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Fábrica de Sonhos

  Uma monografia celebrando os seus trinta anos de design, a abertura de um restaurante em Paris, um primeiro hotel em Londres na primavera Reencontramos o singular Tom Dixon à volta da sua nova coleção e das suas sempre excêntricas receitas para o sucesso. 

Fábrica de Sonhos
Fábrica de Sonhos
18 de fevereiro de 2014 às 07:00 Máxima

Uma figura longilínea num fato cintado informal em tweed, olhar atento e eloquência verbal, Tom Dixon, de 54 anos, recebe-vos no seu quartel-general de Londres como um artista do NewYork underground na sua Factory. O local? Um antigo entreposto vitoriano nas docas de Portobello, onde os cavalos puxam as barcaças no canal de Grand Union. Por detrás das fachadas industriais em tijolo, um labirinto de peças e grandes vidraças viradas para a água. É aqui que junta o seu estúdio Design Research Studio, um showroom, um tea-room bakery shop, dirigido pela filha Florence, e um dos melhores restaurantes londrinos, The Dock Kitchen, inspirado nos sabores da Índia. Mister Dixon possui o sentido do epicurismo. Mas não só. Para esta figura da cena criativa contemporânea, o local alimenta diariamente as histórias que conta através dos seus objetos. “Este bairro londrino era onde se faziam as trocas comerciais com o resto do mundo. É um lugar que sempre teve uma ligação com a difusão das coisas e das ideias”, como o tempo em que Richard Branson nele instalou o estúdio de registo da Virgin Records, mesmo antes de Tom: “O mundo moderno é constituído pela rede que possuímos, não é verdade?”

Quem é mister Dixon

- 1959 Nasce em Sfax (Tunísia).

- Anos 70 Baixista do grupo Funkapolitan.

- Meados dos anos 80 Descobre uma paixão pela soldagem e cria as suas primeiras peças em metal reciclado que lhe foram compradas por Mario Testino e Patrick Cox.

- 1989 Conhece o italiano Giulio Cappellini que executa a sua S-Chair (posteriormente referenciada entre as coleções do Victoria & Albert Museum e do New York Museum of Art).

- 1998-2008 Diretor artístico da Habitat.2000 Recebe o título honorífico OBE (Ordem do Império Britânico).

- 2002 Cria o ateliê de confeção e junta os best of design em cobre, crómio e latão, os seus materiais de eleição.

- 2004 Criação do Design Research Studio, encarregue dos seus projetos de arquitetura.

- 2013 Inaugura a sua primeira coleção de moda para a Adidas.

- Primavera de 2014 Abertura de um hotel com 340 quartos, em South Bank, sobre o Tamisa, em Londres.

Histórias que se cruzam, uma excentricidade british que tão bem lhe assenta… Tom Dixon não é um designer como os outros. Autodidata e orgulhoso de o ser, descobre aos 25 anos, na garagem de um amigo, uma paixão pela soldagem e por trabalhar o metal. Ferro, aço, cobre, latão… Ele faz destes materiais um hit absoluto, conferindo-lhe através de uma abordagem táctil uma sofisticação artesanal. “Parto sempre da matéria. Adoro as coisas feitas à mão. A veracidade da nossa vida não é ser monocromática! O que a torna interessante é a diversidade. Temos necessidade de mais humanidade e não apenas de um efeito plástico”, explica. Qual é hoje o seu luxo, após trinta anos de culture design? “A partir do momento em que tenho o meu próprio ateliê de confeção, posso definir livremente o ponto de partida das minhas coleções.” Uma independência que já vem da sua vida como baixista do grupo Funkapolitan: “Tive essa oportunidade extraordinária de me estrear na música na altura em que o rock inglês, graças ao punk, se tornou uma contracultura. Nessa época podíamos rotular-nos de antiestablishment, uma expressão hoje quase anacrónica, já que tudo é permitido! Com o passar dos anos, tomei consciência de que aquilo que faz a diferença é, mais do que um percurso académico clássico, uma atitude, e nisso a minha experiência na música foi decisiva.” E o business Dixon? “Funciona como uma marca de moda, no sentido em que são as ideias criativas que são o motor, embora eu não compare o meu design a nada trendy. Eu não fabrico moda para a casa: aspiro a que o meu design exista para além das tendências.”

 

Independência de pensamento – “é a nossa vantagem sobre os franceses, é que nos estamos verdadeiramente nas tintas para o que os outros pensam” –, espírito curioso, gosto por viajar: “Acabei de vir da Mongólia onde fui defender os savoir-faire artesanais locais…” É, portanto, esse o segredo do sucesso Dixon? “Sempre fui apaixonado pelas ciências, pelos novos métodos de produção e pelas novas tecnologias.” No passado mês de abril, durante o Salone del Mobile, ele escolheu o Museu das Ciências e Tecnologia de Milão para apresentar as suas novidades sob a forma de happening. “Amanhã, os designers já não vão precisar de uma ferramenta tão importante e vão poder produzir, eles próprios, os seus objetos.” Um futuro do digital que, para Tom, será talvez a altura de ver emergir finalmente novas correntes underground

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Evocando a Londres industrial do fim do século XIX com a sua fachada em tijolo, o quartel-general Dixon, antigos entrepostos comerciais, dominando um dos canais das Portobello Docks, um bairro muito na moda.
3 de 6 / Evocando a Londres industrial do fim do século XIX com a sua fachada em tijolo, o quartel-general Dixon, antigos entrepostos comerciais, dominando um dos canais das Portobello Docks, um bairro muito na moda.
A mesa inspirada em Tom Dixon, que se estreou como baixista do grupo Funkapolitan, no fim dos anos 70. Ocasião de mostrar as suas novas coleções de arte da mesa que misturam cobre, aço e latão. Cadeiras Peg e Lustre Void. Ao fundo, luminária Mirror Ball e cabides Peg, de best of.
4 de 6 / A mesa inspirada em Tom Dixon, que se estreou como baixista do grupo Funkapolitan, no fim dos anos 70. Ocasião de mostrar as suas novas coleções de arte da mesa que misturam cobre, aço e latão. Cadeiras Peg e Lustre Void. Ao fundo, luminária Mirror Ball e cabides Peg, de best of.
Paredes do Dock Kitchen, o restaurante de Dixon, e os apliques Cell.
5 de 6 / Paredes do Dock Kitchen, o restaurante de Dixon, e os apliques Cell.
Cadeira Fan e aplique Base em latão escovado.
6 de 6 / Cadeira Fan e aplique Base em latão escovado.
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