Sugestões de leitura
Os mais recentes livros sobre a arte, a vida e o amor, para ficar de olho este mês.

A ÚLTIMA PALAVRA, de Hanif Kureishi
No seu novo romance, Kureishi junta dois escritores, Mamoon, já em fase final de carreira, e Harry, ainda uma jovem promessa. A juntá-los, uma biografia sobre Harry. A separá-los, a concretização do projeto.
NÃO SOU ESSE TIPO DE MIÚDA, de Lena Dunham
A criadora e protagonista da série Girls arrisca uma série de reflexões divertidas sobre temas sérios, sobretudo para uma recém-adulta: a família, os amigos e os amores, a saúde e o corpo… enfim, a vida. Em todo o seu esplendor e múltiplas nuances.
O PASSO CONSTANTE DAS HORAS, de Justin Go
Uma herança milionária é o pretexto para uma odisseia que um homem atravessa no tempo: Tristan cruza vários destinos da Europa no rasto de uma história com mais de 80 anos que acaba por ter mais contornos do que os do romance.
OS JIADISTAS PORTUGUESES, de Hugo Franco e Raquel Moleiro (jornalistas).
São cerca de vinte os portugueses que trocaram de país, de religião, de vida e rumaram à Síria ou ao Iraque para combater pelo autoproclamado Estado Islâmico (EI). Durante um ano, os jornalistas Hugo Franco e Raquel Moleiro, do jornal Expresso, não pouparam esforços para tentar perceber quem são Os Jiadistas Portugueses (Lua de Papel).
Entrevista a Hugo Franco e Raquel Moleiro Como é que nasce a ideia do livro?
Como é que se desenvolveu o vosso trabalho? Começou em abril de 2014, com a referência no Relatório Anual de Segurança Interna à existência de portugueses nos palcos da Jiad. Quisemos saber quem eram, dar rosto e história a estes jovens. O mais difícil foi chegar ao primeiro nome, o Edgar Rodrigues da Costa, conhecido por Abu Zakaria Andalus. A partir da sua página do Facebook descobrimos outros portugueses que se alistaram no EI. Entre abril e setembro percebemos quantos eram e de onde partiram, cerca de 15 a 20, da Grande Lisboa, emigrados em Londres ou lusodescendentes em França, Holanda e Luxemburgo.
Podemos falar de um perfil em comum? Cresceram em famílias típicas de classe média. Não tinham cadastro, problemas sociais ou tradição de religião muçulmana. São jovens comuns, recrutados de modo rápido e doutrinados através da Internet. Foram influenciados por radicais.
Como é que foram recebidos pelas famílias? No início, reagiram mal, como era natural. Hoje, falamos frequentemente com muitas delas, recebemos e-mails e telefonemas sempre que querem saber o que se passa com os filhos, quando passa demasiado tempo sem os conseguirem contactar ou quando há notícias de mais um português que morreu em combate. Temos até uma relação de confiança com alguns pais. São famílias traumatizadas, que não percebem como isto aconteceu. Esperam a qualquer momento a notícia da morte ou da prisão dos filhos.
