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O poder do leite humano na luta contra o cancro

Novos estudos apontam o leite materno como altamente protetor perante a formação de tumores.

11 de abril de 2017 às 07:00 Ângela Mata
O leite humano, além dos já conhecidos numerosos benefícios que traz ao crescimento e desenvolvimento da saúde de um bebé, também tem um importante potencial na prevenção e tratamento de diferentes tipos de cancro. Quem o diz é a médica Catharina Svanmborg, responsável do Departamento de Microbiologia, Imunologia e Glicobiologia do Institute of Laboratory Medicine da Universidade de Lund, na Suécia.
A equipa de Svanborg descobriu o mecanismo através do qual o leite humano combate as células dos tumores. Uma função da qual se encarrega uma proteína componente do leite, a lactoalbumina. A sua junção com um ácido gordo forma um complexo denominado HAMLET (lactoalbumina alfa humana letal para células tumorais) que induz a morte das células tumorais, respeitando as células saudáveis. Um fator essencial para a prevenção nos bebés e para o futuro desenvolvimento de tratamentos.
Em estudos recentes, demonstrou-se a eficácia dos componentes do leite humano na destruição de até 40 tipos distintos de células cancerígenas, incluindo tumores cerebrais e da pele, entre outros. Uma das zonas onde mais foi testada a efetividade deste complexo como tratamento antitumoral foi na bexiga. Os ensaios realizados com pacientes com cancro evidenciaram a redução dos tumores em muito pouco tempo. Após a substituição do tratamento com fármacos atuais pelos componentes do leite humano, foi possível observar, em cinco dias, a eliminação de células tumorais através da urina.
Quanto ao cancro do cólon, a experimentação com ratos constitui a base para futuras investigações. Em laboratório demonstrou-se que os tumores reduzem o seu tamanho a uma média de 60%, aumentando a esperança de vida dos animais em 40 pontos conceituais. Por sua vez, o potencial preventivo do leite humano manifesta-se num menor aparecimento de tumores e metástases nos ratos saudáveis.
Também por detrás do aleitamento materno se escondem benefícios para as próprias mães. Sendo o cancro da mama um dos principais a afetar mulheres em Portugal, torna-se extremamente importante realçar o facto de a amamentação nos primeiros anos de vida dos recém-nascidos reduzir o risco das mulheres desenvolverem este tipo de cancro. A investigação atual evidencia que 12 meses de amamentação estão relacionados com uma redução do risco em cerca de 4,3%, com efeito acumulativo. Desta forma, uma mulher que amamente três filhos, durante dois anos cada um, terá cerca de 25,8% menos de probabilidades de desenvolver cancro da mama.
Futuras investigações irão basear-se nesta premissa para desenvolver fármacos que diminuam o risco de tumores nas pessoas mais vulneráveis ou com mais antecedentes. O objetivo da equipa de Catharina Svanborg é levar a cabo um ensaio clínico a grande escala com uma amostra significativa de pacientes, focando-se naqueles tipos de cancro para os quais ainda não se definiu uma cura totalmente efetiva.
Todas estas diferentes aplicações do leite humano no campo da oncologia mereceram atenção no XII Simpósio Internacional de Aleitamento Materno da Medela, que recentemente decorreu em Florença (Itália). O cancro é a segunda causa de morte em Portugal e a quinta a nível mundial, pelo que a investigação para a sua prevenção e tratamento integram parte da prioridade dos grupos de investigação.
Por Ângela Mata
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