Casa Real espanhola: a passagem de um legado

Após quase 40 anos de reinado, o Rei Juan Carlos I abdica do trono e passa o título para o filho, o Príncipe Felipe de Bourbon. Após considerações legais, o parlamento espanhol aprovou a lei orgânica efetiva que permitirá a abdicação do rei, em favor do seu filho que reinará com o nome de Felipe VI.

 

Em 1946, Franco reintroduzia uma dura monarquia no país sem, no entanto, indicar um rei. Só em 1969 nomeou Juan Carlos como seu sucessor na chefia do Estado. Até 1975, no ano em que morreu, o general Francisco Franco governava a Espanha neste regime ditatorial concedendo a Juan Carlos, representante da Casa Real de Espanha, um poder muito limitado. Após ser coroado rei da Espanha, Juan Carlos I apoiou a formação de partidos políticos e empenhou-se na democratização do país.

 

No seu discurso oficial de abdicação do trono, salientou a devoção ao país referindo que a sua única ambição foi sempre contribuir para o bem-estar e para o progresso da liberdade a todos os espanhóis, através do voto de confiança que deposita na geração mais jovem, com novas energias, e que considera como decidida a empreender com determinação as transformações e reformas que a conjuntura actual requer.

 

Casado com a Rainha Sofia da Grécia, proveniente da família dinamarquesa Schleswig-Holstein-Sonderburg-Glücksburg, o rei Juan Carlos refere-se à mulher como a sua grande companheira de generoso apoio, dizendo que este não lhe faltou nunca desde o dia 14 de Maio de 1962 em Atenas, o dia do seu casamento com a Rainha.

 

As três gerações da Casa Bourbon assumem agora um papel proeminente no futuro real de Espanha: Juan Carlos I e Sofia da Grécia passam o testemunho aos Príncipes Felipe e Letizia que com a Princesa Leonor, a herdeira do trono mais jovem da Europa.

É já no dia 18 de Junho de 2014 que Felipe VI será proclamado oficialmente rei de Espanha, onde os príncipes das Astúrias irão cumprimentar 2.000 convidados, um a um, durante a cerimónia.