Neo-noir inspira nova coleção Studio da H&M
Angelica Grimborg, Concept Designer da H&M Studio, explica de que forma David Lynch e a década de 50 inspiraram a nova coleção Studio da marca.
De alta qualidade, inovadora e, contudo, acessível. Esta é a proposta da H&M com a sua coleção Studio, lançada duas vezes por ano. Por ocasião do lançamento das peças de outono/inverno 2018, a 6 de setembro, entrevistamos Angelica Grimborg, Concept Designer da H&M Studio. Intitulada Neo Noir Chique, a gama incluirá peças com cortes retos e quadrados e silhuetas estilizadas com um toque nostálgico. A mistura de materiais e detalhes subtis são ingredientes-chave que funcionam tão bem para o público masculino como para o feminino, sendo um excelente exemplo de moda unissexo bem-sucedida.
A principal inspiração chega de Twin Peaks, nome da série de televisão original de 1990, criada por Mark Frost e David Lynch, que acompanhava o percurso do agente do FBI Dale Cooper na investigação do assassinato da estudante Laura Palmer. A sequela combinava elementos clássicos do drama com sonhos sobrenaturais, numa proposta inquietante que conquistou a imaginação do público. As peças da nova coleção da H&M canalizam esta estética e Angelica explicou-nos porquê.


A coleção Studio outono/inverno 2018 da H&M foi inspirada na estética da série de culto dos anos 90, Twin Peaks. Porquê esta série em particular?
Muitos elementos da equipa da H&M Studio estavam a assistir à série e sentimo-nos particularmente inspirados pelos looks icónicos das personagens femininas. Elas vestem-se com uma certa nostalgia suave: a série passa-se no final dos anos 80 e início dos anos 90, mas cada look tem as suas origens numa estética dos anos 50. Isso resultou numa vontade de fazer uma visão contemporânea de um visual dos anos 50 – algo ultrafeminino, mas com elementos roubados ao guarda-roupa masculino.
Também se inspiraram em ícones do cinema dessa década. Quais, especificamente?
Em estrelas de cinema dos anos 50, ícones da década, como Marilyn Monroe ou James Dean. A partir daí decidimos projetar uma versão contemporânea de um visual dos anos 50.
O resultado é uma mistura de peças femininas e clássicos do guarda-roupa masculino. Esta estética unissexo estava no conceito do design da nova coleção?
Para a rapariga da H&M Studio, falamos sempre sobre a ideia de "cool feminino" – resultante do choque entre uma aparência superfeminina, mas com numerosos elementos masculinos. O trench coat é um bom exemplo de uma peça que joga dos dois lados: um trench é um item bastante masculino, mas encurtamos as mangas, diminuímos a cintura e aplicámos um leve revestimento de forma a torná-lo mais atual, conseguindo um resultado bem mais feminino.
Qual é a peça que todas as mulheres podem roubar do guarda-roupa de um homem?
O biker jacket fica sempre bem por cima de um vestido, melhor ainda se tiver um corte sobredimensionado. Eu também sugeriria, talvez, uma camisa e uma malha grossa.
Se pudesse escolher apenas uma peça da coleção, qual seria?
É difícil escolher! Adoro a malha peluda, mas também gosto muito das botas de couro brilhantes e quadradas. Elas emprestam uma dureza contemporânea a qualquer look, mesmo quando se está a usar um delicado vestido rosa com um lenço elegante ao pescoço – a bota faz o look.
