Sinal de alerta
No mês do euromelanoma, em que começam também as corridas às praias, alertamos para a prevenção do cancro cutâneo. Reconheça os sinais de perigo e proteja-se do sol.

Antídoto natural para a depressão e para a ansiedade, o astro-rei é sazonalmente o centro das atenções, ainda que frequentemente noticiado pelas razões mais negativas. Não esquecendo que a exposição solar moderada promove a síntese de vitamina D, ativa a circulação sanguínea e estimula o sistema endócrino, entre muitos outros benefícios, são os seus malefícios que exigem atenção redobrada. No final de 2013, o célebre ator Hugh Jackman enfatizou a necessidade da proteção solar como método preventivo do cancro cutâneo, expondo ao mundo a recente remoção de um carcinoma no nariz. Nativo de um país soalheiro, o ator atribui parte da culpa à negligência em utilizar proteção solar quando era mais novo. Sendo Portugal um país igualmente abençoado pelo sol, parece óbvio que está na hora de levar a sério este exemplo, que no meio de tantos outros anónimos se destacou pelo mediatismo. Por ocasião do dia do euromelanoma, celebrado a 15 de maio, destacamos algumas iniciativas e damos informações úteis. Para colocar em prática todo o ano.
O que deve saber
- O melanoma pode surgir a partir de um sinal pré-existente: se este sofrer uma rápida alteração de tamanho, de forma ou de cor. Oito em cada dez melanomas não surgem de um sinal pré-existente, o que torna prioritário detetar o aparecimento de novas lesões pigmentadas.
- O método A,B,C,D,E contribui para a identificação de lesões suspeitas a olho nu: Assimetria, Bordo (contorno irregular), Cor (não homogénea, castanho-claro ou escuro), Diâmetro (6 mm), Evolução (aumento de tamanho, largura, cor ou espessura).
- É uma pessoa de risco se: tem a pele muito clara, sardas, olhos claros, cabelo louro ou ruivo; sofre queimaduras solares (escaldões) regularmente, não bronzeia ou bronzeia pouco; sofreu queimaduras solares graves ou esteve exposto a fortes intensidades solares durante a infância ou adolescência; tem antecedentes de melanoma ou outro cancro cutâneo na família; tem muitos sinais, grandes, de formas irregulares ou cor não homogénea.
Consultório
Vasco Sousa Coutinho, dermatologista no Hospital Cuf-Descobertas, esclarece algumas dúvidas.
Uma pessoa com tendência para ter sinais deve fazer um check-up com um especialista com que frequência?
Deve consultar um especialista que, em face do que observar, estabelecerá o ritmo das reobservações futuras e a necessidade, ou não, de exames auxiliares: mapeamento dos sinais, dermatoscopia digital, biópsia.
Quando é que nos devemos preocupar com o aparecimento de um novo sinal? Como é que podemos distinguir um sinal inofensivo de um potencial alerta?
Devemos preocupar-nos se tiver um crescimento rápido em superfície. Se tem dois milímetros quando damos por ele e três meses depois já tem cinco ou seis milímetros, deve ser observado por um dermatologista. Se, além disso, tem um contorno irregular ou uma cor não uniforme, mais urgente se torna essa consulta.
A incidência do melanoma tem uma tendência a aumentar apesar de a informação ser cada vez maior. Porque acha que isto acontece?
Vários fatores levaram ao aumento da incidência de melanoma. Aumentou o número de pessoas que faz férias na praia, nomeadamente em praias tropicais. As pessoas tendem a ‘rentabilizar’ esses períodos, sujeitando-se a grandes doses de radiação em curtos espaços de tempo. Em geral, confiam exclusivamente no filtro solar em detrimento de outras medidas de proteção mais importantes: roupa, sombra e não se expor nas horas em que o sol está mais alto. Muitas vezes usam incorretamente o filtro solar: optam por fatores de proteção baixos ou por fatores adequados mas em camadas tão finas que se tornam equivalentes aos mais baixos e não reaplicam com a frequência recomendada.
Muitas pessoas reduzem o filtro de proteção solar ao final do dia ou no final do verão, quando a pele está mais bronzeada. Deve ou não fazer-se esta alteração de FPS?
O factor de proteção deve ser mais elevado quando a pele é mais clara e quando o índice de radiação é mais elevado. Logicamente, seria legítimo usar fatores mais baixos quando a pele está mais escura ou quando a radiação é menor. No entanto, acho que se deve manter o fator de proteção adequado à nossa cor de pele original como prevenção do fotoenvelhecimento e dos cancros cutâneos não-melanoma.
