Truques para dar festas bem-sucedidas
Dos grandiosos tempos dos Rothschild e dos Vanderbilt às after parties dos Óscares e até às nossas casas. Depende das bolsas… e da ambição. Se pensa replicar o Black and White Ball dado por Truman Capote, em 1966, siga estas pistas.

Muitos anos depois, continuamos a recuperar os relatos e as fotografias publicados em dezenas de artigos na Vanity Fair e no The New York Times em busca daquele l’air du temps. Será possível igualar semelhante soirée? Provavelmente, não. Mas há certos pormenores que podem transformar qualquer festa a uma segunda-feira à noite num evento inesquecível: a iluminação, o local, o tema, o menu, a música e o dress code têm de estar no ponto. A lista de convidados, essa, tem de ser perfeita.

Já os 30 anos de Bianca Jagger no Studio 54, organizados por Halston, em 1977, foram a combinação perfeita de decadência e de glamour, com a ex-mulher de Mick Jagger a irromper pela memorável discoteca nova-iorquina montada num cavalo branco, qual Lady Godiva do século XX, restando o nu para o homem pintado de dourado que guiava o equídeo pela sala. Os jantares intimistas em casa do designer de moda Azzedine Alaïa, que juntavam o seu núcleo duro de amigos, tornaram-se um dos pontos altos da Semana de Moda de Paris.
Mais recentemente, em 2010, o 90.º aniversário da Vogue Paris foi uma das noites mais inesquecíveis do século XXI - um Masquerade Ball inspirado no filme De Olhos Bem Fechados, de Stanley Kubrick. Em Portugal, lembramos as inesquecíveis festas dadas, em 1969, por Antenor Patiño, por Pierre e Maria da Conceição Schlumberger e pela família Vinhas, que atraíram celebridades como Audrey Hepburn, Gina Lollobrigida ou Zsa Zsa Gabor. Nunca se tinha visto nada igual e nunca mais se viu tamanho deslumbramento entre nós. Digno de citação é o oitavo aniversário da discoteca Lux-Frágil, em 2006, quando centenas de pessoas seguiram à risca o tema da noite, Fellini & Almodóvar.
O que é que todos estes eventos têm em comum? Uma mistura irrepreensível de convidados que atravessa géneros, idades e profissões. "Uma mistura de arte, arquitetura, moda, design, etc. Em última análise, a chave para uma grande festa é quando os bons amigos se reúnem. Os meus convidados de sonho seriam: Coco Chanel, Diana Vreeland e Jack Nicholson. Eu acho que seria uma combinação explosiva!", explicava, em tempos, Alexandra Carello, PR manager na Jimmy Choo, à edição online da Vogue UK. Além de juntar pessoas de diferentes backgrounds, é importante ter em conta as suas personalidades - extrovertidos e tímidos, grandes conversadores e excelentes ouvintes, dançarinos exímios e fumadores solitários. A exclusividade é o detalhe final: deve existir a sensação de que, apesar de o ambiente ser o mais relaxado possível, se faz parte de um clube muito restrito. Como sublinha Daniel Matos Fernandes, relações-públicas com uma larga experiência no mercado do luxo: "A guest list certa é tudo. A partir daí, qualquer festa pode, e deve, ser um sucesso."
Outro dos tópicos que muitas vezes negligenciamos é o próprio local da festa. É certo que hoje em dia quase toda a gente se transporta de táxi e outros meios de transporte semelhantes, mas será que ao organizar o seu casamento no meio de uma pradaria não deverá avisar os convidados das condições do terreno? Ou que o armazém incrível onde vai celebrar os seus 45 anos fica a 600 metros, a subir, longe da estrada mais próxima? Tudo isto são questões logísticas a ter em conta e que se podem transformar num pesadelo.
Numa festa, as pessoas querem coisas simples - ninguém quer ser intimidado por uma carta gigantesca e com pratos "pesados". O objetivo é que todos se divirtam e isso significa estar "em condições" de dançar no fim da refeição. Por isso, nada melhor do que ingredientes sazonais e de fácil digestão. Se, por acaso, não tiver ajuda extra na cozinha, tente fazer o máximo de coisas na véspera. Pior do que não ter tudo pronto a tempo é ter um anfitrião stressado a receber os amigos!
Por último, a música. O segredo de uma playlist bem-sucedida vê-se na reação do público: se ouvir aqui e ali exclamações como "Oh, meu Deus, o que eu costumava dançar esta música!" é porque fez um bom trabalho. Isto normalmente significa uma aposta em hits transversais a várias gerações. Se a tudo o que mencionámos juntar o infalível save the date (enviado, no mínimo, com três semanas de antecedência), garantimos-lhe que tem tudo para fazer o próximo Black and White Ball.
Ao longo de pouco mais de 200 páginas, a jornalista relata uma série de pormenores que destroem o mito do mundo perfeito e imaculado dos VIP: dos milhares de euros gastos em garrafas no Cavalli Club, no Dubai, e da orgia de sentidos no baile de carnaval do Copacabana Palace à vida social ultraelitista na Praia do Pego (Comporta), passando pelos almoços infinitos no restaurante Gigi e nas noites no T-Clube, onde ainda é possível dançar como nos velhos tempos.
Destaque para o capítulo três, onde Luísa se serve da sua imensa experiência para explicar o fenómeno dos "papa-festas" e do "social-croquete": "Há de haver uma razão qualquer, um trauma de infância, um castigo na escola, um biberão que foi arrancado antes de tempo ao bebé, que explique, no divã de Freud, o que fez tanta gente querer ser fotografada, aparecer, querer ser convidada para festas (tantas vezes), enfim, ser famosa ? à sua maneira." Está encontrado um dos livros para descontrair à beira-mar. E com festas por perto…
