Quem é Zohran Mamdani, o carismático muçulmano que é rosto da nova geração em Nova Iorque
Com um discurso direto, ideias progressistas e uma ligação genuína aos mais jovens, Mamdani tornou-se o novo presidente da câmara de Nova Iorque, depois de uma campanha inédita que mobilizou dezenas de milhares de voluntários e trouxe às urnas muitos que nunca tinham votado antes.
Com um discurso direto, ideias progressistas e uma ligação genuína aos mais jovens, o agora presidente da câmara de Nova Iorque tornou-se o protagonista de uma das campanhas mais inesperadas e vibrantes da cidade. Aos 33 anos, desafia o sistema com propostas ousadas e uma história pessoal que aproxima a política da vida real.
Zohran Mamdani, filho de imigrantes ugandeses e indianos, cresceu entre o Uganda, a África do Sul e o bairro multicultural de Queens. O pai é académico; a mãe,realizadora de cinema. Viveu sempre entre línguas, culturas e geografias — e essa multiplicidade tornou-se a espinha dorsal da sua forma de ver a cidade e o mundo.
Formou-se em Estudos Africanos e trabalhou como conselheiro de habitação antes de entrar para a política, ajudando famílias a enfrentar despejos e abusos no mercado imobiliário. Em 2021, foi eleito para a Assembleia Estadual de Nova Iorque, representando o 36.º distrito. Falava, desde então, de justiça económica, habitação acessível e igualdade racial — não como slogans, mas como urgências diárias.
A candidatura à presidência da câmara parecia, no início, improvável. Mas acabou por se tornar um fenómeno. Contra máquinas partidárias, milhões em financiamento adversário e um meio político habituado a manter o poder fechado sobre si próprio, Mamdani conquistou algo mais difícil do que votos: conquistou confiança.
A sua forma de comunicar com os mais jovens foi determinante. Em vez de tecnicismos, falava de rendas que não deviam aumentar, de transportes públicos acessíveis ou gratuitos, de supermercados públicos onde ninguém fosse discriminado pelo código postal. Falava como alguém que vive a cidade, não como alguém que a observa de um gabinete.
O vídeo em que mergulha vestido no mar gelado de Coney Island, para anunciar a proposta de congelamento das rendas, tornou-se um símbolo. Uma imagem de entrega — e de coragem política num tempo de medo.
A campanha mobilizou grupos inesperados, espontâneos, criativos: Hot Girls for Zohran, Hot Boys for Zohran, Sikhs for Zohran, Skaters for Zohran. Mais de 50 mil voluntários percorreram bairros inteiros, bateram a mais de um milhão de portas. Houve locais onde a afluência às urnas ultrapassou números que não se viam há mais de duas décadas — algo muito raro numa eleição municipal.
Depois de vencer Andrew Cuomo nas primárias democratas, Mamdani enfrentou o candidato republicano e, em novembro, venceu com uma margem clara, apoiado sobretudo por jovens, imigrantes, classes trabalhadoras e famílias que vivem das pequenas rotinas que fazem uma cidade respirar.
Tornou-se, assim, o primeiro muçulmano e um dos mais jovens presidentes da câmara da história de Nova Iorque — e um dos poucos líderes municipais norte-americanos com ascendência diretamente marcada por movimentos migratórios africanos e asiáticos. Uma vitória carregada de significado num país que continua a debater o que significa pertencer.
Para além do político, há o homem. Continua a falar da mulher, Rama Duwaji — que conheceu através de uma aplicação de encontros — com uma franqueza pouco habitual em cargos de poder. Fala de amor, de rotina, de lavar a loiça e dividir o tempo. Mostra-se. Sem medo de parecer humano demais. Essa proximidade é, talvez, o seu maior gesto político.
A proposta de Mamdani não é apenas governativa — é emocional. Fala com quem paga rendas impossíveis, com quem tem filhos em creches privadas que custam metade do salário, com quem espera horas por um autocarro. Aponta para uma cidade onde o valor de alguém não se mede pelo código postal ou pelo rendimento anual.
Para muitos nova-iorquinos, Zohran Mamdani representa algo simples e profundo: A possibilidade de que a política volte a ser sobre as pessoas que nela vivem.
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