Fogão gaúcho: o rodízio brasileiro que privilegia a portugalidade
Um rodízio que respeita a tradição gaúcha, mas que lhe acrescenta uma boa dose de nacionalidade, sobretudo porque aposta na carne açoriana.

Quando chegou a Portugal, há 14 anos, o paulista Saulo Cardoso entrou nas cozinhas do grupo Doca de Santo, um dos primeiros a instalar-se na Doca de Santo Amaro, para trabalhar como copeiro – mas rapidamente passou para o cargo de chefe executivo de todo o grupo. Esteve à frente do conceito de pizzas artesanais da Capricciosa, onde esteve alguns anos, ao mesmo tempo que se foi especializando na área ao tirar cursos de cozinha fora de Portugal, em países como Itália. O know-how desses anos e a vontade de ter um negócio próprio levou-o a fundar uma churrascaria moderna com um twist português, após observar que havia pouca inovação neste género de restaurante.
Assim nasce, em 2017, o primeiro espaço do Fogão Gaúcho no Carregado (com 80 lugares), de quem Saulo é sócio com Artur Silva. O conceito é o de um churrasco tradicionalmente gaúcho mas adaptado à modernidade e aos sabores portugueses, apostando na qualidade da carne. Hoje com três moradas – abriu um espaço em Carnaxide (com 150 lugares), em 2018, e mais recentemente em Alverca (com 150 lugares) – o Fogão Gaúcho chega a ter filas de espera à porta de mais de cinquenta pessoas. Afinal, o que é que diferencia este rodízio? "Há uma imagem pejorativa do churrasco gaúcho, as pessoas sentem-se enganadas com a qualidade da carne, bem como da restante comida. E nós seguimos no sentido contrário: qualidade acima de tudo, espaço agradável e com bom gosto, e uma atenção diferente no serviço e na relação com o cliente", explica o proprietário em comunicado de imprensa. Também a decoração segue a mesma autenticidade, já que foi inspirada nas casas tradicionais da zona dos Pampas, de onde é originário o churrasco gaúcho – daí a madeira de pinho ter sido a escolhida para cobrir as paredes e os tectos.

Segundo Saulo, e apesar de neste momento a maioria da carne servida no espeto ser ainda proveniente da América do Sul, da Holanda e da Bélgica, até outubro, o Fogão Gaúcho prevê ter 60% da carne açoriana nesta churrasqueira. "A carne açoriana é mais macia e não tem os mesmos níveis de gordura entranhada, mas tem muito sabor a pasto, é extremamente saborosa."
No menu, existem três tipos de rodízio: o tradicional que conta com doze especialidades de carne, como picanha, cupim, costela gaúcha o rib eye (custa €17,95 ao jantar); e o mini rodízio (com seis carnes, que custa €13,95 ao jantar) e o rodízio de picanha. Há ainda a opção do buffet normal, que inclui tudo o que lá está (custa €9,95). Ao almoço, os preços são os mesmos mas incluem bebida, sobremesa e café. Além das carnes, o buffet inclui todo o tipo de guarnições, desde as mais variadas saladas (de maionese à de polvo), aros de cebola, pão de alho e pão de queijo, batatas, croquetes, coxinhas de frango, beringela recheada, saladas variadas, misto de enchidos, e ainda uma zona de quentes onde há pratos como leitão ou pernas de frango. E, claro, couve mineira, feijão tropeiro e farofa. As sobremesas não ficam atrás na qualidade e há uma obrigatória: uma receita que Saulo trouxe do Brasil, um pavê de amendoim delicioso. A promessa? Daqui, nunca sairá com fome.
Onde? Avenida do Forte,8F, Carnaxide; rua 1.º de Maio, 4, Carregado; rua António Ferreira do Carmo, fracção F,

Alverca do Ribatejo. Quando? De segunda-feira a sexta-feira, das 12h às 15h e das 19h30 às 22h; sábado e domingo das 12h às 15h e das 19h30 às 22h30. Reservas 21 410 1917

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