“Saber que as pessoas se juntam para celebrar música é o que nos faz adorar festivais”
Os Jungle envolveram uma audiência inteira com a vibe soul que tão bem caracteriza a banda inglesa, no segundo dia do festival Vodafone Paredes de Coura. Antes, conversaram animadamente com a Máxima, nos bastidores.

Se houver definição para soul moderno em bom inglês, essa definição chama-se JUNGLE. A banda formada por Josh Lloyd-Watson e Tom McFarland em 2013 viu, nos últimos anos, uma desmesurada e bem-sucedida aceitação: em 2014 apresentaram o seu primeiro projeto, Jungle, e o coletivo foi nomeado para o BBC 's Sound of 2014. A verdade é que é impossível ficar indiferente à boa energia que vem do palco que pisam os sete elementos da banda inglesa (a Tom e Josh juntam-se Fraser MacColl, George Day, Dominic Whalley, Rudi Salmon e Nat Zangi). É que os Jungle são uma autêntica selva no que respeita ao género musical, percorrendo desde ritmos psicadélicos a ruídos de animais selvagens ao, claro, puro soul – que se evidencia nas vozes femininas de Nat e Rudi.
Nos bastidores, e ansiosos por ver Fleet Foxes, a banda que os antecedeu no palco principal, Tom e Josh conversam com a Máxima sobre o novo álbum For Ever, oficialmente lançado a 14 de setembro. Paredes de Coura teve o privilégio de ouvir as novas músicas e de saltar de forma selvática ao ritmo da banda, também.

Conheceram-se aos nove anos e cresceram a partilhar música. Já sabiam que queriam um projecto como os Jungle?
Josh: Sempre tocámos guitarra, antes dessa idade, então criámos laços musicais desde cedo. À medida que crescemos partilhamos os nossos gostos musicais, e foi isso mesmo que fizemos juntos. É uma forma de partilhar os vários géneros que cada um conhece.
Recordam-se da primeira vez em que actuaram para uma plateia?

Tom: Nem por isso, fizemos muitas actuações antes de sermos uma banda. Só tivemos a primeira banda aos 14 anos, queríamos ser os The Strokes! Usávamos óculos de sol em palco. Mas é normal, quando somos jovens somos ingénuos e fazemos essas coisas. É uma primeira experimentação do que é ser-se artista, e o importante é que essa ideia seja desenvolvida. Quando se está em palco é preciso ser-se um performer, ter energia. Em pequenos ouvíamos bandas como os The Strokes ou os Arcade Fire, é essa energia e inspiração que tentamos por num palco.
Como surgiram os Jungle?
Josh: Foi um pouco um acidente. Nós começámos a ficar confortáveis com a música que estávamos a fazer e avançamos, em vez de tentar fazer parte de uma "cena" ou de fazer música que achávamos que ia ser um sucesso, o que acontece muitas vezes quando se é adolescente e ainda não se está confortável com quem se é. Jungle começou a sério quando deixamos a nossa criatividade fluir.

O que é que nunca pode faltar em palco?
Tom: Uma grande plateia, sol e boa atmosfera.
O que é os festivais têm de mais especial?

Josh: O facto ter várias pessoas que se juntam para celebrar a música é o que nos faz adorar festivais, é onde as pessoas se deixam levar mais. Se for um pequeno concerto, acaba e depois, geralmente, vai-se para casa.
Tom: Para nós é bom porque junta a comunidade musical e experienciamos o festival com outras bandas o que torna tudo mais poderoso.
O novo álbum For Ever chega em setembro. Quão entusiasmante é cantar as novas músicas aqui, em Coura?

Tom: É difícil dizer, a resposta [a este álbum] tem sido mais incrível do que alguma vez pensaríamos. Esperamos sempre uma reacção especial, seja uma música nova ou antiga, que estejamos a apresentar. Mas aquelas que ainda não foram reveladas são sempre muito especiais. Todos os públicos têm sido muito generosos connosco.
Josh: É difícil saber quão conhecedoras são as pessoas dos Jungle, só mesmo quando começamos a tocar percebemos.
