"A Sexta Extinção"
Falámos com Elizabeth Kolbert a autora do livro vencedor dos Prémios Pulitzer 2015, na categoria não-ficção.

Jornalista no The New Yorker desde 1999, Elizabeth Kolbert decidiu lançar o seu primeiro livro, e foi com ele que venceu na categoria de Não-ficção, dos prestigiados Prémios Pulitzer 2015. As longas viagens que Elizabeth Kolbert fez deram origem a "Sexta Extinção", um livro que retrata os últimos 500 milhões de anos de mudanças na Terra, elevando a questão ambiental da extinção da espécie a um nível de investigação superior às descobertas e conhecimentos científicos. Em "A Sexta Extinção", Kolbert conduz-nos pela evolução das extinções mais graves do planeta e revela como o desaparecimento de várias espécies em todo o mundo está a aniquilar o equilíbrio dos sistemas naturais e a diversidade animal, colocando em perigo a vida na terra e a comprometendo a sobrevivência da humanidade. Falámos com a autora para saber o que a motivou a escrever "A Sexta Extinção".
Como jornalista, porque decidiu especializar-se em questões ambientais e, consequentemente, humanitárias?
Eu acho que acabei por ser conduzida para estas questões porque são enormes. Tanto do mundo natural que já desapareceu, e todos os dias desaparece mais. Eu defendo que esta é a maior preocupação dos nossos tempos.
Quando foi que percebeu que toda a sua extensa pesquisa originaria o livro "A Sexta Extinção" e porque decidiu escrevê-lo?
Eu fiz a pesquisa para o livro. Então o processo tomou outra direção. Eu escrevi o livro porque eu queria levar estas questões a uma audiência maior. Chocou-me ver os cientistas falar da "sexta extinção" mas que nenhum deles estivesse mesmo a par do assunto.
Como foi viajar por todo o mundo (Panamá, Peru, El Valle…) e posteriormente transformar essa realidade em livro?A experiência de viajar pelo mundo foi maravilhosa. Eu fui aos sítios mais extraordinários. Mas o processo de transformar as minhas experiências num livro foi muito difícil. Eu escrevi muitas, muitas páginas que acabaram no lixo.
As pessoas ainda têm esta ideia errónea de que nada está gravemente a mudar no nosso planeta?
Sim, isso é parte do problema. As pessoas não vêem as grandes mudanças que se vão estabelecendo. Eu estou a tentar que mudem a sua perspectiva, o seu quadro de referência.
Como viverá a espécie humana daqui a 50 anos?
Isso é uma excelente pergunta. Eu desejava saber!
De futuro – afinal é à volta dele que tudo gira – pensa em lançar um novo livro?
Neste momento, não tenho planos para um novo livro. Mas esperou dia escrever mais um.
