8 mulheres contam os atos de self-care que as tornam mais bonitas
Surpresa: não envolvem máscaras faciais.

Estamos sempre a ouvir dizer que a beleza vem de dentro, mas não resistimos a acreditar no poder milagroso de um sérum ou na magia transformativa da maquilhagem. E sim, que nada a impeça de ter a sua prateleira recheada de cremes, mas antes de culpar a cosmética pelo seu pouco entusiasmo frente ao espelho. Aumente a reflexão e diminua a dose de retinol com uma pergunta que serve de bálsamo: o que fez por si hoje? Nos últimos anos, as marcas de Beleza foram-se apoderando do termo self-care, mas as melhores reviews deste "produto" não nos chegam de um carrinho de compras mas sim da boca de várias mulheres que foram aumentando o seu tempo de qualidade, tomaram decisões difíceis, aprenderam a ouvir o corpo e a mente e decidiram investir mais no seu interior. Neste Dia da Mulher mime-se com a sua máscara facial preferida, mas enquanto o faz pense connosco: qual o ato de amor próprio que já a fez sentir-se bonita? Naquele dia que se sentiu especial, foi por culpa do eyeliner ou de se ter despedido daquele relacionamento tóxico? Quando sai do ginásio a sentir-se mais poderosa é porque perdeu ali 5 kgs ou porque "perdeu" tempo a fazer algo por si própria?
"Não tem muito a ver com produtos ou algo cosmético, mas quando faço programas on my own. Por exemplo, ir a um workshop/museu/conferência (um momento dedicado à 'minha pessoa') que intelectualmente me deixa mais confiante, o que leva a um crescimento e sensação de beleza interior e me faz sentir mais bonita. Para mim sentir-me bonita é a forma como me sinto comigo mesma, incluindo o meu intelecto, confiança e crescimento pessoal." - Mariana, 25 anos

"O meu maior ato de self-care - e também o mais difícil - é permitir-me parar e descansar. Parece simples, mas foi uma luta perceber que fazer ronha numa manhã de sábado ou tirar uma tarde inteira de domingo só para ver filmes no sofá é das coisas mais simpáticas que posso fazer por mim própria. Outro ato de self-care, também recente, mas completamente life changing, é comer o que gosto quando me apetece. Ainda estou a tentar chegar ao equilíbrio perfeito entre satisfação e exagero, mas tem grandes efeitos no meu bem-estar! Terceiro: afastar-me de pessoas vampiras sociais e rodear-me de pessoas leves de quem realmente gosto e que não são uma obrigação. Tudo isto me faz sentir melhor pessoa, logo mais bonita." - Beatriz, 30 anos
"Parar de consumir álcool. Acredito que tenha sido o maior e mais radical ato de autocuidado que fiz por mim - além do mais eficiente. Me sinto mais bonita, bem-disposta e viva. Tomar a decisão de cortar o álcool da minha vida mostrou o quão verdadeiramente responsável por mim mesma eu posso ser. Porque não é fácil - é uma escolha que seguimos fazendo ao longo do tempo. Eu não tinha problemas com isso, era tudo muito gerenciável, o tal do 'beber socialmente'. Mas foi a partir da sobriedade que percebi os ganhos na minha saúde física e mental. Atos como skincare, boa alimentação, exercícios (ótimos pra nós, claro) também ganharam com isto e também foram resinificados: hoje vejo-os como aliados dentro de uma proposta muito maior, que é a de me amar puramente - sem disfarces, autoengano e/ou substâncias que me afastem de quem eu realmente sou." - Tamires, 30 anos
"Self-care não é só sobre ser bonita, mas fazer com que estejamos no nosso melhor por dentro e por fora. Arrumar o quarto ou fazer a cama de lavado são pequenos esforços que faço para melhorar o funcionamento geral da minha vida. O melhor sentimento é deitares-te numa cama a cheirar a lavado, e é self-care porque fui que eu lavei os lençóis, fui eu que os estendi, que os estiquei e isso. Quer dizer que estou a tirar tempo da minha vida para criar melhores experiências e ambientes de mim para mim." - Bárbara, 24 anos

"É um pouco clichê, mas o maior ato de self-care é permitir-me ir de férias sem sentimento de culpa para uma ilha onde há mar quentinho, sem rede no telemóvel. São as alturas em que me sinto mais bonita e mais sexy. Quando estou relaxada, sem trabalho, pele morena, sal no cabelo e descalça. É imediato." - Tânia, 38 anos
"De todas as coisas uma corrida ou caminhada ao sol é o que resulta melhor. Acho que é pelo efeito que tem na mente, a caminhada e a vitamina D do sol. Se for à beira mar ou na natureza, melhor. Eu acho que qualquer ritual de autocuidado é transformativo da nossa auto-imagem, mas aquela que resulta melhor são infusões longas de urtiga. Beber infusões de urtiga é mesmo bom para a pele, cabelo e unhas. Se todos os dias beberes uma infusão ou se fizeres uma massagem em frente ao espelho, vais logo sentir-te mais especial do que se não fizeres nada, apesar de no caso das infusões de urtiga existir mesmo uma transformação real, não de percepção. A urtiga é rica em vitaminas e minerais que nutrem o cabelo e a pele, logo ficas mais radiosa." - Diana, 39 anos
"Ter-me separado. Quando fiquei sozinha, renasci. Comecei a comprar roupa nova, tirei a carta de condução, fui viajar, sentia-me muito orgulhosa de mim e do que consegui fazer, de ter tido coragem. Senti-me livre e nunca me estive tão bem comigo mesma, tão bonita. Para mim estes dois sentimentos são inerentes. Quando me sentia mais triste pensava no meu percurso e sentia orgulho de ter conseguido tomar esta decisão. Comecei a fazer coisas sozinha que nunca tinha feito antes, sem precisar de um homem. Abrir uma garrafa de vinho ou acender um churrasco, pequenas coisas. Não ser dependente de alguém tornou-me muito mais poderosa." - Isabel, 64 anos

"Um dos maiores atos de self-care que já fiz foi despedir-me de trabalhos que não me faziam feliz. Sítios onde a minha criatividade não tinha espaço, ambientes que não valorizavam os trabalhadores, empresas sem projeção de carreira, chefes que maltratavam os empregados. De todas as vezes senti um medo enorme, uma angústia e tristeza, mas nada seria pior do que perspetivar um futuro ali. Não vindo de um lugar de privilégio, a vida tem-me mostrado que a sorte realmente protege os audazes e que dizer que 'não' a algo que sabemos que não nos acrescenta abre portas a outras oportunidades. Mudar de trabalho várias vezes abriu a minha mente, expandiu a minha área de atuação e conhecimentos, mostrou-me que não estou fechada numa caixa e que sou muito mais capaz do que algum dia imaginei. No fundo, mostrou-me que sabemos sempre o que é melhor para nós e isso oferece-te uma fonte de poder inesgotável, o que te torna infinitamente mais bonita. Querem provas? Sempre que penso nestes momentos vem-me à cabeça aquela cena no filme O Diário de Bridget Jones, em que Respect de Aretha Franklin acompanha Bridget a sair do escritório depois de dizer ao seu patrão/crush: "I'd rather work wiping Sadam Hussein's ass". - Maria, 35 anos

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Durante a sua preparação para o desfile de Luís Carvalho na ModaLisboa, a atriz conversou com a Máxima sobre Beleza e revelou os produtos indispensáveis que tem sempre na carteira.