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Beleza / Wellness

Domínio fitness

Provavelmente não podemos considerar tendência algo que vai no seu 17º ano de existência, mas que é um dos maiores movimentos de fitness da atualidade, não sobram dúvidas. Uma jornalista foi investigar a modalidade que tem gerado tribos urbanas por todo o mundo: o CrossFit.

01 de junho de 2017 às 00:00 Carolina Silva
Greg Glassman diz-lhe alguma coisa? Provavelmente não, talvez nem mesmo se fizer parte dos cerca de quatro milhões de pessoas que praticam CrossFit, autênticas tribos urbanas que se juntam várias vezes por semana para praticar aquela modalidade. Glassman é o homem por detrás desta "febre". Os métodos pouco ortodoxos do CEO e fundador do CrossFit, pouco aceites pelos ginásios "comerciais", levaram a que fundasse o seu próprio negócio, em 2000, apesar das suas raízes terem começado alguns anos antes. Os ginásios afiliados eram 13 em 2005. Hoje, ultrapassam os 13000 em mais de 120 países e têm uma faturação anual de quatro mil milhões de dólares. Qual a razão deste sucesso, interrogamo-nos. A diversidade das rotinas (que mudam diariamente), os resultados ou a sensação de pertença a uma comunidade? Foi o que decidimos comprovar na primeira pessoa, no recém-aberto Matchbox CrossFit, em Lisboa.
Quando experimentamos novas modalidades há a estranha sensação de que quem lá está a treinar encontra-se ao nível dos atletas olímpicos e esta vez não foi exceção: levantamento de (muito) peso, abdominais, pinos com flexões (que provavelmente têm uma nomenclatura técnica distinta) fizeram parte do treino do jovem casal que observei quando me preparava para começar. "Já treinam sozinhos", explicou Nuno Tobias, o Head Coach, quando arregalei os olhos. "Mas a evolução no CrossFit pode ser rápida. Por exemplo se eu perceber que tens força para tal, nesta primeira aula posso pôr-te já a levantar 15 kg." Duvidei secretamente, mas aceitei o desafio. Nas paredes de ardósia, com tempos anotados, desafios e wish lists, observo o treino do dia e desejo que nenhum dos exercícios implique o uso das cordas penduradas do teto, ou das argolas em madeira, ou mesmo dos pneus de trator no chamado playground da box. Cláudia Espírito-Santo, fundadora do Matchbox CrossFit (juntamente com o sócio Frederico Brito), explica que, tal como eu, "99% das pessoas que começam a treinar CrossFit nunca fizeram nada do que lhes aparece no planeamento das aulas. É tudo novo.  Mas a melhor parte são os firsts: o primeiro pino, a primeira elevação, a primeira vez que se faz um PR a sério.  Todos os dias as pessoas superam-se.  Todos os dias alguém sai da box a sentir-se invencível.  E ter a possibilidade de partilhar esse sentimento não tem preço". É este sentimento de pertença e de equipa que distingue o CrossFit, mas os efeitos no corpo não são de ignorar. Cláudia desmistifica que não se trata de um treino para pessoas que já estão numa excelente forma física: "A verdade é que é exatamente o oposto. Mais de metade dos nossos atletas são principiantes. Todos fazem o planeamento, todos evoluem a cada treino e todos saem da box com um sorriso." Foi esse o objetivo quando decidiram abrir a Matcbox CrossFit: construir uma box com uma abordagem totalmente orientada para o cliente, onde o foco é a preparação física geral e não a preparação de atletas. Os treinadores, escolhidos a dedo, "têm uma qualidade que valorizamos muito e que poucas pessoas têm, que é a capacidade para olhar para alguém a executar uma técnica e detetar exatamente onde é que a pessoa está a falhar. Conheço muitos bons treinadores. Conheço poucos bons treinadores que tenham esta capacidade". Sobre os riscos desta modalidade, criticada pela concorrência, os praticantes dão pouca importância. Glassman garantiu em entrevista à CNBC que o risco "é para a indústria e não para o bem-estar das pessoas". E que o digam os profissionais de forças militares e paramilitares que praticam CrossFit como parte do treino de formação, como é o caso de academias de polícia, unidades militares e unidades de operações especiais. Não sendo esse o nosso objetivo, no entanto, é incontornável a energia e sensação de satisfação ao completar um exercício que consideramos "impossível". E sim, assumimos que, a par com a crush que desenvolvemos pela modalidade durante este treino, veio a descoberta de músculos desconhecidos no dia seguinte.

B.I do CrossFit

O que é: Treinos constituídos por movimentos funcionais, constantemente variados, executados em altas intensidades. O treino é baseado em movimentos que são naturais para o ser humano e recorrentes no dia a dia, conjugados sempre de forma diferente e executados na intensidade máxima de cada um.  

Para quem é: Para homens e mulheres de todas as idades. É adaptável à condição física de cada um.

Resultados: Aumento da agilidade, da força e melhoria da forma física no geral.

Onde treinar: Matchbox CrossFit. Rua D. Luís de Noronha, 25-A, Lisboa. www.matchboxcrossfit.com

Preços: A partir de €65/duas vezes por semana

*Originalmente publicado na edição de abril da Máxima (nº343)

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