Exposição única no japão, dedicada à rainha Marie Antoinette
21 de julho de 2016 às 12:55 Máxima
Breguet e Palácio de Versalhes apresentam uma exposição única no japão, dedicada à rainha Marie Antoinette
A exposição intitulada "Marie Antoinette, uma rainha em Versalhes" terá início dia 25 de outubro de 2016 e encerrará no domingo, dia 26 de fevereiro de 2017 na Galeria Mori na Galeria de Artes em Tóquio, Japão.
Quando Abraham-Louis Breguet trocou a sua terra natal, a Suíça por Paris em 1762, não suspeitava que estava prestes a embarcar numa carreira deslumbrante que levaria indiscutivelmente a relojoaria a novas eras. Abade Joseph-François Marie tinha laços estreitos com a corte francesa, permitindo-lhe em pouco tempo cativar um cliente específico, que viria a desempenhar um papel crucial na carreira do jovem relojoeiro e na história de toda a indústria de relojoaria em geral: a Rainha Marie Antoinette de França.
O começo de um vínculo único
Depois de estabelecer a sua oficina no Quai de l'Horloge Paris em 1775, A.-L. Breguet recebeu a sua primeira encomenda da rainha, em 1782, para quem ele criou um relógio com calendário perpétuo. É provável que A-L Breguet tenha sido apresentado à rainha, nesse preciso momento. A Rainha ficou desde logo encantada com as criações magníficas e engenhosas do mestre relojoeiro, tornando-se um dos seus primeiros e mais fiéis admiradores. Sempre à procura de promissoras novas criações, comprou vários relógios do relojoeiro e prontamente expressou o seu entusiasmo na corte francesa e a alguns dos seus convidados, incluindo diplomatas estrangeiros. Dado o contexto de vida da corte na década de 1780, quem poderia ser melhor do que a rainha para estabelecer uma reputação e promover um nome ainda relativamente desconhecido? Até aos seus últimos dias, a rainha demonstrou uma lealdade exemplar à marca e até encomendou um "simples relógio Breguet" de dentro da prisão do templo, onde ela foi mantida em cativeiro em 1792.
Um lendário relógio para a rainha
Aliás, foi para Marie Antoinette que Breguet projetou um relógio que continuaria a ser o mais complicado relógio de pulso já produzido durante quase um século. Tudo começou em 1783, quando A.-L. Breguet recebeu uma encomenda surpreendente de um oficial não identificado da guarda da rainha. A ideia era produzir um relógio para o soberano que incorporava todas as complicações e os desenvolvimentos conhecidos na época. Não foram definidos limites em termos de tempo e custo de produção, e o ouro seria usado para substituir todos os outros materiais sempre que possível. Mais do que apenas uma ordem, isto foi um verdadeiro desafio que Breguet aceitou com muita honra.
No entanto, a rainha nunca teve a oportunidade de admirar o relógio. Só ficou concluído em 1827 – 34 anos após sua morte, 44 anos depois de ter sido encomendado e 4 anos após a morte do próprio A.-L. Breguet.
A extrema complexidade deste relógio e a sua notável história tem cativado o mundo da relojoaria e dos colecionadores por mais de dois séculos. Roubado em 1983 de um museu em Jerusalém e eventualmente realocado em dezembro de 2007, esta obra-prima incontestável da arte relojoeira tem tido uma jornada que é tão enigmática e envolta em mistério, que se tornou um verdadeiro objeto de fascínio.
Em 2005, Nicolas G. Hayek, que adquiriu a Breguet em 1999 como parte do Grupo Swatch, desafiou às suas equipas a reproduzirem de forma idêntica, este relógio de bolso excecional. Recriar um grande número de complicações unicamente com base em alguns documentos provou ser um verdadeiro desafio para os relojoeiros da marca. Os detalhes inferidos a partir de arquivos e desenhos originais, guardados no Museu de Breguet e em outros centros culturais, como o Musée des Arts et Métiers de Paris, eram a única fonte de informação disponível para cada função ou estética. Durante este projeto incrível, Breguet descobriu que o carvalho de Marie Antoinette, árvore favorita da rainha no Palácio de Versalhes, estava doente e prestes a ser cortado. Na tentativa de lhe dar uma segunda vida, decidiu usar a madeira da árvore para a caixa do relógio Marie Antoinette.Versalhes, deu uma parte considerável desta árvore de carvalho à marca de relógios que, em reconhecimento deste presente, escolheu apoiar a propriedade que constitui parte inegável da sua história. Este foi o começo de um novo marco na ligação da Breguet com Versalhes.
O Petit Trianon, imobiliário favorito da rainha
Como parte do seu desejo de contribuir para a preservação do património histórico e cultural europeu, a Breguet decidiu apoiar o Palácio de Versalhes no restauro de uma propriedade que se encontra dentro do palácio, que pertencia a Marie Antoinette e que ela adorava: o Petit Trianon. Mais do que um lugar de residência, este era um local especial, sofisticado, onde a rainha poderia escapar do protocolo cansativo da corte para apreciar os seus passatempos e um estilo de vida mais autêntico. As intervenções da marca permitiram o restauro de uma jóia da arquitetura neoclássica francesa. Todos os recursos decorativos originais foram restaurados, foram feitos ajustamentos museológicos, os apartamentos foram remodelados e todas as instalações técnicas foram revistas. As obras tiveram início em 2007 e chegaram ao fim em setembro de 2008.
Marie Antoinette, uma fonte de inspiração todos os dias
Em homenagem a este prestigiado cliente, a Breguet inspira-se regularmente no mundo da rainha para criar peças excecionais. Por exemplo, em 2009 lançou a linha de alta joalharia "La Rose de la Reine", que é inspirada no famoso quadro Marie Antoinette with the rose pela retratista Elisabeth Vigée-Le Brun. Breguet recriou a famosa rosa que está nas mãos da rainha usando um camaféu, a tradicional arte italiana do Sul de esculpir as diferentes camadas de uma concha com a mão.
Enquanto isso, a coleção "Les volantes de la Reine" presta homenagem aos vestidos usados pela rainha de França. Apresentado pela primeira vez em 2014, a coleção surpreende com a elegância e complexidade das suas formas, que lembram as melhores sedas plissadas e cordões que adornavam os vestidos na época.
O Petit Trianon – o refúgio de paz, no qual a rainha adorava relaxar – também se tornou uma fonte de inspiração para a fabricação. A linha de jóias "Petit Trianon", lançada em 2009, oferece uma simples reinterpretação do tema real que caracteriza o lugar que adorava.