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Celebridades

Brigitte Bardot, as imagens que ninguém viu (1934–2025)

Bardot morre hoje, aos 91 anos, deixando um legado que transcende gerações. A icónica atriz francesa deixa também um novo livro de fotos inéditas - uma obra íntima que celebra a sua vida, o seu estilo e a sua aura inapagável.

Brigitte Bardot, atriz francesa icónica, num momento captado por um fotógrafo
Brigitte Bardot, atriz francesa icónica, num momento captado por um fotógrafo Foto: © Ghislain Dussart
28 de dezembro de 2025 às 12:20 Madalena Haderer

Brigitte Bardot não pertence apenas à história do cinema - pertence ao imaginário coletivo. Ícone absoluto de uma certa ideia de liberdade, a atriz e cantora francesa marcou gerações com uma beleza indomável, uma presença magnética e uma recusa obstinada em viver segundo expectativas alheias. Muito para lá do grande ecrã, Bardot reinventou-se ao abandonar o estrelato no auge da fama para dedicar a sua vida à defesa dos animais, causa que continua a definir o seu legado.

“A sua voz, os seus filmes, a sua glória, a sua generosa paixão pelos animais - Brigitte Bardot personifica uma vida em liberdade”, escreveu Emmanuel Macron, resumindo o sentimento de um país (e de um mundo) que a vê como uma lenda viva do século XX.

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Recorde em imagens a vida de Brigitte Bardot que morreu aos 91 anos

Ainda este ano, Bardot voltou a ser musa e protagonista de dois artefactos culturais que reafirmam a sua força simbólica: um livro e um documentário. Este último, Bardot — não confundir com a mini-série lançada em 2023 — estreou em França a 3 de dezembro e ainda não chegou a Portugal. Já o livro, Brigitte Bardot – Intimate, da Assouline, nasce de um daqueles raros acasos que parecem escritos pelo destino: a descoberta de uma mala repleta de negativos inéditos da atriz, revelando um olhar íntimo e cru sobre a mulher por detrás do mito.

Brigitte Bardot adorava receber e organizar festas na sua casa, La Madrague, onde trouxe os ritmos da bossa nova.
Foto: Ghislain Dussart
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No set de Viva Maria! no México, em 1965.
Foto: Ghislain Dussart
2 de 5 / No set de Viva Maria! no México, em 1965.
Brigitte Bardot e Sami Frey nos anos 1960.
Foto: Ghislain Dussart
3 de 5 / Brigitte Bardot e Sami Frey nos anos 1960.
Um momento de escuta no estúdio de gravação com Claude Bolling.
Foto: Ghislain Dussart
4 de 5 / Um momento de escuta no estúdio de gravação com Claude Bolling.
Brigitte Bardot – Intimate, uma edição da Assouline
5 de 5 / Brigitte Bardot – Intimate, uma edição da Assouline

O autor dessas imagens é o famoso fotógrafo Ghislain Dussart, conhecido como Jicky, e um dos amigos mais próximos da atriz. Dussart conheceu Bardot em 1953, quando visitava a irmã dela, e a partir daí tornou-se seu amigo e fotógrafo pessoal durante mais de uma década, uma relação marcada pela proximidade e pela sensibilidade na captura de momentos descontraídos e privados, tanto nos bastidores de filmagens como na vida pessoal de Bardot, em especial na sua casa, La Madrague, em Saint-Tropez. Jicky morreu em 1996 e foi só recentemente que, no sótão da sua casa, foi encontrada esta mala que encerrava um pequeno tesouro.

Mas nem só de fotografias vive este novo livro da Assouline. Em colaboração com a própria Bardot, o jornalista e escritor francês Fabrice Gaignault constrói uma narrativa sem filtros que dá vida a estas imagens evocativas, enriquecida pelas palavras e reflexões da atriz, que revisitou e comentou cada uma das fotografias, sentada ao seu lado. A sua voz, terna e livre, ecoa nas páginas, acrescentando emoção e sinceridade a este retrato íntimo. Em Brigitte Bardot – Intimate, somos presenteados com momentos da vida glamorosa da atriz, passados nos bastidores de alguns dos seus filmes mais inesquecíveis e que ajudaram a definir o seu legado, ao mesmo tempo que a vemos longe dos holofotes a conviver com amigos, a dançar, a cantar e a cuidar de animais.

Brigitte Bardot fotografada por Jicky Dussart surge espontânea e luminosa num novo livro
Foto: Ghislain Dussart
1 de 4 / Brigitte Bardot fotografada por Jicky Dussart surge espontânea e luminosa num novo livro
Com Patrick Gilles nas Bahamas.
Foto: Ghislain Dussart
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Bardot, o seu amado cão Guapa e o ator francês Sami Frey.
Foto: Ghislain Dussart
3 de 4 / Bardot, o seu amado cão Guapa e o ator francês Sami Frey.
Com uma peruca, no set de O Desprezo em Itália, 1963.
Foto: Ghislain Dussart
4 de 4 / Com uma peruca, no set de O Desprezo em Itália, 1963.

Não deixa de ser curioso que numa fase tão avançada da vida de Bardot surjam, concomitantemente, duas provas documentais da sua vida e obra, ambas de grande intimidade. No documentário, à semelhança do que se passa no livro, Bardot assume um registo confessional, sendo a primeira vez em décadas que fala, de viva voz, para a câmara, sobre os seus sucessos, turbulências e convicções. O filme combina material de arquivo raramente visto, reconstituições, entrevistas com pessoas de seu círculo e imagens íntimas da sua casa, revelando facetas menos conhecidas da atriz. Bardot admite, por exemplo, ter sofrido de depressão e revela que tentou suicidar-se várias vezes. Fala abertamente sobre o impacto da fama, a pressão dos media, a solidão e as feridas emocionais que daí advieram, bem como sobre o seu ativismo pelos direitos dos animais, à medida que foi abandonando o cinema.

Brigitte Bardot – Intimate, o livro, custa 120 euros e está disponível no da editora. É uma edição de capa dura com 272 páginas. Já o documentário Bardot chegou aos cinemas franceses no início deste mês e, apesar de ainda não estar disponível por cá, a plataforma  já o tem no seu catálogo, sendo possível ver o trailer

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