Sem dinheiro nem empregados: são assim as lojas do futuro
Lojas onde não é necessário fazer check out, não se usa dinheiro e não existem empregados. O futuro está cada vez mais próximo.

Xangai e Pequim estão a testar novos tipos de estabelecimentos comerciais automatizados. O BingoBox é exemplo disso: no seu interior existem prateleiras repletas de pacotes de massa, cervejas e snacks, um microondas, um carregador de telemóvel partilhável, um frigorífico e uma máquina de leite de soja. No entanto, este é um espaço sem empregados.
Nesta loja, não é necessário fazer check out, nem pagar com dinheiro, nem existem vendedores. Para entrar na loja, os consumidores apenas precisam de fazer scan de QR codes e a partir daí poderão selecionar os produtos desejados e pagar por eles através de uma aplicação de telemóvel WeChat Wallets. Atualmente, a BingoBox faz parte da start-up sueca Wheelys e tem uma dúzia de lojas a funcionar na China e mais 100 planeadas para um futuro próximo.

Mas este sistema não é único. Há cerca de um mês, a Alibaba.com lançou o Tao Café, o primeiro café onde não é necessário pagar com dinheiro. Para entrar e comprar um café, apenas é necessário um smartphone com a aplicação Taobao. O estabelecimento usa sistemas de reconhecimento facial e de voz e a partir daí faz o lançamento das faturas de cada cliente.
O crescente surgimento de lojas do género na China deve-se, em muito, ao cada vez maior número de pagamentos feitos através dos telemóveis. Em 2016, verificaram-se 50 vezes mais pagamentos deste tipo na China do que nos Estados Unidos.
Também a nova loja Amazon Go tem vindo a ser experimentada em Seattle, nos EUA, dentro da própria empresa Amazon. Estava previsto que a primeira loja abrisse ao público no início de 2017, mas alguns imprevistos relacionados com a lotação dos espaços levaram a que não acontecesse.

Também a Zara já introduziu um sistema de check out individualizado na sua maior loja de Madrid. Até ao momento, ainda está por confirmar se este sistema chegará a outros espaços do grupo espanhol.
Ainda na moda, vale a pena falar do exemplo das Galeries Lafayette, em Paris, e dos armazéns Harrods e Selfridges, em Londres, que desde 2016 oferecem a possibilidade de fazer pagamentos através do Alipay. No entanto, no que toca a marcas de luxo, este talvez não seja um sistema fácil de adotar. Segundo o fundador da Farfetch, José Neves, que tem liderado vários avanços no que toca à experiência de compra, revelou ao jornal inglês The Guardian que "a moda não é descarregável. É necessário o elemento humano – um programa ou uma peça tecnológica não consegue oferecer o nível completo de cuidado, atenção e assistência que um assistente de loja ou equipa de vendedores consegue. Esta interação e compromisso são uma componente essencial para uma boa experiência de luxo. Mas não se pode ignorar a tecnologia. Para sermos bem-sucedidos, há que conseguir um equilíbrio entre a experiência online e offline".
