Allyson Felix, atleta olímpica: "Quero criar um futuro melhor para a minha filha e para outras mulheres"

Allyson Felix, nascida a 18 de novembro de 1985 em Los Angeles, é uma das mais extraordinárias velocistas americanas e a atleta feminina mais condecorada na história do atletismo olímpico. Com um total impressionante de 11 medalhas olímpicas - 7 de ouro, 3 de prata e 1 de bronze - estabeleceu um novo padrão de excelência. Em 2016, no Rio de Janeiro, Felix fez história ao tornar-se a primeira atleta de atletismo a conquistar seis medalhas de ouro olímpicas ao longo da sua carreira. No entanto, a sua influência vai além das pistas. Em 2019, Felix chamou a atenção para as disparidades raciais nas taxas de mortalidade materna nos Estados Unidos, partilhando a sua própria experiência com o parto. Além disso, destacou as dificuldades enfrentadas pelas mães atletas, denunciando a falta de proteção à maternidade nos contratos, particularmente numa disputa com a Nike que resultou em mudanças nas políticas da empresa. A sua carreira é um testemunho de resistência, talento e ativismo, deixando um legado inigualável no atletismo e na luta por justiça social.

Nos dias que decorrem, é a fundadora da marca Saysh - marca de calçado de alto desempenho - e uma das caras da nova coleção com a ba&sh. A atleta partilha com a Máxima a sua perspetiva sobre a parceria a génese dos ténis SABA e as iniciativas que ambas as marcas estão a implementar para apoiar as mulheres em todos os aspetos das suas vidas. Com um olhar atento ao futuro e uma forte determinação em criar mudanças positivas, Felix revela como a sua experiência pessoal e profissional influenciou esta colaboração significativa.

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A sinergia entre a ba&sh e a Saysh surge como uma aliança inovadora que reflete os valores partilhados por ambas as marcas: empoderamento feminino, inclusão, liderança e empreendedorismo. Fundada pela dupla dinâmica Barbara Boccara e Sharon Krief, a ba&sh conquistou reconhecimento global no setor da moda, enquanto a Saysh, criada pela atleta olímpica Allyson Felix, destaca-se pela sua dedicação à criação de calçado desportivo especificamente pensado para mulheres. Unidas pela paixão em promover a igualdade e o suporte à maternidade, estas marcas lançaram recentemente os ténis SABA, que combinam o estilo sofisticado da ba&sh com a performance inovadora da Saysh. A iniciativa Born to Move não é apenas uma linha de calçado, mas uma celebração da força e resiliência das mulheres em todas as suas facetas. A colaboração destaca-se pelo compromisso com a sustentabilidade, utilizando materiais reciclados e processos de fabrico responsáveis, e pela dedicação à inclusão e ao bem-estar das mulheres.

Poderias falar um pouco mais sobre a colaboração entre a ba&sh e a Saysh? Como surgiu esta parceria e quais são os principais objetivos?

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O percurso da Barbara e da Sharon [as fundadoras da ba&sh] tocou-me profundamente pelo seu empenho na promoção, inovação e inclusão - valores que estão firmemente enraizados no meu espírito. A sua defesa do empoderamento das mulheres, a sua abordagem inovadora como empresárias com a criação da ba&sh e o seu papel como mães e líderes alinham-se perfeitamente com a minha missão de apoiar as mulheres em todos os aspectos das suas vidas. É uma parceria que celebra a força, a resiliência e a beleza das mulheres em todo o lado, encorajando-as a seguir em frente, tanto literal como metaforicamente, com confiança e alegria, e a abraçar todas as facetas das suas vidas - quer como mães, filhas, amigas ou amantes.

Juntámo-nos para criar os ténis SABA, uma criação de edição limitada que incorpora a elegância da ba&sh e a inovação de desempenho da Saysh. O nosso desejo era oferecer uns ténis de estilo de vida que captassem a essência dos anos 90 - a equipa da Saysh tinha um forte desejo de ter este tipo de proporções nos ténis e, do lado da ba&sh, de infundir um estilo dos anos 70 nos materiais, cores e texturas.

Como é que a tua experiência pessoal como atleta olímpica influenciou o design dos ténis SABA? Quais foram os principais desafios que enfrentaste durante este processo?

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O meu irmão e eu começámos a Saysh porque não havia outra empresa de calçado disposta a pagar-me um valor de mercado justo. Sentia-me derrotado, rejeitado e envergonhada por pensar que, após todos estes anos e todas as medalhas, já ninguém via o meu valor. O meu irmão sugeriu que construíssemos a nossa própria marca. Quando o sugeriu, pensei que estava louco, mas à medida que me ia habituando, apercebi-me de que é assim que se cria a mudança, em vez de simplesmente a pedir. Criei a Saysh porque merecia melhor e isso abriu-nos os olhos para a constatação de que todas as mulheres merecem melhor do que aquilo que recebem atualmente das marcas a quem compram ténis de desempenho.

