A Max Mara fez as malas com a sua coleção pre-fall 2017 e montou em Xangai um evento onde moda e arte se encontraram num só desfile. Ficámos também a conhecer uma coleção cápsula see now, buy now em colaboração com o artista Liu Wei e as instalações que este criou especialmente para o cenário do evento.
Coleção Cápsula Max Mara: os looks
16 de dezembro de 2016 às 18:37 Máxima
PALAVRA DE ARTISTA
Liu Wei nasceu em 1972 em Pequim, cidade onde vive atualmente. Estudou pintura na China Academy of Art, em Hangzhou, e tem como fonte de inspiração o ambiente de instabilidade e oscilação que tem envolvido o seu país neste século, refletidos na paisagem física e intelectual.
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Quando e como começou esta colaboração?
Fui abordado pelo curador de arte Francesco Bonami e por Mr. Guidotti. Apresentado pelo Sr. Bonami, o Sr. Guidotti visitou o meu estúdio em Pequim e convidou-me para colaborar com a Max Mara.
Como vê esta colaboração com a Max Mara? Mais como uma peça, uma performance ou uma escultura?
É uma mistura de todos, escultural, performativo e teatral, em diferentes momentos. Também é moda, claro, em todos os sentidos da palavra, porque eu presto atenção ao campo especial no qual me estou a aventurar nesta ocasião.
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Qual a relação entre a sua arte e a figura humana?
As pessoas descrevem frequentemente o meu trabalho como abstrato, não-representacional. Acho que se pode dizer que o meu trabalho oferece espaço aos espectadores, no qual entram em negociações com eles próprios.
O que pensa da moda? Como lida com isso?
A exigência da moda, por rapidez e tensão, faz dela uma forma de arte especial. Eu respeito-a e acho-a muito interessante, embora certamente não saiba o suficiente sobre ela.
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Qual a relação entre a sua arte e a cultura chinesa?
Como alguém que nasceu, foi criado e passa a maior parte do seu tempo na China, tenho de criar trabalhos que são descritos como sendo chineses. Penso muitas vezes na cultura tradicional chinesa, mas não penso que é necessário deixar traços óbvios desta em arte que é contemporânea por natureza.
Uma das coisas que liga a sua linguagem à linguagem da moda é o uso de materiais e formas muito diferentes. Concorda?
Incansavelmente fico insatisfeito com formas e materiais existentes, por isso procuro sempre diferentes formas de ir além do que já foi feito.
Incansavelmente fico insatisfeito com formas e materiais existentes, por isso procuro sempre diferentes formas de ir além do que já foi feito.
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Podemos ver vários capítulos diferentes entre os seus trabalhos. Defini-los-ia como "coleções" da mesma forma que um criador de moda vê o seu trabalho?
Não sei o suficiente sobre moda, mas se uma "coleção" é algo que a dada altura expressa e define algo pessoal, e tenta falar sobre algo que é elementar e universal, então acho que há semelhanças entre as duas.
O espaço é muito importante para o seu trabalho. Como é que as suas esculturas refletem isso?
Eu tenho tendência para pensar os meus trabalhos esculturais ou instalações como espaços que ganham forma.
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Qual é o ponto de partida e a inspiração por trás das suas obras?
Varia. Às vezes pode ser algo muito trivial ou pessoal, às vezes podem ser eventos políticos ou sociais. Mas, na maioria dos casos, eventualmente o trabalho acaba longe da ideia inicial e torna-se algo totalmente diferente.
Por Carolina Carvalho
1 de 27 /Ian Griffiths (diretor criativo da Max Mara) e Liu Wei (artista convidado) com as modelos que usam as peças da coleção cápsula
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2 de 27 /Coleção Cápsula Monopolis | Max Mara
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