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Celebridades

Fernanda Torres vive momento histórico nos Globos de Ouro

A atriz venceu o Globo de Ouro de Melhor Atriz em Filme de Drama pela sua interpretação marcante em "Ainda Estou Aqui", de Walter Salles, tornando-se a primeira brasileira a conquistar o prémio.

Foto: Getty Images
06 de janeiro de 2025 às 04:34 Safiya Ayoob

Na madrugada desta segunda-feira, a 82.ª edição dos Globos de Ouro trouxe um momento histórico para o cinema brasileiro: Fernanda Torres foi distinguida como Melhor Atriz em Filme de Drama pela sua interpretação arrebatadora em Ainda Estou Aqui, realizado por Walter Salles. Concorrendo com gigantes de Hollywood como Angelina Jolie, Nicole Kidman, Tilda Swinton, Kate Winslet e Pamela Anderson, Torres foi a única atriz de língua não-inglesa na categoria, um feito raro que realça ainda mais a importância desta conquista.

O filme, uma adaptação do livro autobiográfico de Marcelo Rubens Paiva, transporta-nos ao Brasil da ditadura militar, entre 1964 e 1985, e foca-se na história de Eunice Paiva, interpretada por Torres. Eunice, uma mulher comum e mãe de família, vê a sua vida virar do avesso quando o marido, Rubens Paiva, um político influente, é preso, torturado e morto pelo regime. A atuação de Torres dá vida à dor, à resiliência e à luta de Eunice para preservar a memória de seu marido e manter a família unida no meio do caos. Walter Salles conduz a narrativa com sensibilidade, criando um retrato comovente e universal sobre amor, perda e resistência.

Ao subir ao palco para receber o prémio, Fernanda Torres estava visivelmente emocionada. "Meu Deus, eu não preparei nada, estava feliz só por estar aqui", começou. Num discurso sincero e tocante, a atriz agradeceu ao realizador Walter Salles (com quem já tinha feito um filme em 1985, Terra Estrangeira), a quem chamou de "meu parceiro, meu amigo", e dedicou o galardão à sua mãe, Fernanda Montenegro. A lembrança não foi casual: Montenegro foi indicada ao mesmo prémio há 25 anos por Central do Brasil, mas foi agora, com Torres, que o Brasil levou para casa este troféu tão cobiçado. "Isso é uma prova de que a arte dura na vida, mesmo durante momentos difíceis", afirmou, referindo-se tanto à luta de Eunice Paiva quanto aos desafios que o mundo enfrenta hoje.

Com um vestido elegante do designer belga Olivier Theyskens, Fernanda Torres brilhou pela sua presença, como pela mensagem que o seu trabalho e o filme trazem ao público. Ainda Estou Aqui não é apenas uma obra cinematográfica; é uma revisitação necessária a um período sombrio da história brasileira e um tributo à força das mulheres que viveram sob a opressão da ditadura. Torres é também argumentista e escritora, tendo escrito os romances O Fim e Glória e seu Cortejo de Horrores, editados em Portugal pela Companhia das Letras. Quando veio, em 2018, lançar este último, a Máxima falou com ela.

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