena ao largo de Pearl Harbour. Espera-se a libertação de níveis muito razoáveis de testosterona. Mas quando aparece no ecrã fixamos-lhe o perfil.
Scarlett Johansson – Os Vingadores
A bela Scarlett empresta a necessária dose de charme e sex appeal na reunião de super-heróis anunciada em Vingadores. Cabe-lhe o papel da Viúva Negra, o elemento feminino da pandilha constituída pelo incrível Hulk, o poderoso Thor, o Capitão América e o Homem de Ferro... Entretanto, vestirá em breve a pele de uma alien extremamente sedutora que se converte em predadora sexual nas montanhas escocesas, em Under the Skin. Em suma, ninguém resiste a Scarlett.
Hafsia Herzi, A Fonte das Mulheres
Revelada em O Segredo de um Cuscuz, a bela atriz francesa, que alia o exotismo da ascendência argelina e tunisina, teve um ano em grande. Depois de a termos visto recentemente no sensual Apollonide – Memórias de um Bordel, assume-se como um dos elementos femininos mais fortes de A Fonte das Mulheres. Aqui, numa aldeia perdida no Norte de África, promove uma greve de sexo aos maridos que não têm vontade de trabalhar. Bem feito.
(Estreia prevista: 10 de maio)
Gina Carano, Haywire
O nome de Gina Carano está condenado a aparecer ao lado dos mais notáveis. Porquê? É que Steven Soderbergh descobriu nesta atraente lutadora de Muay Thai e Mixed Martial Arts – o recorde de vitórias em combates é impressionante – uma heroína de filmes de ação. Ficámos espantados com a performance desta texana de 30 anos no divertido e fortíssimo Haywire. Impressionante a cena de inegável sedução com Michael Fassbender, mas que acaba em combate feroz... Cuidado com ela!
(Estreia prevista: 10 de maio)
Kristen Stewart e Charlize Theron, Branca de Neve e o Caçador
O mito de Branca de Neve é levado ao extremo gótico, quando a arrepiante e letal rainha Raveena, interpretada por Charlize Theron, deseja apoderar-se da alma de uma Branca de Neve com o rosto de Kristen Stewart. O que se segue é um verdadeiro choque de titãs, em que a inegável beleza rivaliza com a força mais brutal.
(Estreia prevista: 31 de maio)
Anne Hathaway, O Cavaleiro das Sombras Renasce
Catwoman: só por si, o nome evoca uma das mais célebres (e sedutoras!) super-heroínas. Sim, um jogo de sedução – de gata e rato? – na épica conclusão da trilogia que Chris Nolan dedicou a Batman. Desta feita, com o incontornável elemento feminino à medida do talento de Anne Hathaway. Espantosa e muito elegante de fato de cabedal justo, apenas contrastado com o vermelho do batom nos lábios. E ao volante da sensacional moto futurista, muito semelhante à que Christian Bale usara no filme anterior. A não perder!
(Estreia prevista: 2 de agosto)
Noomi Rapace, Prometheus
A atriz sueca que deu nas vistas no papel da já mítica Lisbeth Salander, ainda no Millennium original, protagoniza agora uma expedição que poderá explicar a origem da Humanidade, mas também a sua salvação. Nesta jornada, Noomi Rapace faz-nos lembrar o papel por que Sigourney Weaver ficou famosa no filme de Ridley Scott, Alien – O 8.º Passageiro. Aliás, nem será coincidência ser dirigida pelo mesmo realizador. Alguém duvida que é uma estrela em ascensão?
(Estreia prevista: 7 de junho)
Kelly Macdonald, na animação Indomável
Arrisca-se a ser a personagem feminina do ano. Pode ter “apenas” a voz de Kelly Macdonald (Margaret Schroeder, na série Boardwalk Empire) nesta nova animação dos estúdios Pixar, mas simboliza afinal o atrevimento, ambição e desejo de libertação comuns a muitas mulheres. E pelo que já nos foi dado a ver, Indomável promete ser mais um enorme sucesso do cinema de animação. E não só.
(Estreia prevista: 16 de agosto)
Jessica Biel e Kate Beckinsale, Desafio Total
Esta dupla é a aposta feminina para o remake do clássico de ficção científica de 1990, com Arnold Schwarzenegger. Sendo que desta vez é Colin Farrell quem assegura o protagonismo masculino. Enquanto Kate assume, no filme, o papel de mulher de Colin, Jessica será uma prostituta com ligações ao passado dele. Uma vez mais, uma película criada a partir da novela de Philip K. Dick, We Can Remember It for You Wholesale, sobre a realidade, memória e falsa memória.
(Estreia prevista: 30 de agosto)
Milla Jovovich, Re5ident Evil: Retribution
Não é novidade ver o nome de Milla Jovovich associado a filmes de ação em que assume o papel de autêntica guerreira. Quanto mais não seja porque nos lembramos logo da saga Resident Evil, em que ficou habituada a desembaraçar-se de zombies. Até porque não poderemos esquecer que continua a ser dirigida pelo marido, Paul W.S. Anderson, autor do primeiro filme, há precisamente 10 anos, já com Milla a bordo. Espera-se o costume: uma mulher de armas, preparada para tudo.
Naomi Harris e Bérénice Marlohe, Skyfall
É o novo Bond. Sim, e estas são as novas Bond girls. O que não é dizer pouco, dado o estatuto que reivindicam na mais longa franchise da história do cinema. Tanto a britânica Naomi como a francesa Bérénice prometem aquecer o ecrã (e os ânimos de Daniel Craig, o Bond de serviço) quando o filme estrear lá mais para o final do ano. Espera-se também muito da presença de Javier Bardem... Mas isso já é normal.
