OLIVIA WILDE Impressão forte
Olivia Wilde não deixa ninguém indiferente. Na série lt;emgt;Houselt;/emgt; ou no cinema em lt;emgt;Tron: Legacy lt;/emgt;conquistoult;emgt; lt;/emgt;fãs e elogios.

Olivia Wilde possui dos mais interessantes antecedentes em Hollywood. Nasceu na cidade de Nova Iorque, o pai é Andrew Cockburn, o famoso jornalista nascido na Grã-Bretanha, e a mãe, Leslie, é produtora do programa de informação 60 Minutes, da CBS. É parente distante de Evelyn Waugh e, em tempos, teve Christopher Hitchens como seu baby-sitter.
Destinada a ser diferente, casou aos 18 anos com um príncipe italiano, Tao Ruspoli, membro de uma das mais antigas famílias da aristocracia europeia, cujo pai, que era um playboy, inspirou Fellini a escrever La Dolce Vita.
Nos últimos cinco anos tem vindo a ser conhecida principalmente pelo seu papel de Thirteen, que faz parte do grupo de médicos atormentados por Hugh Laurie em House. A sua sexualidade latente levou-a a ser classificada pela revista Maxim como a miúda mais sexy de 2009, ao que se seguiu uma sensual sessão fotográfica de moda, semi-nua, para a GQ, realizada no ano passado.
Mais recentemente começou a aparecer no grande ecrã e a sua intensa interpretação em TRON: Legacy granjeou-lhe inúmeros admiradores.
Com o trabalho sempre a aumentar, o casamento de Olivia com Ruspoli começou, nestes últimos anos, a esmorecer, culminando num divórcio que deixou Olivia com um sentimento de instabilidade e desequilíbrio. Ela admite que foi “uma situação de impasse”, após oito anos a ser mimada pelo seu ex-príncipe-consorte.
O seu filme Cowboys e Aliens, com Harrison Ford e Daniel Craig como protagonistas, é um estranho western de ficção científica realizado por Jon Favreau (Homem de Ferro) e produzido por Steven Spielberg. O outro filme de grandes estúdios em que Olivia participou é The Change-Up, onde contracena com Ryan Reynolds e Jason Bateman.
Olivia cresceu numa família de pais fortemente intelectuais. Isso faz com que a sua necessidade de ser bem sucedida seja maior?
Eu sou muito exigente comigo própria. Tendo crescido numa família de artistas e escritores, tenho um passado muito privilegiado e considero-me afortunada por ter tido a oportunidade de seguir a minha paixão pela arte dramática. Ser actriz é o meu sonho desde criança e os meus pais foram sensíveis a essa minha ambição. Aos 18 anos deixaram-me ir para Los Angeles, em vez de ir para a universidade.
O círculo de artistas e intelectuais que frequentava a casa dos seus pais contribuiu para as suas ambições artísticas?
Estou certa de que isso foi um estímulo. Cresci com muita energia indomável à volta e a minha imaginação era incrivelmente fértil, e eu tinha muitas vezes dificuldade em a moderar. É como se eu existisse em muitos mundos simultaneamente. Não conseguia dormir à noite, porque, na minha cabeça, havia uma bobina a correr com vários filmes, várias histórias, várias personagens que eu encarnava na minha imaginação. Por isso, com toda esta energia nervosa e criativa, representar foi na minha infância algo muito terapêutico para mim. Muitas crianças manifestam a sua criatividade e o seu entusiasmo através de uma espécie de energia errática e muitos pais tendem a medicá-las, em vez de encontrarem uma forma para canalizar essa energia. Tive muita sorte por os meus pais me darem um enorme apoio na minha vontade de seguir esta carreira desde bastante nova. Encorajaram-me a ir para campos de férias artísticos e a participar nas peças de teatro da escola e isso colocou-me no caminho desta vida incrível que hoje possuo.
Conseguiu espreitar alguns dos jantares de Nova Iorque organizados pelos seus pais?
Oh sim, a toda a hora. Gatinhava por baixo da mesa de jantar e ouvia os meus pais a falar de política. Essas memórias não desaparecem. Convidavam grupos muito eclécticos de pessoas – por exemplo, o Mick Jagger e o Christopher Hitchens – para discussões muito animadas. Havia também bastantes políticos, mas não vou mencionar os nomes. O meu pai levava-me às gravações do Saturday Night Live como presente de aniversário e uma vez, tinha eu 13 anos, levou-me a uma festa de órgãos de comunicação social em Los Angeles, onde falei de política com o George Clooney. Este tipo de experiência fez-me ver facetas mais profundas das celebridades e fiquei impressionada pelo facto de muitas delas serem completamente indiferentes à fama e terem muitos outros interesses. Essa é uma das razões por que eu tentei, à minha maneira, envolver-me em causas [trabalhando no Haiti, antes e depois do devastador sismo de 2010].
Ultimamente tem trabalhado muito e, ao mesmo tempo, teve de lidar com o desmoronar do seu casamento. Como é que tem conseguido gerir tudo isso?
