A primeira coisa a pensar quando o desejo diminui é que existe algum problema físico ou que chegou o fim do amor. Mas não é bem assim. A falta de amor-próprio e as circunstâncias da vida podem igualmente perturbar a vontade de sexo. É precisamente destes fatores que falamos com Ana Almeida, psicoterapeuta e diretora da Clínica de Psicologia Psicronos, e Fernando Mesquita, terapeuta especializado em sexologia clínica, que nos deixam algumas sugestões de como atiçar o desejo. Primeiro em si própria e depois no outro.
O PRINCÍPIO E O FIM O desejo começa no cérebro? Fernando Mesquita - Se pegarmos essencialmente nos sentidos, a visão e o olfato são os primordiais na questão do desejo e na vontade de estar com a outra pessoa. E aí tem de haver uma empatia entre ambos e isso é essencialmente cerebral. Ana Almeida - O sexo tem uma dupla porta de entrada. Uma grande pelo cérebro, o desejo. Outra mais pequena, pelo corpo, pois a manipulação dos genitais pode igualmente predispor uma pessoaa para a ação sexual. Quais são os grandes inimigos do desejo? Fernando Mesquita - Uma má autoimagem. As mulheres que não se sentem bem com o próprio corpo tendem a afastar-se dos parceiros. O mesmo pode acontecer com eles quando sofrem de ejaculação precoce, falta de ereção ou outra qualquer dificuldade sexual. Ana Almeida - As relações pouco gratificantes, por exemplo. Quando uma relação sexual é pouco satisfatória gera a expectativa de que a próxima também o seja e isso diminui um pouco o desejo. São as relações gratificantes as impulsionadoras da fantasia e do apetite sexual.
O desejo começa no cérebro?
Fernando Mesquita - Se pegarmos essencialmente nos sentidos, a visão e o olfato são os primordiais na questão do desejo e na vontade de estar com a outra pessoa. E aí tem de haver uma empatia entre ambos e isso é essencialmente cerebral.
Ana Almeida - O sexo tem uma dupla porta de entrada. Uma grande pelo cérebro, o desejo. Outra mais pequena, pelo corpo, pois a manipulação dos genitais pode igualmente predispor uma pessoaa para a ação sexual.
Quais são os grandes inimigos do desejo?
Fernando Mesquita - Uma má autoimagem. As mulheres que não se sentem bem com o próprio corpo tendem a afastar-se dos parceiros. O mesmo pode acontecer com eles quando sofrem de ejaculação precoce, falta de ereção ou outra qualquer dificuldade sexual.
1. Volte a namorar
Se vive com o seu namorado ou marido e a relação já entrou na rotina, voltem a namorar como faziam nos primeiros tempos. Mãos nas mãos, permitam deslumbrar-se com as coisas simples, os gestos carregados de doçura e significado. Por exemplo, surpreendam-se um ao outro com jantares românticos, pequenos passeios, uma ida à discoteca, um programa de fim de semana sozinhos os dois, de preferência longe do local onde vivem.
2. Faça desporto
A atividade física estimula não só bioquimicamente o organismo como também supõe uma maior aceitabilidade com o próprio corpo, que se passa a conhecer cada vez melhor. Por isso, corra, ande de bicicleta, pratique uma atividade no ginásio ou ao ar livre. E convide o seu parceiro a fazer o mesmo!
3. Estimule o seu autoerotismo
Cuide da sua imagem com rigor e dedicação, não só para ir para a rua mas também para estar em casa e ir para a cama. Primeiro para si, para se sentir bonita e sexy, porque se você se sentir sexy os outros também vão achá-la. Neste sentido, em vez de olhar-se no espelho e ver o seu lado menos bom, concentre-se no melhor e otimize-o. Ou seja, procure o seu erotismo. Mas não fique por aqui: vá mais longe e uma vez por mês vista-se como sendo uma sex symbol, fazendo uma espécie de representação interna na fantasia ou na realidade, descobrindo em si própria essas qualidades.
