
Terminei uma relação de cinco anos, há 3 meses, e o meu ex-namorado insiste que é bom mantermos uma amizade. Tenho dúvidas se não estamos a confundir as coisas e com medo de avançar com as nossas vidas. Uma boa amizade pode acontecer depois de uma separação?
Cara Rita, a resposta para manter ou não a amizade, estará naturalmente em vocês. Pode ou não ser positiva, dependendo da qualidade e motivações nessa nova dinâmica relacional que podem co-construir.
Há ex-casais que mantêm uma amizade com qualidade e intimidade, onde ambos consideram ser extremamente positiva (e ainda mais quando falamos de ex-relações com filhos) e outros que cortam relações. Não se considera existir uma resposta única, pese embora existam alguns estudos que nos podem ajudar nesta reflexão.
Depois do fim de uma relação, é importante fazer o luto, reencontrar o espaço individual, uma identidade fora da conjugalidade (casamento ou namoro). Nesse sentido, muito ex-casais optam por um tempo mais afastados, que ajudará também a digerir eventuais zangas por situações inerentes à fase final da relação, eventuais conflitos ou mal-entendidos. Com o tempo, pode haver uma tendência para um reequilíbrio emocional, e muitas pessoas resolvem essa zanga e sentem-se livres para manter uma relação de amizade com o/a ex. A amizade após a separação tende a correr bem, de acordo com a investigação, quando já havia uma amizade prévia à relação romântica, quando a relação romântica foi positiva para ambos e/ou, naturalmente, quando o fim da relação foi consensual.
O que pode constituir um risco para a qualidade da relação de amizade, tem a ver com o facto de uma das pessoas ainda estar ligada emocionalmente de forma romântica, e haver uma "agenda escondida" (ou não assumida) de querer voltar a tentar a relação. Podem ainda, mesmo quando não se pretende retomar a relação, surgir sentimentos de ciúme e desconforto face a uma eventual nova relação romântica de um dos elementos do ex-casal (estar perto implica contactar com as novas relações do outro, o que pode causar dor emocional e novos conflitos na relação, se não estiverem bem definidos os limites desta nova dinâmica). Por outro lado, a vinculação conjugal/romântica pode estar a ser alimentada, numa relação de intimidade além de uma efetiva amizade, podendo considerar-se uma pseudo-separação, que de algum modo impede que as pessoas avancem no seu processo de individuação pós-relação. Será ainda arriscado manter esta amizade, se tal serve para dar resposta a um sentimento de solidão, que impede que as pessoas se confrontem e reencontrem de modo a construir uma vida emocionalmente autónoma, para além da relação em questão.
Quando um dos elementos do ex-casal se sente ainda ligado, pode entrar mesmo numa situação de ‘perseguição’. Num questionário recente a 3000 pessoas, 85% referiam que verificavam o mural do Facebook dos seus ‘ex’, sendo que 17% o faziam semanalmente, o que pode levar a mais ansiedade e mal-estar. Neste sentido, poderá ser útil recorrer a um processo de psicoterapia - quando o sentimento não é de amizade, mas de pertença ou posse, de medo de perder o outro ou de sentir solidão -, podendo assim encontrar um equilíbrio emocional e mais bem-estar.

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