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Moda / Tendências

Sabato De Sarno diz adeus à Gucci

A Gucci atravessa mais uma mudança na sua direção criativa com a saída do designer italiano, apenas pouco tempo após assumir o cargo. Di Sarno tentou redefinir a identidade da marca, afastando-se da exuberância de Alessandro Michele, mas os desafios comerciais e a pressão por resultados aceleraram a sua partida.

Foto: Getty Images
06 de fevereiro de 2025 às 10:39 Safiya Ayoob

Sabato De Sarno, o talentoso designer italiano, deixou recentemente o cargo de diretor criativo da Gucci, após uma passagem de dois anos pela prestigiada marca. A notícia foi confirmada pela marca, que expressou gratidão pelo seu contributo e anunciou que a próxima coleção será apresentada pela equipa interna de design durante a Semana de Moda de Milão, em fevereiro de 2025.

Nascido em Nápoles, De Sarno iniciou a sua carreira na Prada em 2005, onde começou a moldar a sua visão criativa. Posteriormente, integrou a equipa da Dolce & Gabbana, aprofundando a sua experiência no mundo da Moda italiana. Em 2009, juntou-se à Valentino, local em que ascendeu ao cargo de diretor de Moda, supervisionando as coleções masculinas e femininas e trabalhando de perto com Pierpaolo Piccioli.

A Gucci, antes da entrada de Sabato De Sarno, encontrava-se num ponto de transição significativa. Sob a direção criativa de Alessandro Michele, que esteve à frente da marca de 2015 a 2022, a marca italiana viveu um dos períodos mais marcantes da sua história recente. Michele trouxe uma estética maximalista, romântica e profundamente inspirada pelo vintage, combinando referências barrocas, andróginas e excêntricas. Foi responsável por transformar a Gucci numa potência cultural, associando-a a figuras como Harry Styles e Jared Leto, e criando coleções que misturavam influências renascentistas, punk e boémias.

No entanto, apesar do sucesso criativo e do impacto cultural, nos últimos anos da sua direção, a marca começou a perder o ritmo comercial. O crescimento abrandou, e a Gucci enfrentava desafios para manter a sua posição dominante no setor do luxo, especialmente perante a ascensão de marcas como a Louis Vuitton e a Hermès. Em 2022, quando Michele deixou a marca, a Kering, grupo dono da Gucci, queria renovar a marca e apostar numa visão que equilibrasse criatividade e um apelo mais comercial.

Foi nesse contexto que Sabato De Sarno foi escolhido. A sua missão era refrescar a identidade da Gucci, tornando-a mais sofisticada e contemporânea, afastando-se do maximalismo de Michele e aproximando-se de um luxo discreto e refinado. No entanto, com a recente saída de De Sarno, fica claro que a transição não foi tão bem-sucedida quanto o grupo esperava, e a Gucci volta a enfrentar incertezas sobre o seu futuro criativo. Durante o seu mandato, a Gucci enfrentou desafios significativos, incluindo uma queda de 25% nas receitas no terceiro trimestre, o que levou a uma reavaliação da direção criativa da casa.

A saída de De Sarno marca o fim de uma era breve mas intensa na Gucci. Enquanto a marca se prepara para anunciar uma nova direção artística, o legado de De Sarno permanece como um testemunho da sua dedicação e paixão pela moda italiana.

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