
Alguns chamam-lhe Mademoiselle C., outros Madame Roitfeld, mas ela prefere Carine. "Há o Karl, o Tom, a Anna, a Kate… Adoro a ideia de haver a Carine. Deixar uma marca é excitante, não é?" A sua marca, ela deixou-a inegavelmente na moda. Papisa do estilo, Carine Roitfeld não para de destilar a sua noção de chique: "Um mix and match inesperado, de proporções bem justas ao corpo e um certo quê de inapropriado!" A sua nova coleção cápsula para a Uniqlo tem estreia marcada para novembro.
Atitude
"Na vida, é tudo uma questão de atitude, não é? A atitude é bem mais importante do que a roupa. Uma boa atitude transmite tudo acerca de nós. Aquilo que vestimos torna-se secundário. Vemos a pessoa e nada
"A atitude nada tem de acessório. É essencial."
mais além da pessoa. A forma de pôr as mãos nos bolsos, de levantar uma gola ou de cruzar as pernas são sinais de atitude. Cultivar uma certa simplicidade transmite igualmente atitude. Eu inspiro-me muito nas bailarinas clássicas. Tento sempre manter-me direita, com a cabeça colocada de forma elegante, ligeiramente inclinada para cima, e olhar as pessoas diretamente nos olhos. Esta atitude dá-me autoconfiança. Permite-me avançar sem temer o olhar dos outros. A atitude nada tem de acessório. É essencial."
Uniqlo
"Esta terceira colaboração é, sem dúvida, a mais bem-sucedida. Seja como for, é a minha preferida! Diverti-me a criar calças compridíssimas, casacos perfeitos em tweed, sobretudos justos ao corpo... O trench-coat em cabedal falso é extraordinário. As peles em pelo falso também: a qualidade e os acabamentos são impressionantes. A sério, estou muito orgulhosa desta coleção. Toda esta aventura Uniqlo começou graças à mulher de Tadashi Yanai, o fundador da marca. Ela viu o documentário Mademoiselle C. e sugeriu ao marido que me contactasse… E, então, eu fui ter com eles a Tóquio. À primeira vista, esta parceria é audaciosa, quase improvável, mas eu e a equipa Uniqlo partilhamos este gosto pelo perfecionismo, este grande interesse pelos pormenores. Esta colaboração faz sentido. Isso agrada-me. Além disso, Tóquio é uma cidade que me cai bem: é ambígua. É organizada e decadente. Faz-me sentir bem!"
Maria Antonieta
"A edição atual do CR Fashion Book [a revista de Carine] é-lhe inteiramente dedicada. Quis prestar homenagem a esta mulher
fora do normal, ultramoderna, que viveu como uma jovem caprichosa e morreu como uma rainha, ma
"Ela lançou verdadeiramente modas. Podemos mesmo dizer que foi a
primeira fashion victim"
ntendo a dignidade até
ao momento em que pôs o pé no cadafalso. Com os seus carrapitos XXL, corpetes superapertados e gosto por rendas, Maria Antonieta foi, de facto, a primeira trendsetter. Ela lançou verdadeiramente modas. Podemos mesmo dizer que foi a primeira
fashion victim, que Sofia Coppola ilustrou maravilhosamente no seu filme. Esta mulher fascina-me. Gosto de imaginar uma
Maria Antonieta dos tempos modernos através das mulheres de hoje, como Lara Stone, Mariacarla Boscono, Sasha Pivovarova e Rihanna, claro. Esta última adorou a ideia de imediato. Não é de admirar: estes dois ícones, com mais de dois séculos entre si, têm muito em comum."
Karl Lagerfeld
"Ele chama-me Madame Roitfeld. Eu chamo-lhe Karl. Sentimos um belíssimo e profundo respeito um pelo outro. Eu convivo com
o Karl há muito tempo, é verdade, mas só começámos a conhecer-nos realmente depois de eu sair da Vogue. Ele contactou-me para o livro sobre o vestido preto e, desde então, assinámos algumas campanhas publicitárias juntos. Ele é de uma generosidade louca. Trabalhei com ele na coleção cápsula que criou para a H&M em 2004. Ele foi o primeiro designer a colaborar com uma marca de fast fashion e disse-me: ‘Para mim, Madame Roitfeld, é importante ser o primeiro em tudo o que faço.’ Hoje em dia, sou a primeira estilista ou ícone a colaborar com a Uniqlo.
