Ritual para renascer
Um dia de férias pode ser a altura certa para programar um miraculoso reset. A dieta e até o jejum fazem bem à saúde, à pele, à linha e à moral, com a condição de se respeitar as boas regras do food break. Nós explicamos como funciona.

Cansada de desintoxicações? Farta do “sem gordura, sem glúten” nos rótulos dos alimentos? Tire o curso de jejum, a nova forma de fazer penitência, ou simplesmente regresse às origens.
As 24 horas de mínimo“Nem pensar em iniciar um jejum de longa duração sem preparação e acompanhamento”, previne a Dr.ª Wilhelmi. E, evidentemente, sem beber líquidos abundantemente, quanto mais não seja para eliminar todas as toxinas. Em contrapartida, um dia (dois, no máximo), de tempos a tempos, nomeadamente na primavera e no outono, só pode fazer bem.
Desde sempre se procurou purificar a alma e o corpo e todas as culturas pregam, cada uma à sua maneira, a ascese alimentar. Os animais também têm os seus períodos de abstinência e até os automóveis precisam de ser regularmente esvaziados. A ciência começa a validar os benefícios das restrições calóricas e a privação alimentar com fins terapêuticos ou para aumentar a longevidade. A ideia não é nova e já foram efetuadas inúmeras experiências em todo o mundo, mas recentemente os trabalhos do gerontologista ítalo-americano Valter Longof fizeram correr muita tinta. Eles mostram que curtos períodos de jejum permitem lutar contra alguns cancros, aumentam a eficácia da quimioterapia e diminuem os seus efeitos secundários… em ratos. E, no caso da diabetes, as células sãs instalam-se em modo de manutenção e reparação, ao passo que, privadas de açúcares, de glútenes, de proteínas e de fatores de crescimento, as células cancerosas desaparecem. Embora contestados, estes estudos são suficientemente levados a sério para que estejam em curso ensaios no homem, nomeadamente no serviço de oncologia médica do Hospital Avicenne de Bobigny, perto de Paris.
A receita do body reset Estar em boa forma física e mental. Não o fazer como uma punição, mas como um presente que oferecemos a nós próprias. Escolher um dia off e transformá-lo num ritual de beleza e bem-estar, com massagens, banhos, máscaras, banhos turcos e relaxamento, meditação, yoga… Acordar naturalmente, beber um copo de água à temperatura ambiente (se possível desmineralizada). Ir andar uma ou duas horas (de preferência em espaços verdes) ou praticar uma atividade física leve. Ao meio-dia, um sumo de fruta da época (acabado de espremer ou de centrifugar). Sesta com uma compressa quente sobre o fígado. Passeio ou atividade física leve. À noite, um caldo de legumes (cenouras, alho-francês, nabos, cebolas, tomates, ervas aromáticas frescas…). Beber regularmente água ou tisanas (romã, tomilho, funcho, cardo mariano…). No dia seguinte, preparar refeições ligeiras, fáceis de digerirInfusões que podem ajudar: menta, hortelã, cavalinha.
Uma fome feliz
Estas notícias estão longe de espantar a Dr.ª Françoise Wilhelmi de Toledo*, que dirige as clínicas Buchinger de Überlingen (Alemanha) e de Marbella (Espanha), centros importantes do jejum terapêutico há sessenta anos. Para ela, três semanas de cura rejuvenesceriam o organismo de seis anos biológicos.
“Para não falar nos benefícios para o bem-estar e para a saúde”, relembra, “nomeadamente em doenças como o excesso de peso, a diabetes, a hipertensão, o colesterol, e nos processos inflamatórios crónicos (do tipo artrite, colite, fibromialgia, alergias), enfim todos os problemas psíquicos derivados do stress e do burn-out.” Faz bem não só ao corpo mas também à cabeça. Privado de alimentação, o cérebro segrega neurotransmissores energizantes e inibidores de fome. Quanto menos se come, menos vontade se tem de comer. Um fenómeno bem conhecido, infelizmente, das anoréticas.
Quanto ao efeito na pele, é espetacular, anuncia a Dr.ª Wilhelmi. Uma verdadeira cura de juventude. Mesmo o branco dos olhos é mais puro.
Quanto a fazer este novo regime da moda, há que ter calma! O jejum não tem nada de anódino. A acreditar nos grandes senhores da nutrição, entre os quais o Dr. Jean-Michel Cohen, esta prática pode até revelar-se perigosa. Quando mal enquadrada, podem ocorrer carências e outras repercussões mais negativas. Embora a experiência permita clarificar os pensamentos, libertar-se, aguçar os sentidos, pode também libertar uma série de emoções. Perguntem aos grandes místicos…
A pele na dieta
Também é necessário deixar descansar as células cutâneas. A poluição, o stress oxidativo, o tabaco, a junk food e os cosméticos deixam marcas, radicais livres, células mortas, proteínas e lípidos oxidados, fibras cansadas que alteram a tez e aceleram o envelhecimento. A pele possui um sistema de purificação, mas, sujeita a tantos desafios, a sua dream team de limpeza baixa os braços. As esfoliações ajudam, mas apenas à superfície. “O simples facto de jejuar tem um impacto positivo na pele, purificando o sangue”, confirma Isabelle Benoit, da Pesquisa do Institut Esthederm. Quando a célula dispõe de menos calorias vai ao essencial e elimina prioritariamente o que não lhe é útil, as toxinas, portanto. É o fenómeno de autofagia que se desencadeia nas 24 horas. Mas depois deste trabalho de depuração, a célula cutânea coloca-se em modo de economia de energia. Ora, ao contrário do que acontece com as outras células, ela não possui reservas e, sem combustível, funciona pior. Podemos, de vez em quando, saltar a aplicação do creme hidratante (e da maquilhagem) um dia, mas não mais do que isso. A seguir devemos sempre proporcionar nutrientes do exterior, hidratando-a, alimentando-a e protegendo-a.
Limpezas sazonais
Nas mudanças de estação podemos também ajudar a nossa pele a purificar-se e a revitalizar-se.
Leveza do corpo
Com uma ração de sobrevivência: como o Sérum Source E.V.E da Esthederm ou o Matricium da Bioderma, “líquidos amnióticos cosméticos” que contêm todos os elementos vitais necessários e suficientes para a autorregeneração cutânea. Utilizam-se à noite, em tratamento de três semanas (sem mais nada nos três primeiros dias).
Com um sérum de desintoxicação: que limpa, revitaliza, estimula a microcirculação e tonifica em profundidade.
O tratamento tem a duração de um mês, à noite, e que tem um efeito imediato no brilho e nos sinais de fadiga. Os profissionais: One Essential, Dior; Essence Sublimage, Chanel; Sérum Capital Lumière, Clarins; Botanical D-Tox, Sisley; Sleep-Recover, Filorga.
Com um tratamento stop chrono: que ajuda a pele a adaptar-se ao seu ambiente em tempo real, como Les Temps Essentiels, o trio maravilha assinado pela Chanel, que estimula o fenómeno da autofagia. O Jour protege e ilumina. O Nuit acalma e regenera. O Week-End reequilibra e põe os contadores a zero.
Com um dietista cutâneo: que elimina o excesso de gordura como o Sérum Poudré Ideal Controle de Carita, que limpa e impede o brilho.
