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Linda Hamilton, a atriz que repudiou o glamour de Hollywood

O filme que foi mais visto em 1991, Exterminador Implacável 2: O Dia do Julgamento, de James Cameron, não valeu um Óscar à então mulher deste realizador, Linda Hamilton, na pele de Sarah Connor, mas garantiu-lhe um lugar ao sol como ícone de cultura pop.

13 de novembro de 2019 às 07:00 Rita Silva Avelar

A primeira vez que Linda Hamilton interpretou Sarah Connor foi em O Exterminador Implacável, que inaugurou o primeiro filme desta saga, em 1984. Passaram 35 anos e a verdade é que a atriz (1956, Salisbury, EUA) recusou o cinema, renegou o star system e repudiou o glamour de Hollywood no auge da fama, preferindo trabalhar com regularidade em televisão em papéis nem sempre galvanizantes e optando por uma vida recatada fora de Los Angeles e dos olhos do grande público.

Assistir, agora, ao seu regresso glorioso na sequela Exterminador Implacável: Destino Sombrio, de Tim Miller – como Connor e no papel principal, o que é raríssimo nos filmes do género –, recuperando uma personagem icónica, é uma verdadeira prova de fogo. Hamilton não só representa a restituição do lugar das mulheres em filmes de combate ultramasculinos e sem ser em papéis meramente decorativos ou secundários, como, ao mesmo tempo, mostra o direito que assiste a atrizes da sua faixa etária (tem 63 anos) de trabalhar numa indústria que, desde sempre, privilegia a juventude, independentemente dos sexos.

A ideia é graciosamente reforçada pela presença no filme de Arnold Schwarzenegger (no papel de Exterminador), um dos elementos que, em muito, contribuiu para o sucesso do filme e que também ascendeu com o mesmo, nos anos 80, catapultando-o para um primeiro plano e imortalizando a personagem com a frase "I’ll be back". O que, de resto, se tem confirmado. Linda Hamilton desfruta do sossego da sua casa em Nova Orleães, pelo que hesitou muito antes de aceitar voltar a ser Sarah Connor, tal como revelou ao The New York Times, sublinhando que não esperava que o primeiro filme da saga a tivesse catapultado para o sucesso e que este, agora, não repita o feito. Disse àquele jornal: "Eu ia ser uma atriz shakespeariana [estudou com o professor de arte dramática Lee Strasberg] e com O Exterminador Implacável tudo levou uma grande volta."

A atriz não voltou a qualquer produção tão grande quanto a de 1991, relegando-se a projetos mais discretos, como o filme televisivo A Mother'’s Prayer, que lhe valeu uma nomeação para os Globos de Ouro. Num período marcado por remakes e sequelas, além de biografias, Exterminador Implacável: Destino Sombrio brilha pelo elenco privilegiadamente feminino, ao juntar a Hamilton as atrizes Mackenzie Davis e Natalia Reyes. Que não se espere assistir neste filme aos papéis estereotipados das mulheres que só riem, ou que só choram, ou que só gritam. Sarah Connor é uma mulher de armas. And she’s back. Estreia a 31 de outubro.

Ainda em novembro:

Um outro olhar

Entre 30 de outubro e 3 de novembro, a 6.ª edição de Olhares do Mediterrâneo – Women’s Film Festival regressa ao Cinema São Jorge, em Lisboa, com cerca de 50 filmes que espelham a importância do papel feminino na criação cinematográfica. Destaque para a estreia de Paradise Without People, de Francesca Trianni, sobre a maternidade, no auge da crise europeia dos refugiados.

Recordar para sempre

Na mais recente biografia de Manoel de Oliveira, A Morte Não É Prioritária, o escritor e dramaturgo Paulo José Miranda mergulha nas várias vidas dentro da notável vida do realizador que morreu aos 107 anos. O livro, que faz parte do projeto editorial da Contraponto com biografias sobre "grandes figuras da cultura portuguesa", revela curiosidades sobre uma das mais emblemáticas figuras do cinema português.

À francesa

A edição do Porto/Post/Doc que está de regresso ao Porto entre os dias 23 de novembro e 1 de dezembro. Da programação, destacamos a exibição do documentário Oh, les filles! de François Armanet, narrada por Clémence Poésy. Da pop dos anos sessenta aos hinos de género indiferenciado de hoje, dos rebeldes feministas dos anos setenta aos ícones da moda da era das redes sociais, de Françoise Hardy a Christine e The Queens, passando ainda por Vanessa Paradis, Catherine Ringer, Charlotte Gainsbourg e muito mais, Oh, les filles! conta a história não contada das estrelas mulheres de rock francesas.

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