Um dia de férias pode ser a altura certa para programar um miraculoso reset. A dieta e até o jejum fazem bem à saúde, à pele, à linha e à moral, com a condição de se respeitar as boas regras do food break. Nós explicamos como funciona.
Ritual para renascer
05 de setembro de 2014 às 06:00 Máxima
Cansada de desintoxicações? Farta do “sem gordura, sem glúten” nos rótulos dos alimentos? Tire o curso de jejum, a nova forma de fazer penitência, ou simplesmente regresse às origens.
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As 24 horas de mínimo“Nem pensar em iniciar um jejum de longa duração sem preparação e acompanhamento”, previne a Dr.ª Wilhelmi. E, evidentemente, sem beber líquidos abundantemente, quanto mais não seja para eliminar todas as toxinas. Em contrapartida, um dia (dois, no máximo), de tempos a tempos, nomeadamente na primavera e no outono, só pode fazer bem.
Desde sempre se procurou purificar a alma e o corpo e todas as culturas pregam, cada uma à sua maneira, a ascese alimentar. Os animais também têm os seus períodos de abstinência e até os automóveis precisam de ser regularmente esvaziados. A ciência começa a validar os benefícios das restrições calóricas e a privação alimentar com fins terapêuticos ou para aumentar a longevidade. A ideia não é nova e já foram efetuadas inúmeras experiências em todo o mundo, mas recentemente os trabalhos do gerontologista ítalo-americano Valter Longof fizeram correr muita tinta. Eles mostram que curtos períodos de jejum permitem lutar contra alguns cancros, aumentam a eficácia da quimioterapia e diminuem os seus efeitos secundários… em ratos. E, no caso da diabetes, as células sãs instalam-se em modo de manutenção e reparação, ao passo que, privadas de açúcares, de glútenes, de proteínas e de fatores de crescimento, as células cancerosas desaparecem. Embora contestados, estes estudos são suficientemente levados a sério para que estejam em curso ensaios no homem, nomeadamente no serviço de oncologia médica do Hospital Avicenne de Bobigny, perto de Paris.
A receita do body reset Estar em boa forma física e mental. Não o fazer como uma punição, mas como um presente que oferecemos a nós próprias. Escolher um dia off e transformá-lo num ritual de beleza e bem-estar, com massagens, banhos, máscaras, banhos turcos e relaxamento, meditação, yoga… Acordar naturalmente, beber um copo de água à temperatura ambiente (se possível desmineralizada). Ir andaruma ou duas horas (de preferência em espaços verdes) ou praticar uma atividade física leve. Ao meio-dia, um sumo de fruta da época (acabado de espremer ou de centrifugar). Sesta com uma compressa quente sobre o fígado. Passeio ou atividade física leve. À noite, um caldo de legumes (cenouras, alho-francês, nabos, cebolas, tomates, ervas aromáticas frescas…). Beber regularmente água ou tisanas (romã, tomilho, funcho, cardo mariano…). No dia seguinte, preparar refeições ligeiras, fáceis de digerirInfusões que podem ajudar: menta, hortelã, cavalinha.
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Uma fome feliz
Estas notícias estão longe de espantar a Dr.ª Françoise Wilhelmi de Toledo*, que dirige as clínicas Buchinger de Überlingen (Alemanha) e de Marbella (Espanha), centros importantes do jejum terapêutico há sessenta anos. Para ela, três semanas de cura rejuvenesceriam o organismo de seis anos biológicos.
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“Para não falar nos benefícios para o bem-estar e para a saúde”, relembra, “nomeadamente em doenças como o excesso de peso, a diabetes, a hipertensão, o colesterol, e nos processos inflamatórios crónicos (do tipo artrite, colite, fibromialgia, alergias), enfim todos os problemas psíquicos derivados do stress e do burn-out.” Faz bem não só ao corpo mas também à cabeça. Privado de alimentação, o cérebro segrega neurotransmissores energizantes e inibidores de fome. Quanto menos se come, menos vontade se tem de comer. Um fenómeno bem conhecido, infelizmente, das anoréticas.
