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Está na altura de olhar para o fígado!

Há uma doença com especial prevalência no sexo feminino, que pode ser silenciosa. Saiba qual é e a que deve estar atenta!

09 de setembro de 2022 Máxima

A propósito do Dia Internacional da Colangite Biliar Primária, o especialista e Presidente da Associação Portuguesa para o Estudo do Fígado, José Presa debruça-se sobre o que é, afinal, a doença, como se manifesta e de que formas pode ser diagnosticada. A paciente Marta Silva, de 38 anos, expõe o seu caso e a substancial diferença que um diagnóstico adequado fez na sua vida.


A Colangite Biliar Primária (CBP), em tempos conhecida por cirrose biliar primária, é uma doença crónica que se manifesta pela inflamação nos ductos biliares do fígado, que são lentamente destruídos devido à ação inflamatória e que leva à criação de cicatrizes no fígado (fibrose).


Caso não seja tratada, pode evoluir para doença hepática terminal. Apesar de não se conhecerem as causas exatas da doença, esta resulta, provavelmente, de uma reação autoimune.


No entanto, existem alguns fatores de risco que podem aumentar a probabilidade de desenvolvimento de CBP. Esta patologia é mais comum entre o sexo feminino; em pessoas entre os 40 e os 60 anos; em pessoas com membros da família afetados e em pessoas do Norte da Europa. Além disso, certas infeções, como uma infeção do trato urinário, podem desencadear a CBP. O tabagismo e a exposição a produtos químicos tóxicos também aumentam o risco de desenvolvimento da doença.




Normalmente, a CBP começa de uma forma gradual, sendo que metade das pessoas não apresenta sintomas, numa fase inicial. Posteriormente, os sintomas iniciais mais comuns são comichão, fadiga e boca e olhos secos. Outros problemas, que podem ocorrer meses ou anos depois do surgimento da doença, são o escurecimento da pele, dor abdominal e pequenas manchas amarelas ou brancas sob a pele, ou ao redor dos olhos.

"Comecei com muitas comichões, que pensava que eram normais, mas com o tempo foram ficando cada vez mais intensas, até chegar ao ponto de ter ferida. Neste momento, tenho o corpo com várias marcas na zona das pernas."

Marta Silva



Com o avançar do distúrbio, o doente pode desenvolver icterícia, acumulação de líquido no abdómen ou em outras partes do corpo (ascite) e sangramento interno na parte superior do estômago e do esófago, devido à dilatação das veias (varizes). A osteoporose é outra das complicações da CBP. Apesar de ser mais comum em fases finais da doença, também pode ocorrer inicialmente. Além disso, as pessoas com cirrose apresentam risco aumentado de cancro do fígado (carcinoma hepatocelular).

Esta doença pode ser diagnosticada através de testes de função do fígado anormais, anticorpos antimitocondriais, exames de diagnóstico por imagem e, por fim, a biópsia, que atualmente não é necessária para o diagnóstico, sendo substituída por outros métodos não invasivos.




Normalmente, o médico suspeita deste distúrbio quando o doente apresenta sintomas característicos, no entanto, em 25 por cento dos casos não existe qualquer sintoma e a doença é detetada durante uma avaliação de rotina, pela elevação das análises do fígado, sobretudo da fosfatase alcalina.



"Só fui diagnosticada há cerca de um ano, até descobrirmos o que era ainda demorou bastante tempo."

Marta Silva



A evolução da CBP é geralmente lenta, apesar de a velocidade de progressão variar de pessoa para pessoa. Os sintomas podem não aparecer durante dois anos ou até dez a quinze anos, porém, quando aparecem, a expectativa de vida está encurtada.

Apesar de não existir uma cura conhecida, o tratamento pretende impedir ou retardar a progressão da doença, assim como aliviar os sintomas.



"De vez em quando tenho alguns sentimentos de frustração e injustiça por ter esta doença, mas não é com muita frequência, porque não podemos pensar que os males só acontecem aos outros. Agora tento não pensar nisso. Tento relativizar e abstrair-me."

Marta Silva



É de extrema importância que todas as pessoas consultem o médico com regularidade, com vista a diagnosticar possíveis doenças precocemente. Quanto mais cedo for iniciado o tratamento, menores são as consequências da doença e a necessidade de transplante hepático.



"Isso é meio caminho andado, temos ali alguém que nos apoia, que nos indica um caminho, a quem podemos dizer tudo. Não podemos desistir até termos um diagnóstico."

Marta Silva




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Este conteúdo foi produzido integralmente pela Associação Portuguesa para o Estudo do Fígado.