Olhares do Mediterrâneo, um festival no feminino
Entre filmes, documentários, exposições e concertos, tudo o que precisa de saber sobre a quinta edição do Festival Olhares do Mediterrâneo.

De 27 a 30 de outubro o Cinema São Jorge abre portas à quinta edição do Festival Olhares do Mediterrâneo – Cinema no Feminino. Numa programação constituída por secções competitivas, não competitivas e diversos programas paralelos, serão apresentados 51 filmes no festival que tem como objetivo mostrar o trabalho criativo de mulheres de países do Mediterrâneo, ou que trabalhem neles.
Figlia Mia (Daughter of Mine), de Laura Bispuri, uma longa-metragem em competição, abre esta edição com a história de uma menina de dez anos na Sardenha, dividida entre duas mães. Esta é uma estreia nacional que se junta à de mais cinco longas-metragens. De origens diversas como Espanha, Turquia, França, Itália ou México, falamos de Fields of Anger, um documentário de AnneGintzburger, os documentários Improsioned Lullaby, de Rossabella Schillaci, Rush Hour, de Luciana Kaplan, Analysis of Blue Blood, de Bianca Torres e Gabriel Velazquez, e My Short Words, da dupla Büsra Bülbül e Bekir Bülbül.

De entre os 20 títulos selecionados para a competição de curtas-metragens, encontramos o Get up, Kinshasa!, de Sébastien Maitr, Marlon, de Jéssica Palud, ou Negah, de Farnoosh Samadi. Ainda aqui se abre um espaço para a comédia com Bobol, de Khedija Lemkecher, um retrato cómico aos casamentos tunisinos, ou The Demantlai’s, de Reem Samarani, uma ficção libanesa sobre uma família que se odeia e que partilha o mesmo teto. Travessias é a secção competitiva temática, com filmes que colocam em evidência assuntos como migrações, forçadas ou não, histórias sobre êxodos e a crise dos refugiados. Inclui longas, curtas e médias-metragens, com destaque para My Kaaba is HUMAN, de Sinem Tas, que nos revela as histórias de seis refugiados em Portugal, a estreia nacional de Mr Gay Syria, de Ayse Toprak, sobre dois refugiados sírios homossexuais, Son of Sofia, de Elina Psikou, uma história de migrações e separação vivida através do olhar de uma criança de 11 anos, e Before Summer Ends, documentário assinado por Myryam Goormaghtigh, programado para encerrar esta edição. Com a apresentação do "Começar a Olhar", o Olhares do Mediterrâneo investe em novos talentos cinematográficos, com essa secção competitiva referente a filmes realizados em contexto escolar ou de formação, no campo da curta-metragem.
Uma das novidades da edição deste ano é a mostra não competitiva que apresenta The Dream Will Never Come True, de Khadijeh Bsharat, e A Weekend Visit Home, de Nivin Bsharat.
Em paralelo, exibem-se as exposições Instantâneos Mediterrânicos, um Tríptico Grego (fotografia) e Campos de Batalha (exposição/instalação), organizam-se dois debates, três workshops, oferece-se a Cerimónia Marroquina do Chá e introduz-se uma degustação de cerveja artesanal, terminando com dois concertos.