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Protetores urbanos
Não é só no verão que devemos estar alerta aos efeitos nocivos da poluição, raios UVA/UVB, já que, apesar de menos visíveis, continuam a danificar a pele. Óculos de sol e chapéus são uma opção que completa o look, mas a proteção solar continua a ser indispensável no dia a dia. O dermatologista Vasco Sousa Coutinho afirma que “normalmente não é necessário o uso diário de filtro solar, já que o tempo de exposição no dia a dia de quem trabalha é curto. No entanto, as pessoas que trabalham ao ar livre ou que tenham pele e olhos claros e queiram retardar o fotoenvelhecimento devem usar FPS diariamente quando os índices de radiação UV são mais altos, ou seja, de abril a outubro. Pessoas com doenças fotossensíveis, como é o caso do lúpus, devem usar proteção sempre”.
- Site europeu do euromelanoma Uma campanha pan-europeia para prevenção do Cancro da Pele, cujo objetivo é dar informação ao público sobre a prevenção, diagnóstico precoce e tratamento deste tipo de cancro. www.euromelanoma.org/portugal/
- Site da Associação Portuguesa de Cancro Cutâneo Uma associação sem fins lucrativos que tem por objetivo o estudo, a prevenção e a terapia do cancro cutâneo. www.apcancrocutaneo.pt
- Site da Sociedade Portuguesa de Dermatologia e Venereologia (SPDV) Uma sociedade científica que, desde há cerca de 70 anos, se mantém ativa e empenhada em difundir os conhecimentos sobre as doenças da pele e venéreas. www.spdv.com.pt
La Roche-Posay
A constante procura de inovação na proteção solar tem sido uma grande preocupação para a La Roche-Posay, que, desde 1975, tem vindo a fortalecer a sua parceria com dermatologistas a nível mundial, desenvolvendo fórmulas ativas para ajudar a proteger a pele das agressões solares adversas diárias. Com Anthelios, a linha de proteção solar que junta os filtros UV às propriedades antioxidantes e apaziguantes da água termal, a eficácia e proteção mesmo nas peles mais sensíveis é garantida. Através do site My Skin Check, a marca sensibiliza na prevenção do cancro cutâneo, ajudando a detetar os sinais suspeitos e incentivando a consulta do dermatologista, o único especialista capaz de fazer um diagnóstico correto. Além disto, reuniu um painel de dermatologistas e oncologistas especializados no tratamento de cancro e nos problemas dermatológicos associados a estes tratamentos, o grupo ESKIMO (European Skin Management in Oncology). Este grupo propõe recomendações práticas de cuidados de pele e maquilhagem para doentes oncológicos.
Garnier
Internacionalmente, a Garnier Ambre Solaire associa-se à federação de ligas contra o cancro nacionais e regionais de 34 países-membros da União Europeia, a European Cancer Leagues (ECL). Esta parceria mantém-se desde 2006 e atua na prevenção e segurança dos cancros cutâneos com o objetivo de guiar o comportamento das pessoas quando expostas ao sol. Além disso, a Garnier vai estar este ano com uma ação massiva de sensibilização com a Liga Portuguesa Contra o Cancro, empenhando-se cada vez mais no sentido de educar o consumidor.
Avène
A Avène iniciou em 2013 uma parceria com o Professor Stockfketh, diretor do serviço de dermatologia do Hôpital de la Charité, em Berlim, que abrange toda a Europa.
Especialista há mais de 20 anos em cancro de pele, o Professor Stockfketh desenvolveu o projeto com dois intuitos: inovação e prevenção/educação. O projeto epidermeapoia apoia economicamente projetos de pesquisa e investigação do cancro cutâneo e ainda projetos de educação e prevenção nas escolas. Este ano, o projeto Eau Thermal Avéne 2014 estará em 300 turmas de 50 escolas em Portugal com o objetivo de promover hábitos saudáveis relativos à exposição solar.
Vichy
A parceria entre a Vichy e a Cruz Vermelha Portuguesa (CVP) surgiu há quase uma década. Enquanto marca do circuito farmacêutico, é de extrema importância para a Vichy mas também para a CVP, instituição humanitária de renome, alertar a sociedade para os crescentes perigos da exposição solar. Esse alerta é transversal tanto aos consumidores internos de ambas as partes (desde colaboradores a voluntários) como aos externos, nomeadamente crianças, jovens adolescentes e adultos. Esta consciencialização e incentivo à proteção solar são feitos de forma séria, mas ao mesmo tempo leve e divertida, sob a forma de materiais impactantes e didáticos, bem como de protetores solares que são distribuídos pelas mais de 150 delegações da CVP espalhadas por todo o país, envolvendo largas dezenas de voluntários. A proteção solar é também incentivada com a oferta de produtos.
