"Pandorogate". Chiara Ferragni julgada por fraude
A empresária italiana é acusada de enganar consumidores ao associar campanhas de panetones e pandoros a causas solidárias. O processo pode redefinir as regras da publicidade digital em Itália – e marcar o fim da era da influência sem responsabilidade.
A imagem cintilante de Chiara Ferragni, durante anos sinónimo de sucesso digital e influência global, encontra-se agora profundamente marcada por uma das maiores polémicas da era das redes sociais: o chamado “Pandorogate”. O caso, que começou como uma simples campanha de Natal com panetones e pandoros solidários, evoluiu para um processo judicial de grande mediatismo, levantando questões sérias sobre ética, transparência e responsabilidade na economia da influência.
Tudo começou em 2022, quando Ferragni, em colaboração com a empresa italiana Balocco, lançou uma linha de doces natalícios – panetones e pandoros – supostamente associados a uma causa beneficente. A promessa era simples e apelativa: parte das receitas reverteria para um hospital infantil de Turim. No entanto, investigações subsequentes revelaram que as doações à instituição haviam sido feitas antes da campanha e que os valores efetivamente entregues eram substancialmente inferiores ao lucro obtido com as vendas. A iniciativa, que se apresentava como um gesto solidário, acabou por ser acusada de mascarar uma operação publicitária altamente lucrativa.
Em 2023, a Autoridade Italiana da Concorrência (AGCM) aplicou uma multa de mais de um milhão de euros à influenciadora, considerando que a comunicação associada à campanha configurava uma prática comercial enganosa. Ferragni defendeu-se, afirmando ter agido de boa-fé e alegando desconhecimento sobre os detalhes contratuais, mas a polémica já havia ultrapassado o domínio das redes e invadido o debate público italiano.
O caso não ficou por aí. No início de 2025, o Ministério Público de Milão formalizou uma acusação de fraude agravada, levando o processo a tribunal. A primeira audiência decorreu em setembro e, em novembro, Ferragni compareceu pela primeira vez perante o juiz, numa sessão acompanhada por uma multidão de jornalistas e curiosos. A acusação sustenta que a influenciadora terá obtido lucros indevidos de cerca de 2,2 milhões de euros, beneficiando de uma campanha que enganou consumidores ao fazer crer que as compras tinham um propósito solidário direto.
Os promotores pediram, a 25 de novembro, uma pena de um ano e oito meses de prisão. O veredicto é esperado para janeiro de 2026, mas independentemente do desfecho jurídico, as consequências sociais e reputacionais são já muito profundas. Ferragni, outrora símbolo do empreendedorismo digital e da emancipação feminina através das redes, vê-se agora transformada num caso de estudo sobre os limites da influência e o poder – e perigo – da imagem pública.
Perante a tempestade mediática, a empresária italiana procurou mitigar os danos, pagando mais de 3,4 milhões de euros em multas e doações voluntárias. Reorganizou a sua comunicação, distanciou-se de algumas parcerias e lançou mensagens de arrependimento, nas quais reconhece “erros de comunicação”, mas rejeita qualquer intenção fraudulenta. Ainda assim, o impacto sobre as suas marcas – e sobre a confiança dos seguidores – é inegável.
O caso teve também repercussões políticas. Em Itália, o escândalo inspirou a criação informalmente designada “Lei Ferragni”, que visa regular as campanhas publicitárias de influenciadores com grande audiência, impondo regras mais claras sobre transparência, patrocínios e alegações de solidariedade. É uma tentativa de adaptar o enquadramento legal a um mundo digital onde a fronteira entre publicidade, autenticidade e caridade se tornou perigosamente difusa.
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