4. Pense no que a faz sentir desejo por ele
Ao longo do dia, sozinha, centre-se em pelo menos três coisas do seu parceiro que a fazem sentir desejo. As mais excitantes! Será a forma como ele a beija ou lhe toca, o jeito como ele olha para si? E convide-o a fazer o mesmo. Mais tarde, ao fim do dia, quando estiverem juntos, conte-lhe tudo e escute o que ele lhe tem a dizer sobre si.
5. Mande-lhe mensagens
Escrever um bilhetinho e deixá-lo no bolso dele ou enviar-lhe várias sms ao longo do dia, ambos com sugestões sobre as fantasias que gostava de experimentar, para que ele vá pensando no que pode vir a acontecer, é um excelente motor do desejo. Ajuda a estimular o apetite não só do seu companheiro mas também o seu.
MAIS >>
6. Diga-lhe o que gosta
Se não diz, ele não adivinha. Exponha as suas preferências em todos os sentidos, desde os lugares onde mais gosta de fazer sexo, às posições que mais a excitam e onde mais gosta de ser tocada. Ou seja, guie-o de forma a sentir o máximo de prazer. E deixe-se guiar, convidando-o a exteriorizar as preferências dele. Se a atmosfera envolvente também for importante para si ou para ele – há pessoas que gostam de fazer amor à luz das velas, outras com mais iluminação, por exemplo –, troquem também ideias sobre esse assunto e depois cuidem da caracterização do cenário.
7. Use a imaginação
Se os dois estiverem de acordo, e só neste caso, pois ninguém deve fazer nada contrariado, divirtam-se a brincar – aos médicos e enfermeiras, aos professores e aos polícias –, experimentem novas posições e lugares para fazer sexo e usem brinquedos sexuais, pois tudo isto serve para apimentar a sexualidade. Atualmente, existem inúmeros modelos de sex toys, alguns muito sofisticados, que asseguram uma clara otimização do desejo e do prazer. Enfim, use a imaginação, pois o sexo sempre igual tende a perder o interesse, instalando-se muitas vezes a rotina que mata o próprio desejo.
O LIVRO DE QUE TODA A GENTE FALA No princípio era apenas um, As Cinquenta Sombras de Grey, de E. L. James (Lua de Papel), o livro erótico escrito a pensar nas fantasias femininas. É a história do homem dominador que seduz uma rapariga jovem, transportando-a para um universo de prazer, de algemas e chicotes. Mas logo depois surgiram mais dois títulos, agora fala-se em trilogia. As Cinquenta Sombras Mais Negras e As Cinquenta Sombras Livres, com novos 'episódios' sobre as mesmas personagens. Diz-se que é um sucesso de vendas!
8. Estipule a semana tabu do sexo
Parece um contrassenso, mas não é. Dentro da ideia de que ‘o fruto proibido é sempre o mais apetecido’, estabeleçam uma semana para não terem relações sexuais e em que apenas partilham carícias e beijos. A partir do momento em que é anunciado o interdito, a tendência é a estimulação do desejo. Contudo, não excedam este período de abstinência, se não correm o risco de vos apetecer cada vez menos ter sexo. É que o desejo é alimentado: quanto mais se fantasia, mais se faz, mais prazer se tem e mais vontade tem de se fazer.
9. Descubra o seu próprio corpo
A descoberta do prazer da masturbação pode ser mais um caminho para estimular o desejo. O fim não é atingir o orgasmo, mas descobrir a sensibilidade corporal numa relação de autoerotismo. O prazer da masturbação que, por outro lado, erotiza o corpo. E um corpo erotizado é um corpo com mais desejo, que cativa o olhar do outro. Mas atenção: esta prática quando levada ao limite pode levar uma pessoa a uma posição demasiado presa e não é isso que se pretende.
10. Estimule os sentidos
O desejo individual e o desejo do casal podem ainda ser estimulados com a leitura de literatura erótica. Portanto, experimente mais este caminho para atiçar a vontade de fazer sexo e convide o seu parceiro a fazer o mesmo. E depois troquem ideias sobre o que leram. Ou, se preferirem, leiam em voz alta um para o outro este tipo de histórias. O visionamento de filmes eróticos poderá ser mais uma opção útil a ter em conta.