Maestrina de fantasia
Enquanto Mickey, Minnie e toda a Disneyland Paris se preparavam para a inauguração da época de Natal (10 de novembro a 6 de janeiro) e se finalizavam os preparativos do novo espetáculo, conseguimos falar com Katy Harris, a Senior Show Director do parque.

A criadora dos espetáculos ao vivo que fascinam o público de todas as idades falou-nos sobre a importância dos contos de fadas e os seus cativantes projetos deste Natal.
O que é que podemos encontrar na Disney de Paris neste Natal?
Este ano, o Natal Encantado vai ser mais mágico do que nunca. Temos um espetáculo no castelo que se chama Disney Dreams of Christmas e é uma celebração desta época de festas. Estamos muito contentes porque vamos integrar personagens do novo filme Frozen e temos o boneco de neve, Olaf, que é como o anfitrião e leva-nos pelo mundo numa celebração, através dos olhos dele, porque ele tem os olhos de uma criança de cinco anos. Vamos passar por filmes como Fantasia, Mickey e Minnie e o Donald a patinar no gelo, temos o Bambi, uma cena do Frozen em que a Elsa transforma o castelo num castelo de gelo, um coro gigante em que toda a gente vai poder cantar Jingle Bells na sua própria língua. E também temos as personagens do Toy Story a fazer a sua versão do bailado O Quebra-Nozes. Acabamos com uma celebração do Natal, obviamente com o Pai Natal, para fechar o espetáculo. E toda esta história é contada através de uma técnica chamada projection mapping no castelo da Bela Adormecida. Temos fogo de artifício, lasers, fontes e luzes por todo o lado.
Como se produz um espetáculo Disney?
Agimos como se fôssemos fazer um filme. Usamos muitos storyboards, pensamos nas personagens que queremos ter, que cenas de filmes queremos partilhar. Temos muitas ideias e depois decidimos quais vão realmente funcionar, quais têm ótimas músicas, como é que podemos ligá-las todas. E quando temos os nossos storyboards decidimos como vamos mostrar. Depois passamos para a fase em que trabalhamos com os colegas no estúdio de animação. Temos os compositores a comporem as músicas, as demo tracks e depois chegamos à fase em que gravamos com a orquestra. Ao mesmo tempo, temos o programador de laser a pensar como pode interpretar o espetáculo. Toda a gente trabalha em mundos paralelos e o meu trabalho é orquestrar toda a gente.
Qual é a sua parte preferida de todo o processo?
Acho que a parte que torna tudo muito real é quando oiço a orquestra. Nessa altura, o espetáculo ganha vida própria, torna-se um elemento vivo.
Quando começa a preparar um espetáculo pensa num público de todas as idades ou principalmente nas crianças?
Tentamos pensar numa audiência familiar. Quando escolhemos as histórias temos o cuidado de escolher histórias que cativem toda a família e acho que os adultos vão ter uma reação ao espetáculo e as crianças vão ter outra, mas há algo para toda a gente.
Os contos de fadas influenciam as crianças e os adultos?
Acho que são essenciais para crescer. Do ponto de vista das crianças, é muito bom ter histórias onde existem personagens bons e malvados e em que o bem ganha ao mal. Pode-se acreditar em fadas madrinhas, no príncipe encantado. E com o crescer acho que é uma maneira simpática de mostrar às crianças que existem todos os tipos de pessoas no mundo. E quando crescemos com eles, como adultos, é fabuloso ler esses contos e fadas porque nos mantêm em contacto com os sentimentos que tínhamos quando os descobrimos. São uma forma fantástica de fugir ao dia a dia e acreditar que se fechar os meus olhos posso estar no tapete voador.
Qual é a sua personagem ou filme favorito da Disney?
O Donald. O meu filme preferido é, provavelmente, A Bela e o Monstro. Foi o primeiro filme musical que saiu quando estava a começar a trabalhar e a música era tão incrível... Vi o filme e pensei: “Oh, meu Deus, isto daria um espetáculo de palco incrível!” E deu!
