Annegret Kramp-Karrenbauer (AKK) é a nova presidente da CDU (União Democrata-Cristã), sucedendo a Angela Merkel na liderança dos democratas-cristãos. Depois de 18 anos como líder dos conservadores alemães, os delegados da CDU presentes no congresso que decorre esta sexta-feira e sábado em Hamburgo escolheram a actual secretária-geral do partido, e protegida da chanceler, para continuar a liderar os destinos da principal força política germânica.
Aos 56 anos de idade e depois de ter chefiado, entre 2011 e 2018, o governo regional do pequeno estado do Sarre, Kramp-Karrenbauer assume a liderança da CDU o que, por inerência, faz dela a candidata do partido às próximas eleições federais, previstas para 2021, isto se Merkel não sofrer nenhum contratempo e houver um acto eleitoral antecipado. Tendo ainda em conta que, pese embora a tendência de quebra eleitoral observada nas sondagens, a CDU continua a ser o maior partido alemão, AKK perfila-se para ser a próxima chanceler da Alemanha.

Também conhecida como "mini-Merkel" dada a proximidade à chanceler, AKK recebeu 517 votos contra os 482 conquistados pelo candidato derrotado Friedrich Merz, antigo líder parlamentar do partido e gestor na BlackRock, isto num total de 999 votos validados. Mesmo com um desfecho renhido, esta não deixou de ser uma vitória contundente de AKK, já que perto de um terço dos mil e um delegados com capacidade de voto (296) são oriundos do estado federado da Renânia do Norte-Vestfália, a região de ontde Merz é natural.
Na primeira votação nenhum dos três candidatos obteve a maioria absoluta dos votos, pelo que passaram à segunda ronda apenas os dois mais votados. Na primeira ronda, AKK teve 450 votos, Merz recebeu 392 e Jens Spahn, actual ministro da Saúde, recolheu apenas 157.
Apesar da maior proximidade ideológica entre Merz e Spahn, ambos com um posicionamento mais à direita da CDU e o regresso do partido à sua matriz conservadora, AKK conseguiu obter o apoio necessário à vitória junto dos delegados que na primeira ronda votaram no ministro da Saúde.

Uma "honrada" Merkel despede-se
Antes ainda das votações, a chanceler Angela Merkel dirigiu-se aos conservadores pela última vez enquanto líder da CDU. Numa intervenção em que não conseguiu esconder a emoção, Merkel agradeceu todo o apoio recebido ao longo dos 18 anos passados como presidente dos democratas-cristãos, 13 dos quais acumulando com a chancelaria germânica.
"Foi um grande prazer, foi uma grande honra", declarou Merkel, citada pela agência Reuters, e gerando uma ovação que se prolongou por praticamente 10 minutos. A chanceler defendeu que agora é hora de a CDU não olhar para o passado para para o futuro frisando, porém, que apesar da renovação geracional o partido deve manter os "mesmos valores".

Após três anos em que tem vindo a assistir ao desgaste do seu capital político, sobretudo desde a proclamação da política de portas abertas aos refugiados enunciada em 2015, Angela Merkel fez questão de lembrar que num tempo de grandes mudanças, desde a evolução tecnológica às alterações climáticas e passando pelo desafio à ordem internacional multilateralista, os democratas-cristãos não podem abdicar de "defender a nossa visão liberal, o nosso estilo de vida".
(Notícia em actualização)

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