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Erotismo: Segredos para saber

Descubra a Maleta Vermelha. Marque uma reunião. E explore o mundo que tem pela frente. Sem tabus nem preconceitos, cheio de erotismo e liberdade sexual.

Erotismo: Segredos para saber
Erotismo: Segredos para saber
25 de maio de 2012 às 08:33 Máxima

Quem ouve a Alexandra sabe e sente que se está perante uma daquelas mulheres que percebeu que a vida é para ser vivida por aquilo que tem de bom. Pela positiva. Porquê? “Porque sou mulher e nunca permiti que outras vozes ditassem as minhas ações. Porque sou mãe e quero que os meus filhos sintam essa força. É um poder enorme experienciar isto.”

Foi com esse poder que Alexandra Campos Leal trouxe para Portugal a Maleta Roja. Um projeto que nasceu em Barcelona em 2005 mas não durou muito a passar do formato ibérico a internacional. Hoje são mais de 500 assessoras, mulheres que andam de casa em casa para as famosas reuniões do tuppersexo. Por cá desde 2007, a Maleta Vermelha distribui boas vibrações, como elas gostam de dizer. E sobretudo tem ajudado na quebra de clichés, de paternalismos e vergonhas. Sempre com espírito de missão. “Se tenho a coragem de falar, dar a cara com apoio daqueles cuja opinião me importa, porque não construir um amanhã liberto de preconceito sexual? Porque não fazer a diferença? Não acredito em meias palavras, nem em tabus. Acredito que tudo tem um nome pelo qual deve ser chamado, a bem da compreensão e da informação”, defende.

A maleta entrou na vida de Alexandra porque o que tem de ser tem muita força. Agarrou neste projeto que lhe mudou a vida para poder depois mudar a vida dos outros. “Tive a sorte de incluir toda a família neste ‘barco’ e pedir-lhe ajuda para segurar este leme, por vezes demasiado pesado para mim. Ser mãe de dois pequeninos e possuir um projeto desta envergadura, onde 55 assessoras estão em contacto constante com a direção, não é tarefa fácil.” Mas é com certeza o projeto da sua vida. “Também eu fui tocada por ele, na medida em que me ajudou a compreender melhor o meu divórcio e a construir um novo casamento bastante sólido”, desvenda-nos.

NA CAMA COM...

Para Alexandra Campos Leal não existem must-have do sexo. Existem vontades e o céu é o limite. Eis algumas ideias do que cada mulher deve ter sempre em casa:

- Amor, respeito e companheirismo

- Comunicação

- Produtos que servem para apimentar a relação e zelar pela saúde sexual:

Lubrificante de base aquosa Bolas de Lis (bolas de ginástica vaginal que, quando trabalhadas com regularidade, previnem a incontinência urinária, permitem uma rápida recuperação no pós-parto e aumentam a qualidade do ato sexual, através da tonificação do músculo vaginal)

Estimulante à base de produtos naturais (Volaré é um best of da Maleta Vermelha) para ajudar a tornar as noites mais calorosas e ardentes

“Este livro fez-me rir com gosto.” É assim que começa o prefácio de Júlio Machado Vaz ao livro Segredos da Maleta Vermelha que reúne um conjunto de histórias de mulheres reais. “Se é mulher vai identificar-se. Se é homem vai reconhecer algumas das mulheres da sua vida naquelas linhas”, diz Paula Cosme Pinto, jornalista do Expresso, coautora com Alexandra da obra recentemente lançada pela editora Planeta. “É um livro sem papas na língua, porque o sexo não deve, nem tem de ser um tabu. E não tem de ser um tema maçudo ou cinzento para ser levado a sério. Ideal para ler a dois à noite, no quentinho”, sugere Paula que entrou neste mundo quando fez a Grande Reportagem para a SIC, Donas de Casa Desinibidas, tornando-se ela própria parte deste enredo. É que “mais do que uma história, este livro é um relato muito honesto de vidas reais”. Tanto a da Alexandra como a das mulheres que se têm cruzado no seu percurso, desde as assessoras às clientes. “Eu, como mulher, aprendi muito com estas histórias de vida e dei por mim a pensar que tantas vezes também eu tive as mesmas dúvidas e receios. Acho que qualquer mulher que o leia vai conseguir sentir isso: este é um livro sobre todas nós, mulheres de carne e osso, desejo e coração.”

