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Na rota do ouro: Marta Onofre

Fomos conhecer e fotografar cinco atletas que integram a delegação portuguesa aos Jogos Olímpicos antes de partirem para do Rio de Janeiro e dedicamos-lhes o artigo Na Rota do Ouro na edição de agosto da revista. No dia em que cada uma delas se estreia na competição recuperamos os seus testemunhos. Hoje é a vez de Marta Onofre (salto com vara).

Marta Onofre - Polo em malha, €59, colar em pele e metal, €79, e sapatos em camurça, €89, tudo Uterqüe. Calças em malha, Diesel (preço sob consulta).
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16 de agosto de 2016 às 16:11 Máxima

Até começou por praticar ginástica, mas foi o salto com vara que levou Marta Onofre à sua primeira participação em Jogos Olímpicos, este ano no Rio de Janeiro. Como gostava de ver atletismo na televisão resolveu experimentar e, como nos explica, no atletismo começa-se por praticar um pouco de tudo até se perceber qual a modalidade para a qual se tem mais potencialidades e, no caso de Marta, eram os saltos (salto em altura, salto em comprimento…). Descobriu que o salto com vara era a modalidade perfeita para si aos 14 anos de idade e daí para cá tem conciliado os treinos com a licenciatura em medicina que concluiu recentemente.

 

O percurso (aos saltos) no atletismo

Comecei o atletismo em 2002, portanto aos 11 anos. Gostava muito de ver na televisão e uma vez partilhei isso com uma amiga que também tinha algum interesse e acabamos por começar as duas no Belenenses. Começámos. Na altura era um bocado mais lúdico do que profissional e o salto com vara só experimentei pela primeira vez aos 14 anos. Gostei bastante, fui eu que pedi para experimentar. Curiosamente, aos 13 já tinha pedido para experimentar e disseram-me que eu não tinha corpo de saltadora com vara e no ano a seguir voltei a pedir a outra pessoa que me disse que sim. Eu só passei a treinar exclusivamente salto com vara aos dezanove, em 2010, e a partir daí a evolução tem sido interessante.

 

Uma vida entre a medicina e o desporto

Nunca deixei de estudar porque na minha cabeça não fazia sentido e até ao ano passado consegui conciliar sempre até ao final da faculdade [medicina]. Neste momento conclui o curso e como era ano de Jogos Olímpicos optei por não avançar já para a especialidade e dar uma oportunidade mais a sério ao salto com vara. Felizmente surtiu efeito, fiz os mínimos para os Jogos. Não sou capaz de ficar inteiramente só dedicada ao desporto, optei por fazer uma pós graduação em medicina desportiva.

Acho que se começar a trabalhar na medicina é quase impossível conseguir conciliar com o meu estilo de treino. Sinto que em termos de disponibilidade mental tenho que estar muito mais descansada para ter bom rendimento nos treinos e quando não tenho isso reflete-se nos resultados. Se calhar conseguiria conciliar, mas a um nível mais baixo do que o que são as minhas expectativas, para isso não vale a pena estar no atletismo. Ou é para estar perto dos 100% ou então prefiro passar a dedicar-me à medicina em exclusivo.

 

Como lidar com a exigente rotina do atletismo

Treino na maioria das vezes da parte da tarde, excepcionalmente podemos fazer um outro treino de manhã até porque as nossas qualificações dos Jogos e do Europeu são da parte da manhã, portanto convém fazer um treino para o corpo estar habituado ao horário. Vou à fisioterapia de manhã, depois vou para casa almoçar, estudar um bocado se tiver de ser, e depois venho treinar por volta da 4:30/5 da tarde até às 8:30. Eu acho que o ideal é descaçar entre 7 a 8:30 horas. Acho que os benefícios e as alegrias que [o desporto] me são superiores aos momentos negros… Consigo ter tempo para estar com amigos, namorado e família. Desde que se tenha disciplina é possível fazer de tudo um pouco.

 

A maior lição da vida em competição

O nosso maior inimigo somos nós próprios e, se formos capazes de lidar com as nossas maiores dificuldades vamos estar prontos para lidar com qualquer dificuldade. Percebemos isso aqui, se calhar não muito facilmente porque temos dificuldade em aceitar ou então achamos que os nossos principais adversários são os outros atletas. Se formos capazes de nos superar sempre é mais de meio caminho andado para termos o sucesso e conseguirmos alcançar os nossos objetivos.

Por: Carolina Carvalho. Fotografia de Gonçalo F. Santos. Realização de Susana Marques Pinto

 

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