Are You On The List?
Nova Iorque serviu de cenário e Gisele Bündchen foi a anfitriã. A Máxima esteve presente no lançamento da nova fragrância 212 VIP Rosé de Carolina Herrera. A modelo Ana Sofia assumiu o papel de enviada especial e conta tudo em primeira mão.

No início do ano um inesperado convite foi recebido com um misto de entusiasmo e nervosismo. Afinal, iria conhecer um dos meus ídolos, Gisele Bündchen. Simpática e descontraída, recebeu-me com cumplicidade e um sorriso sincero. Mulher, mãe, esposa, supermodelo, embaixadora da boa vontade do programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente e imagem do novo 212 VIP Rosé de Carolina Herrera. Não consigo evitar pensar que a brasileira é o arquétipo da supermulher moderna. O aroma da sua pele faz-se sentir e, quando lhe pergunto se está a usar o novo 212 VIP Rosé, explica-me que o perfume é uma declaração forte, sensual e doce. “Mas não é aquele doce que não dá!”, diz em tom jocoso enquanto revira os olhos. “É um doce light.”
O PERFUME Carolina Herrera transporta-nos uma vez mais para um ambiente festivo, tão extravagante e original que apenas entra quem está na Guest List. O requisito? Ser uma very interesting people (VIP). O convite é o novo perfume 212 VIP Rose. Com uma abordagem mais fresca e descontraída que o primeiro 212 VIP, o seu sucessor apresenta um trio de notas harmoniosas que fazem adivinhar a magia da festa. A começar pelos acordes de base, a madeira-rainha introduz o elemento de sensualidade amadeirado intenso e quase viciante; para equilibrar, a flor de pessegueiro acrescenta o fator feminino e delicado como nota de coração. A fechar o bouquet, a nota de topo frutada de champanhe rosé atua como prenúncio do acontecimento único em que todos vão querer participar.
Quando lhe pergunto como concilia uma vida tão agitada mantendo o equilíbrio, diz-me simplesmente que “as mulheres são incríveis”. Começou por dar o exemplo mais próximo de si: “A minha mãe é uma santa!” Vânia Nonnenmacher criou seis filhas naquilo que descreve como “caos divertido”. Acrescenta que todas as mulheres têm um lado feminino e masculino: “O segredo é encontrar o ponto médio.” E apesar do amor pelo trabalho, a prioridade é a família. A sua agenda é encaixada nas dos filhos e do marido, não o contrário. Explica este facto com uma espontaneidade incrível: “Os meus filhos não pediram para nascer, essa escolha foi minha. Portanto, a minha responsabilidade é de educar, amar e estar presente. Nunca nada foi tão importante na minha vida! Eles são tudo, a minha luz, depois disso, vem o trabalho.”
A sinceridade é evidente quando dá graças a Deus pela sua liberdade de escolha e reconhece que há 20 anos seria impensável ter esse privilégio: de a cada dia aprender algo novo. Intriga-me como é que duas décadas depois esta top model se mantém no topo. Gisele ri-se: “20 anos! Acredita numa coisa destas?!” Confidencia que na gravação da campanha desta fragrância, as modelos que trabalharam com ela tinham 17 e 19 anos, o que a fez pensar que começou a trabalhar quando elas ainda não tinham nascido, e que o segredo desta longevidade é o facto de se divertir e de não levar tudo a sério. “Num meio em que, a cada seis meses, as tendências mudam, há que perceber que cada pessoa terá uma opinião diferente sobre ti, e se deixares a opinião dos outros definir-te estás acabada. Ao decidirmos como levar a nossa vida não nos deixamos influenciar pelo que A ou B diz sobre nós”, explica. Isso só se consegue sendo uma pessoa verdadeira e livre. Se no início da sua carreira tivesse ligado às opiniões negativas, não teria chegado onde chegou. “Hard work, integridade, compaixão e empatia fazem-te chegar muito longe na vida!” É esta a sua receita para o sucesso. Na agenda, também reserva tempo para a natureza: “É nela e na meditação que vou buscar energia. Naqueles ‘dias tornado’ em que tudo acontece ao mesmo tempo e a exaustão se apodera de nós, o que funciona para mim é poder retirar-me para um lugar sossegado. Para respirar e relativizar. Porque tudo passa. Se dermos energia agitada só potenciamos o tornado, mas se relativizarmos e reconhecermos qual o passo mais construtivo a dar, tudo fica bem.”