As sapatilhas de desempenho são uma ferramenta vital para o nosso desporto e, ao longo da história, estes ténis foram concebidas com base nos pés dos homens e nos seus corpos. Os pés e os corpos das mulheres são diferentes. O calçado próprio para as mulheres, além de diminuir as lesões, é mais confortável e as mulheres merecem um calçado adequado ao seu corpo.

Começámos por encontrar designers e criadores do sexo feminino. Depois, perguntámos como garantir que não estamos apenas a fazer a mesma coisa que todos os outros já fazem. Depois, pusemos mãos à obra. Criámos algo que é feminino e forte e estamos apenas a começar. Estou entusiasmada com os novos designs que vamos ter ao longo do próximo ano.

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Que iniciativas específicas têm a ba&sh e a Saysh para apoiar as mulheres nas suas vidas profissionais e pessoais? Como é que estas iniciativas foram recebidas pelo público?

A minha filosofia é criar uma mudança positiva no mundo para as mulheres e lutar pela equidade e justiça. Tudo começou quando enfrentei a Nike e lutei para alterar a sua política em matéria de proteção materna. Atualmente, faço parte de alguns conselhos de administração que ajudarão a criar mudanças positivas para as mulheres. Recentemente, estabeleci uma parceria com a Pampers para lançar o primeiro infantário, de que há registo, na Aldeia Olímpica de Paris 2024. O espaço vai ser inaugurado no coração da Praça da Aldeia dos Atletas, um local central para os atletas viverem durante os Jogos.

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Partilhamos [a Saysh e a ba&sh] a crença comum no empoderamento feminino e na importância de apoiar as mulheres em todos os aspectos das suas vidas. É uma parceria que celebra a força, a resiliência e a beleza das mulheres em todo o lado, encorajando-as a seguir em frente, tanto literal como metaforicamente, com confiança e alegria, e a abraçar todas as facetas das suas vidas - quer como mães, filhas, amigas ou amantes.

Podes falar-nos mais sobre a campanha "Born to Move" e o significado do símbolo do infinito presente nos ténis SABA?

A nossa colaboração nasce de uma crença partilhada pela ba&sh e pela Saysh: o movimento é uma linguagem universal e a capacitação das mulheres em momentos cruciais leva-as a mudar o mundo. O design da sola é distintivo, apresentando um oito, o símbolo do infinito que representa não só possibilidades infinitas, mas também a forte ligação entre as nossas duas marcas, Saysh & ba&sh, simbolizando a unidade e a colaboração no centro desta parceria.

A sustentabilidade é um fator importante tanto para a ba&sh como para a Saysh. Quais são as principais práticas sustentáveis implementadas na produção dos ténis SABA?

Os ténis "SABA", são uma fusão única de inovação sustentável e design chique que sintetiza o estilo de vida de uma corredora moderna. Esta nova peça destaca-se não só pela sua estética vanguardista, mas também pelo seu compromisso com a responsabilidade ambiental e o impacto social.

Criadas a pensar no ambiente, as sapatilhas SABA' apresentam uma camurça certificada pelo Leather Working Group (nível GOLD), garantindo assim um processo de fabrico de couro responsável. A parte superior é feita de malha reciclada, promovendo a redução de resíduos e a reutilização de materiais. Da mesma forma, o forro é feito de poliéster reciclado, reduzindo ainda mais a pegada ambiental.

Como vê a evolução do papel das mulheres no desporto e na moda nos próximos anos, especialmente com os próximos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos em Paris?

É um momento muito emocionante para o desporto feminino e a moda será uma grande parte disso, mas estamos no início. Há muito mais para vir e creio que nem sequer podemos imaginar como o desporto feminino será diferente daqui a 10 anos.

De que forma é que a experiência como atleta profissional influenciou a tua opinião sobre a maternidade e a criação de políticas de apoio às mães nos próximos Jogos Olímpicos?

Quero criar um futuro melhor para a minha filha e para outras mulheres e jovens raparigas e acredito que podemos fazer a mudança. Isto é algo que me apaixona e a minha experiência como atleta influenciou muito esta questão.

Quais são as tuas aspirações futuras para a Saysh e para a tua colaboração com a ba&sh? Há novos projectos ou iniciativas que possa partilhar connosco?

Adorei esta parceria e, embora não tenhamos quaisquer anúncios futuros com a ba&sh, estamos muito entusiasmados com o bom desempenho da SABA e espero que isso signifique que possamos colaborar mais no futuro.

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