Não tem sido fácil mas, ao mesmo tempo, quando chega a altura de andar para a frente com a nossa vida, temos de encarar essa realidade. O nosso casamento era uma maravilhosa vida boémia e nós tentámos fazer com que resultasse. Mas já nenhum de nós era feliz. Assim, em vez de mantermos uma relação que não estava a resultar, achámos que chegara a altura de a terminar. Trabalháramos ambos tão arduamente nas nossas carreiras que as nossas vidas acabaram por tomar rumos diferentes. É triste, mas também me apercebi de como eu tinha mudado ao longo dos anos e de como nesta altura da minha vida talvez precisasse de ficar algum tempo sozinha e não ser limitada pela minha relação com o meu companheiro.
Nos últimos anos começou a ser conhecida como um ícone da moda. A moda é algo que sempre a interessou?
Desde miúda, sempre me expressei através da moda. Tinha um estilo muito ecléctico, mesmo quando tinha 10, 11 e 12 anos já nessa altura gostava muito de roupa vintage. Varria as prateleiras das lojas vintage à procura de coisas únicas e estranhas, sempre um pouco exageradas. Não me importava de dar nas vistas. Mas no liceu controlei um pouco os meus instintos de moda porque queria passar mais despercebida. Restringi a minha excentricidade natural e, quando tinha 20 e poucos anos, comecei a sentir aquele entusiasmo pela forma de nos expressarmos que pode vir do estilo.
Contracena com Ryan Reynolds e Jason Bateman numa comédia romântica chamada The Change-Up. O que nos pode dizer sobre este filme?
Eu interpreto a Sabrina, que trabalha como associada numa escritório de advogados onde trabalha também Dave [Ryan Reynolds]. Ela está lá há seis meses. É uma advogada muito ambiciosa e tem uma paixoneta pelo Dave. É aqui que tudo acontece, ele repara nela, mas ela é uma espécie de fruto proibido, até que ele troca de corpo. O Jason e o Ryan divertiram-se muito com a questão da troca de corpos, que já foi utilizada imensas vezes no cinema. Eles estão os dois no seu melhor e o Jason adora fazer de irresponsável e manhoso. Há também alguma nudez no filme, onde se pode ver o meu rabo e eu nem sabia exactamente onde estava a câmara durante a cena. Por isso foi de certa forma interessante! [Ri]
Muitos dos seus fãs ficaram contentes por ver a sua personagem Thirteen de regresso à série na última temporada…
Fiquei muito feliz por os produtores me terem deixado voltar depois de terem permitido que eu abandonasse a série para trabalhar em alguns projectos cinematográficos. Disse-lhes que queria voltar e trabalhar o mais que pudesse. Estou-lhes muito grata por terem composto a Thirteen com bastante complexidade, como por exemplo o facto de ter tido uma ligação amorosa com outra mulher e o facto de sofrer de uma doença incurável. Nada me teria dado mais prazer do que representar o papel de uma mulher muito atormentada! [Ri] Como muitos outros actores, tenho o meu lado sádico.
Como é que foi quando começou a trabalhar com o Hugh Laurie?
Eu estava aterrorizada nos primeiros dias em que estive com o Hugh no local das filmagens, porque ele tanto é capaz de ser encantador como intimidante. É um actor brilhante, mas é simultaneamente um homem muito educado e gentil. Durante as primeiras semanas em que participei na série, ele pedia ao realizador que filmasse uma outra cena ou que fizesse um intervalo para eu me sentir mais à-vontade e menos stressada. Isso é a prova de que o Hugh é um verdadeiro cavalheiro.
Esteve envolvida em actividades beneficentes no Haiti, antes e depois do terramoto. Fale-nos um pouco dos seus projectos quando lá esteve.
Estamos a gerir uma escola secundária lá e, já antes do terramoto, patrocinávamos a escola e passámos alguns filmes para as crianças. Estivemos lá duas semanas antes do sismo e, por acaso, passámos o filme Sozinho em Casa, que achávamos que iam detestar, porque aquelas crianças nem sequer sabem o que é neve e lá não se celebra verdadeiramente o Natal. A nossa equipa construiu um centro comunitário e uma sala de cinema, e temos membros da direcção que são pessoas muito empenhadas – Maria Bello é uma das actrizes que faz parte – no nosso grupo Artists for Peace and Justice. Fizemos também um documentário sobre o projecto da sala de cinema, chamado Sun City Picture House, e apresentámo-lo no Tribeca Film Festival em Abril. Espero que muita gente tenha oportunidade de o ver.
Como é começar a sair com novas pessoas outra vez?
É assustador! Estou a adaptar-me à ideia de sair com outros homens e a tentar perceber que tipo de relacionamento é que eu quero neste momento. A verdade é que estou mais interessada em tratar de mim por agora, por isso estou um pouco reticente em me apaixonar ou me envolver profundamente com alguém. Neste momento, no que respeita a romance, estou como que num limbo.