Além da moda está entregue de corpo e alma ao Projeto Água Limpa, que começou há sete anos, financiado por si e executado pelo seu pai. Explica que o rio da cidade onde nasceu estava a perder qualidade e que quase não existia água para ser purificada. Durante cinco anos falaram com 147 famílias e plantaram 45 mil árvores nativas, o que fez com que não só os animais voltassem ao lugar como melhorou infinitamente a qualidade da água. Sete anos depois, o próprio governo brasileiro procura aplicar o Projeto Água Limpa nas diversas cidades. Dar e receber é o que me fica desta conversa. A despedida foi com dois abraços, exigência sua. O primeiro, dado por mim, revelou uma falha e foi aí que ela pediu o segundo, para que ficássemos com os corações alinhados. “De coração a coração!”, rematou, com um sorriso.
VEJA A ENTREVISTA COM GISELE BÜNDCHEN, NA PRÓXIMA PÁGINA.
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- Gisele, com esta fragrância estamos On The List?
Você está. Espero que eu também esteja.
- Sabemos que a Gisele é uma super party girl.
Adoro dançar. Acredito que uma festa é feita pelas pessoas que vão connosco. Essa é a ideia de Nova Iorque. Sempre que vamos a um local, encontramos tantos grupos distintos de pessoas, tão diferentes, mas tão interessantes. O que têm em comum é que apesar do sítio de onde venham, qualquer que seja a sua cultura, o seu background, o seu look, todas têm algo realmente autêntico e interessante, algo verdadeiramente divertido e especial. Para mim, VIP é mais isso. O mundo VIP pode ser visto de tantas maneiras. Eu vejo-o como algo muito inspirador. Cada vez que saímos, encontramo-nos com a cidade: vemos artistas, músicos, escritores, pessoas que trabalham em restaurantes… Todos juntos e todos a divertir-se! Temos o DJ, o chef, logo temos… a pessoa que passeia os cães! Sabe? São todas pessoas muito distintas umas das outras. É muito cool… Falo demasiado?! Acabo de responder a dez perguntas numa só! [risos]
- Ouvimos dizer que as gravações da campanha publicitária foram uma grande festa. É verdade?
Foi uma filmagem muito divertida porque o que se passa é que, em 99% das vezes, filmo sozinha e é muito divertido e refrescante filmar com um grupo de pessoas. Havia mulheres de 80 anos (a lendária top model China Machado) e artistas. Estavam também os filhos da Stephanie, os Brant Boys (Harry e Peter Brant II, filhos da top model dos anos 80, Stephanie Seymour). Trouxeram diversão e juventude. Depois, tínhamos alguns modelos (Brahim Zaibat, Jon Kortajarena e Marlon Teixeira) e DJs (Leigh Lezark, das The Misshapes). Foi muito diferente… Toda esta mistura é o que, na minha opinião, faz com que Nova Iorque seja Nova Iorque. Foi como estar num mundo totalmente diferente, com um simples girar da cabeça! Só acontece em Nova Iorque. Foi mesmo divertido, adorei.
- Quais são os elementos-chave de uma grande festa?
Número um, as pessoas, e número dois, a música, pois adoro dançar. Se vou a uma festa, não quero ficar sentada nem um segundo. Não há quem me tire da pista de dança.
- Tem músicas de dança favoritas?
Vão mudando com o tempo, mas devo dizer que sou louca por música dos anos 80. Mas através dos anos, há música diferente que vai aparecendo. Adoro Daft Punk. Também há muitos DJs e a Rihanna é muito cool.
