5 produtos infalíveis para melhorar o aspeto do pescoço e do decote
O rosto não deveria ser a única zona a merecer atenção nas rotinas de beleza. Afinal, os sinais de idade também se manifestam nestas duas áreas extensas.
Os aromas da Hermès, já sabemos, são quase sempre dos mais especiais que encontramos nas prateleiras das melhores perfumarias. Num mundo onde tudo se multiplica até à náusea da banalidade, é refrescante observar uma marca clássica parisiense, das mais exigentes e sofisticadas, sempre impávida e serena no seu trono de grande qualidade do luxo intemporal e sempre alheia ao ruído e excitação do mercado. O que é, no mínimo, inspirador.
A Hermès não se verga aos gostos da maioria, uma postura rara na grande constelação da moda de hoje em que a regra é o mercado e apenas o mercado. De há uns anos para cá, os criadores de moda foram substituídos por diretores artísticos, trocou-se a criatividade pela popularidade e o conteúdo pelos números, a qualidade pela quantidade. Ou não vivêssemos na era das redes sociais soberanas e da obsessão pela celebridade. A Hermès pouco ou nada arreda pé do seu lugar de estilo superlativo, sem tempo ou limites. É corajoso e livre, valores que a genial nez da marca, Christine Nagel, quis encapsular neste aroma a que deu o nome de Barénia.
Depois de passar uma vida a pensar moda, objetos e aromas para mulheres muito sofisticadas, e que fazem questão de passar despercebidas no seu luxo silencioso, e para espaços particularmente distintos, a mirabolância da Hermès não para de surpreender com criações que bem podem tornar-se eternas. Este novo Barénia bem pode dar nas vistas, pela sua forte personalidade e sedução, o que também significa que talvez não seja consensual, o que é uma delícia: só quem não agrada a todos reinventa a magia. Metade da pinta é estar-se nas tintas, a outra metade é talento e visão.
Este perfume é para essas mulheres maravilhosamente híbridas, a que sempre chamaram de masculinas porque não aguentam a sua frontalidade, o seu não conformismo às normas e ao desconforto. Como diz, aliás, Christine Nagel: "A mulher Hermès é guiada pela criatividade, pelos seus instintos, os seus desvios nunca são passos em falso".
O seu nome, Barénia, provém de um cabedal vivido, o que chamam de heritage leather e é uma assinatura Hermès. Uma definição de sexiness, já que é incrivelmente fino e tem um toque muito macio. A marca associa-o instintivamente "às almas mais libertas e intrépidas", lá está, às mulheres mais selvagens, que se despem das convenções, uma metáfora de coragem e inevitabilidade para as personalidades instintivas.
Este é o primeiro chypre da diretora criativa da perfumaria Hermès, isto é, uma estrutura clássica que harmoniza o cítrico fresco e frutado da bergamota, o musgo de carvalho que cheira a terra e o labdanum, uma resina de esteva. Ou seja, quis encapsular uma conjugação de memórias olfativas que nos remetem para o Mediterrâneo e para a sua aura outra forma de sensualidade. Aqui, a nez pegou nesta ideia primordial e trabalhou denodadamente para construir um perfume que combina a delicadeza do lírio-borboleta, uma baga espantosa que descobriu numa viagem a África, com um lado perfumado surpreendente, e a madeira do carvalho, todos selados pelo lado mais emotivo que sempre trás um patchouli intenso.
O frasco de Barénia vai buscar referências a uma peça emblemática da marca, as coleiras para cães, produzidas em tempos muito idos, quando a Hermès era especializada em objetos em couro e ilustrativos do lifestyle que rodeia a cultura dos cavalos. Esse collier de chien deu nome a uma pulseira icónica, que se tornou num clássico Hermès, e foi repetida noutros objetos, acessórios, principalmente carteiras, por simbolizar a libertação feminina nos roaring twenties parisienses.
Estes, como sabemos, revolucionaram a maneira das mulheres se vestirem e foi o primeiro grito feminista visível no sistema: sem espartilhos, sem cintura definida, sem soutien. Até aí, as feministas eram "as malucas" das sufragistas, postas de parte pela sociedade em geral, mulheres incluídas, porque defendiam a ideia louca delas terem direito ao voto. E aqui estamos nós ainda a falar sobre o tema da equidade entre géneros, mas a reconhecer finalmente as "loucas" que mudam o rumo do mundo, todos os dias e em nome de todas.