Oito mulheres são finalistas ao Man Booker Prize 2019
De um total de 13 finalistas ao mais importante prémio de literatura em língua inglesa este ano oito são do sexo feminino. A lista inclui sobretudo autores britânicos, mas também há nomes conhecidos e premiados como os de Margaret Atwood e Salman Rushdie.

A escritora canadiana Margaret Atwood foi nomeada para o Man Booker Prize por The Testaments, livro sequela de A História de uma Serva, ponto de partida para a série de televisão homónima (The Handmaid’s Tale em inglês). Atwood já foi várias vezes nomeada e venceu o prémio em 2000, com a obra The Blind Assassin e pode agora tornar-se uma das poucas escritoras a ganhar a mais importante distinção da literatura em língua inglesa mais de uma vez.
The Testaments estará disponível nas livrarias a partir de 10 de setembro, caso curioso que impediu o júri de adiantar mais informações acerca do romance. Sabe-se apenas que se passa 15 anos depois do final da distopia A História de uma Serva, além das classificações de "aterrador e empolgante" pela equipa julgadora.
Outro vencedor que pode repetir o feito é Salman Rushdie, que está na lista de candidatos com Quichotte, romance inspirado pela história de Dom Quixote de la Mancha, de Miguel de Cervantes, publicado em agosto do ano passado. Rushdie foi distinguido em 1981 com Os Filhos da Meia-Noite, o seu segundo romance – o mesmo livro também recebeu o Booker of Bookers, em 1993, um galardão criado para distinguir o melhor romance dos primeiros 25 anos do Man Booker Prize.
The 2019 Booker Prize longlist has been announced. Watch what our judges had to say and read more here: https://t.co/BgLFiyaEbc#BookerPrize2019 #FinestFiction pic.twitter.com/gi1Xx6oe8h
"Há aqui nomes familiares, que escrevem no pico da sua força, há jovens escritores com uma imaginação e ousadia excecionais, há um pensamento político incisivo e perspicaz, paz e emoção. E há uma pluralidade que demonstra uma produção literária em inglês empenhada em ser global", declarou Gaby Wood, da Booker Prize Foundation, em comunicado.
Uma lista reduzida de seis finalistas será divulgada a 3 de setembro e o romance vencedor de 2019 será anunciado a 14 de outubro, durante a cerimónia oficial, a ser realizada no Guildhall School of Music & Drama, em Londres. O vencedor deste ano ganhará 50 mil libras, cerca de 55 855 euros. Além do valor monetário, há o reconhecimento internacional. No ano passado, o galardão foi atribuído a Milkman, de Anna Burns, a primeira escritora da Irlanda do Norte a ser distinguida – a obra está a ser editado e será publicada em Portugal ainda este ano, pela Porto Editora. Só na semana seguinte ao anúncio do vencedor de 2018, as vendas do livro aumentaram 880%, de 963 unidades na semana anterior para 9 446 na semana seguinte; e depois mais 99% (9 446 para 18 786) na semana seguinte a essa. Milkman agora é vendido em quase 40 idiomas e Anna Burns está a negociar um filme com a sua história. Além de ganhar o Man Booker Prize, a obra garantiu o Prémio Orwell de ficção política, o Prémio do National Book Critics Circle por ficção e foi selecionado para o Women’s Prize de ficção e o Rathbone Folio Prize em 2019.
Já em maio deste ano foi entregue o Man Booker Prize International, galardão criado para incentivar a publicação e leitura de ficção de qualidade traduzida para a língua inglesa. O vencedor foi Celestial Bodies, de Jokha Alharthi, do Sultanato de Omã, que ficou para história por ser o primeiro livro escrito em língua árabe a vencer, além de Jokha ter sido a primeira escritora de Omã a ser traduzida para inglês.
O Man Booker Prize foi criado em 1969 e atribui o prémio a autores de qualquer nacionalidade que tenham escrito um livro em língua inglesa publicado no Reino Unido.