- Se perguntasse aos seus amigos: “Falem-me sobre a Gisele?” O que é que diriam?
Perguntem-lhe a ela, é minha amiga! [Vira-se na direção da sua agente, Anne]
Anne: A Gisele é bastante honesta e direta. [Todos se riem] Ela é muito transparente.
- O que pensa que faz de si uma pessoa muito inspiradora?
Oh meu Deus, não sei… Não me faça essa pergunta! Anne?
Anne: Ela caminha como caminha e fala como fala. É a verdade.
GB: A Anne conhece-me desde os meus 16 anos! Sou como sou…
Anne: Não há fingimentos.
GB: É a transparência. Quando se fala a verdade, é quase como nos sentirmos livres e vivos. Ao fazer isto, permitimos que a outra pessoa seja assim também.
- Qual a festa mais extravagante onde já esteve, nesta cidade?
Harry’s Party, diria que é a festa mais divertida à qual já fui. Todos os meus amigos, os meus melhores amigos… Sabe, mudei-me para Nova Iorque quando tinha 16 anos. Por conseguinte, todos os meus amigos de Nova Iorque vão a esta festa. Agora vivo em Boston e não posso ver as pessoas a toda a hora. Por isso, essa é a melhor oportunidade para ver todos os meus amigos, pôr a conversa em dia, dançar e simplesmente… ser tonta! Posso ser como sou e divertir-me
- Que outras cidades no mundo são para si cidades de festa?
O Brasil é fantástico. Creio que Espanha também é genial. Acho que os espanhóis sabem como fazer a festa. E os brasileiros também. Creio que é muito natural porque acho que eles são muito livres. Para mim, é algo cultural: sentir-se livre e divertir-se…
- Sabemos que mantém uma boa relação com a família de Carolina Herrera. Pode contar-nos algo sobre eles?
Carolina é uma senhora com muita classe. Quando comecei a trabalhar com ela tinha acabado de chegar a Nova Iorque e fazia os seus showrooms. Ela era sempre muito doce: muito latina, muito carinhosa, muito maternal, muito amável. Eu tinha 16 anos, não falava uma palavra de inglês, conheci-a e ela fez-me sentir muito bem-vinda na cidade. A senhora Herrera é maravilhosa e construiu uma família muito bonita, com grandes valores. Admiro-a por isso.
- Quando pensa em Carolina Herrera como marca, qual é a primeira coisa que lhe vem à mente?
Penso em classe, valores, longevidade, qualidade. Penso em chique. Sofisticação. Elegância. Força e poder, mas ao mesmo tempo refinada.
- Como é que incorpora o estilo Carolina Herrera no seu próprio estilo?
Carolina e eu partilhamos valores muito similares. Nas coisas que são importantes para mim: na família, autenticidade, integridade, somos muito similares. Não sou uma party girl que sai todas as noites, mas divirto-me.
- Olhando para trás e para a sua incrível carreira, se tivesse a oportunidade de falar com a Gisele de 16 anos que chegou a Nova Iorque, o que lhe diria?
Se tivesse oportunidade de falar à jovem Gisele aos 16 anos, creio que lhe teria dito para não levar as coisas de forma tão pessoal, que desfrutasse da vida um pouco mais. Que não fosse tão dura consigo própria, que não se julgasse tanto. Que fosse só quem é realmente. Contudo, creio que sempre fui muito responsável na minha vida, mas acredito que tivesse sido mais especial se não tivesse sido tão dura comigo própria. Acho que quando se tem 16 anos, queremos ser tão perfeitas, queremos encaixar e queremos ser todas estas coisas tão diferentes e é somente quando crescemos que nos damos conta que as pessoas que nos julgavam e nos diziam coisas para nos ferir só o faziam porque isso era um reflexo de como se sentiam acerca delas próprias. Agora posso entender isso. O primordial é não tomar nada como pessoal, desfrutar a vida e ser quem nós somos verdadeiramente.
