
All the single ladies, all the single ladies! Seja solteira ou não, quase nenhuma mulher (e alguns homens também) resiste a abanar o pulso, as ancas, os ombros e o resto do esqueleto ao som de um dos singles mais ouvidos, vendidos e premiados de todos os tempos. O tema ficou em primeiro lugar na Billboard Hot 100 durante quatro semanas não consecutivas, ganhou um Grammy Award para Canção do Ano em janeiro de 2010 e o vídeo da música venceu nas categorias de Clip do Ano, Melhor Coreografia e Melhor Edição nos MTV Video Music Awards de 2009. O sucesso de Single Ladies (Put a Ring On It) é apenas uma pequena amostra daquilo que rege a vida da mais completa e galardoada artista pop dos últimos anos: trabalho árduo, dedicação, êxitos atrás de êxitos e o reconhecimento merecido. E parece que esta tem sido a sua fórmula desde muito cedo, aplicada a todos os projetos em que se envolve.
Mas, como qualquer pessoa, Beyoncé Giselle Knowles teve de começar por algum lado, aprendendo com os erros e fracassos da sua carreira precoce. Sempre com o apoio do pai Mathew, um produtor musical e empresário, da mãe Tina, designer de moda e cabeleireira, e da irmã Solange, também cantora e atriz. Enquanto estudava, no Texas, onde nasceu a 4 de setembro de 1981, teve aulas de dança, cantou nos coros da escola e da igreja e venceu o seu primeiro espetáculo de talentos. Mais tarde, conheceu Kelly, LeToya e LaTavia e juntas formaram o grupo feminino Destiny’s Child, que acabaria por ser agenciado pelo pai de Beyoncé depois de este ter deixado o seu emprego. Entre 1996 e 2002, a banda foi sofrendo alterações com entradas e saídas dos seus elementos, lançou quatro álbuns, um deles de Natal (Destiny’s Child, The Writing’s on the Wall, Survivor e 8 Days of Christmas), e teve várias canções em primeiro lugar nas tabelas dos Estados Unidos. Em 2005, a banda separar-se-ia definitivamente e Beyoncé justificava-se: “Não é porque uma de nós quer começar a solo. Ou porque não gostamos umas das outras. Ou porque já não estamos a vender discos. Mas sim porque tinha de acabar.”
A verdade é que este seria o pretexto ideal para a líder do trio brilhar numa carreira a solo que não se restringiria apenas à música. Na altura, já tinha apresentado o seu primeiro álbum individual, Dangerously in Love (2003), e dado os primeiros passos na indústria do cinema, ao participar nos filmes Austin Powers in Goldmember (2002) e The Fighting Temptations (2003). Mas vamos por partes, ou melhor, por anos. Em 2006, foi, ao lado de Steve Martin, a estrela de A Pantera Cor-de-Rosa, bem como a protagonista do musical Dreamgirls, onde interpreta uma personagem baseada em Diana Ross e, pelo meio, lançou o segundo álbum, B’Day, no dia 4 de setembro, para coincidir com a data do 25.º aniversário. Dois anos depois, Beyoncé tinha mais um filme (Cadillac Records) e mais um disco (I Am... Sasha Fierce) no currículo, mas 2008 também seria o ano em que se casaria com o rapper Jay-Z, com quem já tinha feito várias parcerias musicais. Em 2011, a cantora dispensava o pai como seu manager, arriscava num quarto álbum (chamado simplesmente 4) e anunciava estar grávida da primeira filha, Blue Ivy Carter, que deu à luz a 7 de janeiro de 2012. Além da sua faceta solidária, que já motivou a criação de instituições de caridade, angariações de fundos, recolhas de alimentos e doações, também lhe é conhecido o jeito para os negócios, tanto com perfumes como com linhas de roupa, que lançou juntamente com a mãe.
Após já ter estado em Portugal por duas vezes (em 2007 e 2009), a diva da pop atuará novamente no nosso país por ocasião da digressão mundial The Mrs. Carter Show World Tour 2014 starring Beyoncé, que também passará pelo Reino Unido, Espanha, Irlanda, Holanda, Bélgica e Alemanha. Será no palco do Meo Arena que os dois concertos terão lugar, a 26 e 27 de março. Pouco depois de terem sido anunciados os locais e as datas da tournée, a cantora surpreendeu os fãs, dando-lhes um presente de Natal antecipado ao lançar o seu quinto álbum em exclusivo para o iTunes e sem qualquer pré-promoção. “Não queria apresentar a minha música da forma como o tenho feito. Estou farta disso. Sinto que sou capaz de falar diretamente com os meus fãs. Há tanta coisa que se interpõe entre a música, o artista e os fãs.” A ousada decisão valeu a pena: no fim de semana a seguir ao lançamento, o novo álbum teve vendas astronómicas, na ordem das 828 773 cópias. Intitulado simplesmente de Beyoncé, o disco tem 14 canções novas e 17 vídeos, que contaram com a colaboração de nomes como Timbaland, Justin Timberlake, Pharrell Williams, Drake, o marido Jay-Z e até a filha de ambos. “Eu não gosto de jogar, mas se há uma coisa em que estou disposta a apostar é em mim mesma.”