O Karl convidou-me para passar alguns dias na sua casa em Ramatuelle no verão passado. Rimo-nos muito! Todas as noites, tínhamos o mesmo ritual: passávamos no Sénéquier para beber um último copo à hora de fecho. Além disso, ele apresentou-me oficialmente a Choupette, e isso significa imenso!"
Nova Iorque
"Esta sessão é um pouco como a história de uma parisiense na Big Apple. Nova Iorque tornou-se uma filha adotiva para mim,
de certo modo. Os meus dois filhos e a minha neta vivem aqui, a redação do CR Fashion Book
"Adoro chegar a Nova Iorque, mas fico sempre feliz por me ir embora.
A minha alma é parisiense!"
fica na Baixa, no bairro de Tribeca. Passo, em média, dez dias por mês em Nova Iorque. Fico sempre hospedada no Greenwich Hotel. Adoro o seu ambiente superacolhedor. Tenho os meus pequenos hábitos: por exemplo, durmo sempre no mesmo quarto e, cúmulo do luxo em Nova Iorque, vou a pé para o escritório. Trabalhar em Nova Iorque é uma sorte, realmente. É onde estão as modelos do momento, fotógrafos, maquilhadores, estúdios… Tudo está no seu lugar e tudo é possível. É genial… e stressante. Esta cidade nunca para de trabalhar: é sempre work, work, work! Apesar de ser uma trabalhadora feroz, preciso de calma e de pausas. Adoro chegar a Nova Iorque, mas fico sempre feliz por me ir embora. A minha alma é parisiense!"
A feminilidade
"Para mim, está diretamente ligada à lingerie. Adoro vestir lingerie bonita. Nada de extravagante ou ordinário: apenas uma lingerie suave e delicada. Em seda. Se pudesse, só vestiria peças Carine Gilson. Todas as suas coleções são incrivelmente requintadas. Uso camisas de noite quase todos os dias. É praticamente uma obsessão. Sinto-me envolta, protegida, feminina. É, sem dúvida, o meu lado Elizabeth Taylor. Só uso soutiens muito decotados para que ninguém, além de mim, consiga vê-los. Gosto que a lingerie permaneça no foro íntimo. É impossível não mencionar a importância capital da opacidade dos collants. É essencial. Gosto de collants de rede, com rendas, monogramados. O meu pequeno luxo? Deitá-los fora ao fim do dia e ter a alegria de vestir uns novos na manhã seguinte."
Boss Lady
"Foi o meu amigo Derek Blasberg quem me deu esta alcunha. É genial, não é? Acho que me fica bem. Adoro a ideia de respeitabilidade e de maturidade que se esconde atrás da palavra lady e, além disso… eu sou uma boss!
"Sou uma Boss Lady benevolente
e tenho orgulho em sê-lo."
E assumida. Dirijo uma equipa pequena, é verdade, mas espero vir a fazê-la crescer através da CR Agency, a agência que criei, que propõe campanhas e outros projetos chave-na-mão às marcas. Adoro a ideia de entregar um produto finalizado e de fazer tudo, desde o casting ao styling, passando pela produção. Como não posso desdobrar-me, aprendi a delegar, a formar os meus assistentes segundo os meus próprios critérios. Poderíamos falar numa CR School. Os meus colaboradores são jovens, curiosos, reativos e apaixonados. A sua energia alimenta-me constantemente. Em troca, eu faço-os crescer. Aconselho-os em relação às campanhas. Sou uma Boss Lady benevolente e tenho orgulho em sê-lo."
Instagram
"Deixei-me prender pelo jogo, apesar de publicar com bastante cautela. Vejo o Instagram como um instrumento de comunicação e descoberta de novos rostos, maquilhadores, artistas… Às vezes, apercebo-me de que passei lá horas, sobretudo entre dois voos. A minha conta é aberta e decidi apostar tudo no jogo e ser transparente: não me passa pela cabeça comprar seguidores, nem mesmo apagar os comentários menos simpáticos. O meu único pecado assumido? Por vezes, uso a aplicação Facetune para atenuar duas ou três rugas. De qualquer maneira, desde que o Tom Ford me disse que não tenho um bom perfil para selfies, decidi deixar de fazê-las. É mais inteligente!"

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