Quanto ao efeito na pele, é espetacular, anuncia a Dr.ª Wilhelmi. Uma verdadeira cura de juventude. Mesmo o branco dos olhos é mais puro.
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Quanto a fazer este novo regime da moda, há que ter calma! O jejum não tem nada de anódino. A acreditar nos grandes senhores da nutrição, entre os quais o Dr. Jean-Michel Cohen, esta prática pode até revelar-se perigosa. Quando mal enquadrada, podem ocorrer carências e outras repercussões mais negativas. Embora a experiência permita clarificar os pensamentos, libertar-se, aguçar os sentidos, pode também libertar uma série de emoções. Perguntem aos grandes místicos…
A pele na dieta
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Também é necessário deixar descansar as células cutâneas. A poluição, o stress oxidativo, o tabaco, a junk food e os cosméticos deixam marcas, radicais livres, células mortas, proteínas e lípidos oxidados, fibras cansadas que alteram a tez e aceleram o envelhecimento. A pele possui um sistema de purificação, mas, sujeita a tantos desafios, a sua dream team de limpeza baixa os braços. As esfoliações ajudam, mas apenas à superfície. “O simples facto de jejuar tem um impacto positivo na pele, purificando o sangue”, confirma Isabelle Benoit, da Pesquisa do Institut Esthederm. Quando a célula dispõe de menos calorias vai ao essencial e elimina prioritariamente o que não lhe é útil, as toxinas, portanto. É o fenómeno de autofagia que se desencadeia nas 24 horas. Mas depois deste trabalho de depuração, a célula cutânea coloca-se em modo de economia de energia. Ora, ao contrário do que acontece com as outras células, ela não possui reservas e, sem combustível, funciona pior. Podemos, de vez em quando, saltar a aplicação do creme hidratante (e da maquilhagem) um dia, mas não mais do que isso. A seguir devemos sempre proporcionar nutrientes do exterior, hidratando-a, alimentando-a e protegendo-a.
Limpezas sazonais
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Nas mudanças de estação podemos também ajudar a nossa pele a purificar-se e a revitalizar-se.
Leveza do corpo
Um programa especialmente preparado pela Clarins para Miraval, o grande centro de bem-estar coqueluche das estrelas, no coração do deserto do Arizona. Aqui, os cuidados do corpo têm como objetivo quer o relaxamento quer a desintoxicação, numa sólida experiência de massagem e das virtudes das plantas. Uma esfoliação com creme de bambu biológico, envolvimento em argila branca ou verde, massagens do couro cabeludo, modelagem do corpo com óleos de manjericão, de gerânio ou pedras quentes sob a forma dos tratamentos Mountain Berry Clay Renewal Ritual, Botanical Mud Wrap ou Bamboo Body Smoother. Há que experimentar!
Com uma ração de sobrevivência: como o Sérum Source E.V.E da Esthederm ou o Matricium da Bioderma, “líquidos amnióticos cosméticos” que contêm todos os elementos vitais necessários e suficientes para a autorregeneração cutânea. Utilizam-se à noite, em tratamento de três semanas (sem mais nada nos três primeiros dias).
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Com um sérum de desintoxicação: que limpa, revitaliza, estimula a microcirculação e tonifica em profundidade.
O tratamento tem a duração de um mês, à noite, e que tem um efeito imediato no brilho e nos sinais de fadiga. Os profissionais: One Essential, Dior; Essence Sublimage, Chanel; Sérum Capital Lumière, Clarins; Botanical D-Tox, Sisley; Sleep-Recover, Filorga.
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Com um tratamento stop chrono: que ajuda a pele a adaptar-se ao seu ambiente em tempo real, como Les Temps Essentiels, o trio maravilha assinado pela Chanel, que estimula o fenómeno da autofagia. O Jour protege e ilumina. O Nuit acalma e regenera. O Week-End reequilibra e põe os contadores a zero.
Com um dietista cutâneo: que elimina o excesso de gordura como o Sérum Poudré Ideal Controle de Carita, que limpa e impede o brilho.