Roteiro musical para outubro
Concertos, festivais, performances. Ao longo do mês de outubro há concertos imperdíveis e discos por ouvir.

Comparada a Patti Smith ou PJ Harvey, a cantora britânica Anna Calvi apresenta o álbum Hunter, onde se incluem canções que espelham a sua consciência feminista e queer, bem como a sua personalidade felina e intensa. Calvi atua no Hard Club, no Porto, e no Capitólio, em Lisboa, nos dias 19 e 20 de outubro, respetivamente (bilhetes a partir de €24). Raquel Tavares volta a pisar os palcos dos Coliseus do Porto e Lisboa (a 31 de outubro e 3 de novembro), acompanhada pela sonoridade da Sinfonietta de Lisboa. Além dos fados tradicionais e de êxitos seus, como Meu Amor de Longe, a fadista interpreta temas de Roberto Carlos, do seu mais recente álbum. Peritos em trazer de volta o glamour dos anos 80, os Best Youth, a dupla formada por Ed Rocha Gonçalves e Catarina Salinas, sobem ao palco do Estúdio Time Out Market em Lisboa (a 19) e da Casa da Música, no Porto (dia 25), para cantar o álbum Cherry Domino (bilhetes a €10). A 2 de outubro, o sueco José González, filho de pais argentinos, está de volta a Lisboa, desta vez acompanhado pelo coletivo The String Theory. O concerto González & The String Theory promete uma viagem pela música clássica contemporânea e pelos ritmos pop, entre as paredes históricas do Coliseu dos Recreios (bilhetes a partir de €28). Os neozelandeses Unknown Mortal Orchestra, liderados por Ruban Nielson, já estiveram em vários festivais nacionais. Agora, e para apresentar Sex & Food, o seu quarto álbum de estúdio, o grupo de indie-psicadélica atua a 30 de outubro na Aula Magna, em Lisboa (bilhetes a partir de €26).Música fora da caixa
Para abrir o mês de outubro com sonoridades disruptivas, logo no dia 5 arranca o festival internacional de música exploratória do Barreiro, o OUT.FEST. Com um cartaz abrangente que percorre estilos que vão do rock marginal ao jazz de improviso e à eletrónica experimental, a 15.ª edição do festival tem um alinhamento com vozes oriundas de Portugal, Japão ou Brasil, onde se esperam artistas como a brasileira Linn da Quebrada, ativista na luta pelas questões de género e sexo, os portuenses HHY & The Macumbas ou a clarinetista e compositora norte-americana Lea Bertucci (bilhete único, para 5 e 6 de outubro, a €20). O Indiegente, o programa radiofónico que Nuno Calado faz na Antena 3 há mais de vinte anos, celebra o melhor da música alternativa nacional – agora ao vivo. O Indiegente Live acontece no dia 13 de outubro e recebe nomes como Señoritas, Surma, Mr. Gallini, Scúru Fitchádu, Sean Riley, Sam Alone, Frankie Chavez ou Tó Trips (bilhetes a €12). A 31 de outubro arranca o festival que leva música a vários cantos do país durante quase um mês (até 25 de novembro): o Misty Fest. Com influências musicais dos quatro cantos do mundo (do jazz ao rock, da popular à clássica e ao folk), Scott Matthew, Avishai Cohen, Anna Von Hausswollf, Andrea Motis, PianOrquestra ou Danças Ocultas são os nomes já revelados do cartaz que leva música aos palcos de Lisboa, Porto, Coimbra, Loulé, Braga e Ponta Delgada. Mais em misty-fest.com.

Edição de luxo
Um ano antes do seu primeiro álbum de estreia, Surfer Rosa, os Pixies (que se formaram em 1986) já haviam editado um miniprojeto musical em setembro de 1987, a que chamaram Come On Pilgrim. Trinta anos depois da estreia oficial do grupo norte-americano de rock alternativo, o estúdio britânico 4AD anuncia o lançamento da caixa Come on Pilgrim... It’s Surfer Rosa. A caixa estará disponível nos formatos de 3CD, 3LP ou em 3LP deluxe e contém as edições especiais para o mini-álbum de oito faixas Come On Pilgrim, o primeiro álbum completo da banda, Surfer Rosa (março de 1988), e do concerto Live From The Fallout Shelter, em 1986. Uma edição especial para guardar para sempre e que eterniza o impacto cool que a entrada dos Pixies na indústria musical dos anos 80 provocou.
O regresso de Cat Power

Cat Power (o nome artístico de Charlyn Marie Marshall) esteve seis "longos" anos sem fazer buzz na indústria musical. O seu novo álbum, ao qual chamou Wanderer, foi gravado (pela Domino) entre Miami e Los Angeles e é revelado ao mundo a 5 de outubro. Sobre o significado do nome do seu décimo disco, Marshall revela à Pitchfork que sumariza "o curso que a minha vida tomou nesta jornada – indo de cidade em cidade, com a minha guitarra, a contar a minha história; com referência às pessoas que o fizeram gerações antes de mim. Artistas de folk, cantores de blues e tudo o que há pelo meio. Todos eles são viajantes e eu tenho sorte por estar entre eles". O primeiro single, Woman, é cantado com Lana del Rey. Também conhecida como Chan Marshall, a compositora e cantora de indie rock nasceu em Atlanta, e foi no início dos anos 90 que deu o seu primeiro concerto num pub em Brooklyn, apresentando-se como Cat Power.

“Somos, por vezes, tratadas como ‘mercadoria’ e não como artistas que têm o poder de decidir”
Conversámos com a talentosa artista colombina Lao Ra, que aos dez anos comeu uma larva para mostrar quão corajosa era. Comprovamos, pelas suas palavras, que aos 25 continua a ser destemida. Principalmente nas suas afirmações feministas.
“Inspirou-me estar rodeada de pessoas que tocavam umas para as outras”
A artista americana de indie rock Lucy Dacus esteve no festival Paredes de Coura para apresentar o seu mais recente álbum, Historian.