Os dez mandamentos

1. De volta à selva

É uma das tendências mais dramáticas da decoração, que tanto é vista no trabalho dos principais nomes do métier, como Maryam Mahdavi, ou nos novos espaços públicos mais cool do momento. Animais embalsamados, esqueletos, mobiliário inspirado na fauna. Tudo é possível quando a imaginação fala mais alto. Esta estética foi a base do novíssimo hotel que Patricia Urquiola desenhou em Berlin, o Das Stue, onde há um crânio de crocodilo na entrada, girafas e gorilas nas zonas de estar, ou um pequeno rinoceronte junto a uma escadaria. 

 

2. Tecidos coloridos

Os tecidos desempenham um papel fundamental na decoração. Se, por um lado, são aquilo que está mais perto da nossa pele, por outro, podem causar uma poderosa primeira impressão quando entramos num espaço. Bárbara Osório, diretora criativa da Pedroso & Osório, representante nacional das mais importantes marcas têxteis, revela que, esta primavera, “a aposta deve ser em composições naturais, como o linho, a lã e o algodão”. No que toca a cores, destaque para “o verde, o laranja, o rosa, o encarnado e os estampados florais”. Tomámos nota!

 

3. Comprar português

Um número crescente de marcas de design made in Portugal tem conquistado mercados internacionais, marcando presença nas principais feiras da especialidade e com direito a honras nas grandes revistas de decoração. Entre as nossas favoritas estão a Munna, Boca do Lobo, Brabbu, Ginger & Jagger e a impressionante Delightfull, que exporta mais de 90% dos seus luxuosos candeeiros. Cabe-nos inverter estes números.

 

4. Patchwork de madeiras

Na hora de escolher um novo armário ou aparador, não jogue pelo seguro. Invista numa peça em que, como num puzzle, diferentes tipos de madeiras criam padrões inesperados, dando uma nova dimensão aos objetos. As nossas escolhas? O aparador Guggenheim Patch, da Soho Collection, criado pel’A Boca do Lobo, ou o aparador Bois de Rose, desenhado por Massimo Morozzi para a Edra, vencedor dos Design Awards 2013 da revista Wallpaper.

 

5. Padrões improváveis

Quando achávamos que já tinha sido tudo inventado, surge uma nova tendência apaixonante. Falamos de objetos cujos motivos misturam referências inesperadas e que nos fazem sentir a cair pela toca do coelho. Elementos clássicos da decoração, como as borboletas, combinados com futuristas linhas gráficas pretas e brancas? Sim, esta primavera é possível!

 

6. Beleza quotidiana

Mais do que uma regra da decoração, trata-se de um conselho de valorização pessoal. Tire do armário aquele bonito serviço em porcelana que apenas vê a luz do dia em dias de festa. Invista em objetos utilitários que não sejam básicos ou aborrecidos. O culminar desta tendência é o icónico espremedor de citrinos Juicy Salif, criado em 1990 por Philippe Starck para a Alessi, cujo impacto foi tal que a peça ainda hoje pode ser admirada no Museum of Modern Art, em Nova Iorque. Recentemente, o objeto que mais nos apaixona é a reedição do clássico copo de cristal Harcourt, da Baccarat, que celebra 170 anos, ao qual foi adicionado um espremedor de limões saído da pena de Guillaume Noiseux (€350).

 

7. A cozinha sala

Certamente já organizou uma festa em casa em que, subitamente, toda a gente está na cozinha. Vista por muitos como um espaço apenas funcional, a cozinha ganha uma nova roupagem que a torna o centro das atenções. “Sou absolutamente adepta desta nova perceção da cozinha”, diz a produtora de interiores Ana Trancoso. “Passamos tanto tempo nesta divisão que é importante que a sua decoração seja cuidada.” Não estranhe por isso ver lustres de cristal ou paredes pintadas em tons luxuosos. “E porque não resgatar à sala aquele quadro com uma natureza a que ninguém liga e encontrar um lugar de destaque entre tachos e panelas?”, questiona Ana Trancoso. “Gosto da ideia de pintura na cozinha.”

 

8. Ecochique

Com ajuda da evolução tecnológica, e graças ao trabalho de criativos que se dedicam de corpo e alma ao desenvolvimento de soluções sustentáveis, o design amigo do ambiente tornou-se um dever. A grande novidade é que ser eco não é necessariamente sinónimo de ser rural ou pouco sofisticado. Veja, por exemplo, as fruteiras em papelão criadas pelos irmãos Campana, estrelas internacionais do design, a Wiggle Chair, do Pritzker Frank Gehry, ou os lustres em cartão da marca portuguesa Vicara. Para acabar com qualquer dúvida que possa restar, sugerimos ainda uma escapadela de primavera até ao Troia Eco-Resort, espaço que tem como diretrizes a modernidade e um respeito profundo pelo ambiente.

 

9. Reciclar!

Make, Do and Mend. O conceito da reutilização ganhou um significado especialmente forte quando foi aplicado ao vestuário, numa altura em que a racionalização de roupa durante a Segunda Guerra Mundial obrigou as donas de casa a serem mais criativas. Agora que a economia atravessa um período difícil, esta atitude volta a fazer sentido também no design de interiores. Com uma simples lata de tinta, um stencil e criatividade, uma velha cadeira pode tornar-se digna de uma revista de decoração. Se precisar de ajuda profissional, os ateliers E Viveram Felizes Para Sempre e Monstros, especialistas em reciclagem de móveis, são excelentes apostas para quem não é amigo do bricolage. www.eviveramfelizesparasempre.com e www.monstros.pt

 

10. Com arte

A compra e venda de arte, além de um negócio muito lucrativo, tornou-se uma afirmação de estilo. Veja, por exemplo, a concorrida Miami Art Basel, onde a fusão entre o mundo da arte e a moda é tal que, para preocupação dos críticos, não se distingue onde acaba um e começa o outro. Apesar do momento económico português não ser o mais favorável, especialistas afirmam que a arte continua a ser um bom investimento: o preço da obra não tem relação com a pujança económica do país, logo, também agora, é hora de comprar. Na certeza de que nem todos temos acesso a Paula Rego ou Jeff Koons, surgem opções mais democráticas. Por exemplo, durante a conceituada feira ARCO, de Madrid, esteve disponível a plataforma virtual Collectonline, onde figuraram peças para venda com o valor máximo de €5000. Nos gusta!

 

Às compras

Selecionamos dois espaços obrigatórios para decorar a sua casa.

 

Em Lisboa

Roche Bobois

A marca francesa de mobiliário, conhecida pelas suas colaborações com nomes célebres, como Jean Paul Gualtier, inaugurou uma loja em Lisboa. No espaço, é possível encontrar as três coleções principais Roche Bobois, com um estilo mais contemporâneo, as peças clássicas reinventadas ou o mobiliário exclusivo, com detalhes e acabamentos à medida de cada cliente.

Avenida 24 de Julho, 3-A/3-E, Lisboa. Tel. 21 396 08 73. www.roche-bobois.com

 

No Porto

Oitoemponto

A loja da aclamada dupla Jacques Bec e Artur Miranda, que celebra agora vinte anos de parceria, é a Meca de compras para os amantes das grandes marcas de decoração. Hervé Van Der Straeten, Ralph Lauren Furniture ou Fornasetti são algumas das referências deste espaço que aposta num serviço total concept, que abrange projeto global de design de interiores, arquitetura e lifestyle.

Rua de Tânger, 1378, Porto. Tel. 22 615 17 24. www.oitoemponto.com

 

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