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O movimento #MeToo abala o mundo do Yoga

Rachel Brathen é professora de yoga e tem recolhido histórias através do Instagram.

09 de abril de 2018 às 16:04 Andreia Rodrigues

O mundo está a mudar e muitas pessoas procuram viver de acordo com a chamada "slow life", que defende uma presença na vida mais focada no presente, com menos preocupações, mais paz interior e equilíbrio, e que promove o velho lema "mente sã em corpo são". Não é então por acaso que o Yoga tenha vindo a ganhar, nos últimos anos, cada vez mais praticantes por todo o mundo.

Acontece que nem tudo são rosas (brancas, claro) ou símbolos espirituais na mais holista das modas holísticas. Rachel Brathen, professora de yoga e conhecida no Instagram pelo perfil @yoga_girl, tem chocado o mundo ao revelar histórias de assédio sexual que aconteceram durante aulas de yoga, um pouco por todo o lado. Apoiante do movimento mais falado dos últimos meses, o #MeToo, Rachel tentou perceber se também no mundo do yoga aconteciam casos de assédio. E acontecem.

Para isso, pediu aos seus seguidores no Instagram para partilharem caso tivessem vivido histórias de assédio sexual no yoga. Em entrevista à Elle norte-americana, Rachel Brathen revela que recebeu mais de 400 histórias, "todas horríveis".

"Tive professores a agarrar os meus seios em Shavasana (postura de relaxamento em que o aluno está deitado no chão de barriga para cima), dizendo que estavam a ajudar-me a abrir o meu chakra do coração", lê-se numa das muitas histórias recebidas por Rachel. "Algumas mulheres dizem que receberam ajustes na posição do downward-facing dog por um professor homem que se colocava atrás delas, pressionando os genitais na área do rabo delas", partilha Rachel sobre outras histórias.

Como algumas posições requerem que o instrutor ajude os alunos a ajustar posições e é uma prática tão ligada ao bem-estar e espiritualidade, "é um espaço fácil para um predador se aproveitar", explica.

"Em algo tão sagrado e bonito como é a prática de yoga, simplesmente parte-me o coração", lamenta a professora. Rachel explica ainda que pratica yoga desde que é adolescente e que "transformou completamente a minha vida, curou as minhas dores de costas e deu-me ferramentas para encontrar o balanço e o centro nos altos e baixos da vida".

Rachel Brathen pretende agora ajudar a expor predadores, tendo já recolhido o nome de 35 homens diferentes. Também já conseguiu juntar algumas mulheres que foram abusadas pelos mesmos professores, com as quais tem recolhido provas para poderem avançar para a justiça. De futuro, Rachel pretende continuar a recolher histórias e a ajudar as vítimas destes casos de abuso, defendendo ainda que o yoga deve ser uma prática segura para todos, livre de abusos. "Existem ótimos professores por aí, por isso espero que os possamos elevar e trazer de volta a confiança à prática", conclui.

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