“Lembro-me de uma”, conta-nos Alexandra, “que até hoje me faz arrepiar e chorar. É a história do encontro num beco sem saída com uma mulher de meia-idade que procurava um vibrador porque o marido não a satisfazia sexualmente, devido à sua condição de ejaculador rápido. Deixo essa para lerem e chorarem comigo”, sugere a autora.

Paula chama-lhe “um livro de lágrimas”. Para um lado ou para o outro. “Chorei literalmente a rir com os relatos, não só das peripécias da Alexandra mas também das muitas mulheres com quem fui falando. Há histórias verdadeiramente hilariantes, como por exemplo a da reunião em que a neta da ‘Avó Maria’ a tenta ajudar a comprar um vibrador porque o avozinho já não dava conta do recado.”

 

Traço típico da Maleta é que não olha a idades, crenças, nem estatutos. “Acima de tudo gostava que descobrissem que o sexo é transversal. A avó gosta, a mãe e a neta também! O mesmo com as dúvidas, as questões e os mitos.” Dúvidas legítimas e normais, como explica o sexólogo Nuno Nodin. “Mesmo que aparentemente sem sentido ou banais, dúvidas são dúvidas e merecem ser ouvidas e esclarecidas. O problema é que muitas vezes as pessoas não se sentem à vontade para falar sobre a sua intimidade com um técnico, ou não sabem onde se dirigir para o fazer. Cada vez menos, mas é ainda uma realidade”, adverte o especialista.

Se estas palavras a tocarem, então aproveite. “Creio que é um livro que, utilizando uma linguagem próxima das pessoas comuns, informa e esclarece acerca de uma realidade que já é a nossa. O país mudou e continua a mudar a sua forma de encarar e viver a sexualidade. O sucesso do projeto Maleta Vermelha, de que fala este livro, é ilustrativo disso mesmo. Demonstra que, por via do contacto próximo com as pessoas, neste caso as mulheres, há abertura e disponibilidade para experimentar, brincar, inovar. O livro tem também o cuidado de incluir apontamentos educativos sobre sexualidade de extremo rigor técnico, mas também traduzidos numa linguagem acessível para o leitor comum”, explica o médico.

Alexandra entrou nesta viagem pelo mundo do erotismo com a ideia fixa de que ia aproveitar para informar, educar, esclarecer. Uma das vertentes que sustenta o êxito da Maleta Vermelha em Portugal. Até o chamam de “serviço social”, pela forma como altera a perceção das pessoas sobre sexo e sexualidade e também como muda práticas sexuais ou inclui outras novas. “A Maleta Vermelha poderia ter ficado pela simples venda de produtos eróticos e não aceitámos isso. Quisemos mais, pedimos mais responsabilidade”, sublinha Alexandra Leal.

A Maleta dá várias sugestões de brinquedos: vibradores, bolas vaginais, dildos, penas, óleos, doces ou amargos. Há de tudo. Mas na base de um bom momento de cama está antes de mais uma boa comunicação. Para o sexólogo, este é o ponto de viragem. “Creio que a melhor estratégia para inovar é a comunicação. Apenas através de uma comunicação clara, sincera, entre os elementos do casal, pode surgir a inovação. Muitas vezes homens e mulheres têm fantasias ou curiosidades sexuais e nunca as chegam a discutir com a pessoa com quem compartilham a sua intimidade, permanecendo sem explorar essas fantasias e curiosidades durante toda a vida. Há que ultrapassar essas barreiras psicológicas. Daí, pode então partir-se para os brinquedos sexuais, se se aplicarem aos desejos do casal.” Paula Cosme Pinto tem a mesma linha de pensamento. “Eu diria que a comunicação sincera falta em muitos casos, seja por receio de desagradar ou de desiludir o outro. Mas a intimidade dentro das quatro paredes de cada um é um mundo complexo: cada casal é um casal. Seja heterossexual ou homossexual.”

Acima de tudo estamos perante um mundo de histórias para encantar. Abra a maleta e descubra. “Um dia, uma assessora minha da Guarda disse-me: ‘Vinde ver a Maleta Vermelha!’ E eu adorei aquela pronúncia. Descobri que somos todas iguais, mas ao mesmo tempo muito diferentes. De uma coisa tenho a certeza: a Maleta Vermelha tem algo para cada uma – para a mulher curiosa, para a atrevida, para a informada, para a mãe, para a filha e para a avó. Somos mulheres a falar com mulheres. Não é o máximo?”

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