
Muitos críticos dizem que a comédia americana está a esmorecer, principalmente devido aos seus conteúdos repetitivos e estereotipados. Mas nem tudo está perdido.
De Eric Lartigau
Com Karin Viard, François Damiens, Eric Elmosnino, Louane Emera
Estreia a 13 de agosto
Se há área em que a França está a somar pontos é a dos filmes para rir. Quanto a este em particular, prevê-se que seja o próximo grande hit francês, competindo com sucessos como O Artista (2011), Amigos Improváveis (2011) e o Fabuloso Destino de Amélie (2001). O argumento é simples mas forte. Sendo a única dos Bélier que pode ouvir, Paula (Louane Emera, semifinalista do programa The Voice francês) serve sempre de intermediária dos pais e irmão surdos, que dependem muito dela para as atividades diárias. Quando o rapaz por quem tem um fraquinho se inscreve no coro da escola, a adolescente faz o mesmo e descobre que tem um talento para cantar que não é entendido nem pode ser apreciado pela família. Se Paula for em busca do seu sonho, isso implica mudar-se para Paris, o que dará origem a um verdadeiro dilema: conseguirá o clã sobreviver sem ela? A beleza desta história reside na abordagem utilizada para mostrar a uma audiência ouvinte os desafios enfrentados pela comunidade surda. Uma abordagem que é feita sobretudo através da comédia e do humor (as cenas sobre sexo são retratadas anedótica e naturalmente), mas que também promete emocionar, alertando para a evidência de que tomamos a nossa audição como garantida. O momento em que Paula consegue partilhar o seu dom com os pais, ultrapassando por fim o facto de que eles não a ouvem, pode muito bem ser o mais emocionante do cinema francês dos últimos tempos.
A não perder
Outro/Eu, de Tarsem Singh
Neste thriller psicológico de ficção científica, Ben Kingsley é um homem extremamente rico que está a morrer de cancro. A solução que ele encontra para continuar vivo (para sempre) é transferir a sua consciência para o corpo de um jovem saudável (Ryan Reynolds). Mas a busca pela imortalidade terá efeitos colaterais com danos irreversíveis.
A Face do Amor, de Arie Posin
Nikki (Annette Bening) ainda se encontra devastada anos depois da morte do marido. A oportunidade para ser novamente feliz surge quando conhece um homem incrivelmente parecido com ele, acabando por se apaixonar. Porém, não tem coragem de revelar o passado ao novo namorado. É um dos últimos trabalhos de Robin Williams, falecido há um ano.
Max, de Boaz Yakin
Filmes que envolvem a relação entre animais e humanos costumam cativar espectadores, sejam eles miúdos ou graúdos. Com o sentimentalismo que lembra Marley e Eu (um dos produtores é o mesmo), o melhor é ir preparando a família para as cenas mais emocionantes. Baseado em factos reais, conta a história de um cão que ajudou a Marinha dos Estados Unidos durante a guerra do Afeganistão. Max, o protagonista, sofre de stress pós-traumático após a morte do dono e regressa a casa, onde cria uma ligação especial com o irmão mais novo do seu herói. Juntos, começam um processo de cura, descobrindo um segredo sobre a tragédia.
Dark Places, de Gilles Paquet-Brenner
É o mais recente filme baseado nas obras de Gillian Flynn, depois do bem-sucedido Em Parte Incerta. Libby (Charlize Theron) é uma mulher traumatizada pelo assassinato da sua família, quando ainda era uma criança. Um dia, vê-se forçada a relembrar o acontecimento depois de ser abordada por uma sociedade secreta especializada em crimes antigos.
Em Portugal
O Pátio das Cantigas, de Leonel Vieira
"Ó Evaristo, tens cá disto?" Lembra-se? Há 73 anos, Vasco Santana, António Silva, Laura Alves e Maria das Neves, entre outros, interpretavam Narciso, Evaristo, Celeste e Dona Rosa (respetivamente), numa das mais célebres e amadas comédias populares portuguesas. Agora, Leonel Vieira recria a história, apresentando as mesmas personagens de 1942, mas adaptadas ao quotidiano de hoje. O filme irá estrear a 30 de julho e conta com alguns dos atores mais famosos de Portugal, tais como Miguel Guilherme, César Mourão, Dânia Neto, Sara Matos, Rui Unas, Manuel Marques e José Pedro Vasconcelos.
Por Mafalda Sequeira Braga
