Hello Katy!
Foi mantida longe da cultura pop dominante, mas acabou por não lhe resistir. Com uma carreira que foi do gospel ao provocador, Katy Perry acaba de lançar um álbum que surpreende pelo realismo.
Ela beijou uma rapariga e gostou. E não teve medo de o dizer ao mundo inteiro! Apesar de ter garantido que não escreveu a letra da música I Kissed a Girl (2008) sobre uma experiência ou pessoa em particular, Katy Perry admitiu ousadamente numa entrevista: “É claro que já beijei uma rapariga. Acho que tinha 19 anos. Beijei-a e foi fantástico.” Antes disso, aquele que é considerado o primeiro hit da sua carreira (e também um dos mais conhecidos) já tinha estado no centro da polémica devido à letra irreverente, dividindo as opiniões dos críticos. Se Perry foi acusada de promover a homossexualidade com esse mesmo tema, a música Ur So Gay, lançada poucos meses antes, suscitava as impressões contrárias, tendo sido classificada de homofóbica, “estratégias” que, segundo dizem, exploravam a sexualidade para vender discos.
SABIA QUE...
. O verdadeiro nome da cantora é Katheryn Elizabeth Hudson. Katy Hudson foi o seu primeiro nome artístico, mas mudou-o para não ser confundida com a atriz Kate Hudson.
. Quando era pequena não gostava de gatos mas, um dia, uma gata sem dono entrou pela janela do quarto da cantora, que a adotou e batizou de Kitty Purry.
. Rihanna é uma das melhores amigas de Katy e foi a organizadora da sua despedida de solteira.
. Além de ascendência alemã, irlandesa e inglesa, também tem raízes portuguesas da parte de três trisavós do lado da mãe, que eram originários dos Açores.
. É frequentemente confundida com a atriz Zooey Deschanel.
. A sua cor de cabelo natural é o loiro.
. Os seus pais entraram no videoclip da música Hot N Cold, bem como o ator Jack Nicholson.
. Aos 21 anos teve um casamento falso em Las Vegas com o seu namorado da altura, que serviu de inspiração ao videoclip Waking Up In Vegas.
. Sabe surfar e andar de skate.
. Foi considerada a Mulher Mais Sexy de 2013 pela Men’s Health.
A somar a tudo isto, a sua imagem de sex symbol consolidava-se junto do público, bem como o seu estilo pouco convencional, que se distinguia por ser bem-humorado, extravagante e misturar influências da moda de diferentes décadas. Entre 2007 e 2009, a cantora americana era sobretudo conhecida pelo seu look pin-up, mas foi a partir de 2010 que começou a surgir com roupas em látex, calções curtos e brilhantes, cabelo azul ou cor-de-rosa e vestidos tão inusitados como divertidos, com pipocas, carrosséis, chupa-chupas ou dados incrustados.
Mas Katy Perry nem sempre foi assim tão rebelde e destemida. A sua trajetória de vida, que, de resto, está representada no filme autobiográfico em 3D Katy Perry: Part of Me (2012), teve início em 1984, em Santa Barbara, Califórnia, onde nasceu e foi criada pelos pais, um casal de pastores evangélicos. Devido à educação extremamente religiosa que recebeu, a sua perspetiva da música era, segundo a própria, “fechada e rigorosa”, sempre integrada no âmbito da igreja. Só podia ouvir gospel e estava proibida de ouvir outros estilos musicais, chamados de “seculares” pelos seus pais, que a inscreviam em escolas e acampamentos cristãos. Até aos 17 anos, cantava no coro da igreja, onde foi descoberta por veteranos do country, para quem gravou algumas demos e com quem aprendeu a tocar guitarra e a compor.
Em março de 2001, lançou o primeiro álbum de estúdio de música gospel, intitulado Katy Hudson, que teve as suas vendas canceladas devido ao encerramento da Red Hill Records, produtora responsável pelo lançamento. Pelo meio, a cantora ainda assinou com mais duas produtoras (Island Records e Columbia Records), alterou o seu nome artístico, trabalhou com Glen Ballard (conhecido por também ter sido produtor de Alanis Morissette) e viu mais dois álbuns seus serem cancelados. Mas o percurso de Katy afastava-se cada vez mais dos valores que lhe tinham sido incutidos. Chegou mesmo a admitir que não era uma “cristã típica” e que tinha feito “muitas coisas erradas” na sua adolescência.
Em 2007, assinou finalmente com a Capitol Records e um ano depois lançava o álbum que marcava a sua estreia na indústria da pop, One of The Boys, que produziu os singles I Kissed a Girl, Hot N Cold, Thinking of You e Waking Up In Vegas. Seguiu-se o álbum Teenage Dream (2010), que, depois de lançar os singles California Gurls, Teenage Dream, Firework, E.T. e Last Friday Night, lhe permitiu alcançar o recorde de primeira artista feminina a ter cinco hits de um único disco no número um das tabelas. O seu último álbum, acabadinho de sair, segue uma direção um pouco diferente daquilo a que Perry nos habituou. Com um registo mais sério e genuíno, Prism exprime as batalhas interiores que a cantora enfrentou após se ter separado do ator e humorista Russell Brand e inclui uma música comovente sobre pensamentos suicidas. “Todas as canções representam momentos da vida real. É um álbum autobiográfico. Digo aos meus fãs que, se querem saber a verdade, só têm de ouvir as músicas.”
Katy Perry é uma mulher ocupada, mostrando por diversas vezes que abraçou convictamente a sua condição de celebridade inveterada. Já lançou três fragrâncias: Purr (2010), Meow (2011) e Killer Queen (2013), tem uma boneca Barbie em sua homenagem, participou na versão americana da série infantil de televisão Rua Sésamo, onde cantou ao lado da personagem Elmo (participação essa que também esteve envolta em polémica devido às roupas reduzidas com que Katy se apresentou), e deu voz à personagem Smurfette na adaptação cinematográfica de Os Smurfs. O seu sucesso será mais uma vez assinalado através da atribuição de uma estrela no Passeio da Fama de Hollywood, já em 2014.
