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Maestra
A Máxima conversou com L. S. Hilton, a autora da obra 'Maestra', que já está a ser adaptada ao cinema.

Foi o livro sensação da Feira do Livro de Londres em 2015. A história, situada no território do thriller erótico, centra-se em Judith, uma jovem ambiciosa, que concilia o trabalho numa leiloeira com as incursões noturnas como acompanhante e que rapidamente vê a sua vida derivar num mar de excessos, com muito crime e sexo à mistura. A Máxima conversou com L. S. Hilton, a autora da obra que já está a ser adaptada ao cinema.
Maestra tem sido referido como o fenómeno editorial deste verão. Como é que isso a faz sentir?
Lisonjeada, mas também assustada. Os meus livros anteriores passaram despercebidos e eram mais académicos, portanto, na verdade, trata-se de uma grande mudança.
Como é que a história surgiu?
A partir de dois manuscritos, que foram rejeitados. O primeiro era uma tentativa de escrita erótica, feita a partir de um pedido do meu agente. O segundo era um mau romance que comecei a escrever há muitos anos, ao mesmo tempo que estagiava numa leiloeira. Achei que se os juntasse aos dois teria um bom enredo, mas precisava de um protagonista singular.
Sei que frequentou algumas das festas sexuais que descreve no livro. Era importante viver essa experiência?
Do ponto de vista da escrita da história, considero ser muito importante desenvolver uma pesquisa precisa. Foi assim que me vi nessa festa sexual em Paris que, diga-se, não é uma coisa assim tão invulgar. Pelo contrário, movimenta muita gente. Quis, com isso, desafiar os meus próprios preconceitos e possíveis juízos errados.
E no que diz respeito à pesquisa para os momentos de crime?
Também desenvolvi uma pesquisa cuidadosa. Reuni-me com um elemento das Forças Armadas Britânicas para conversar sobre armas, li vários jornais médicos e até tive um voluntário que me deixou arrastá-lo num quarto, de forma a poder imaginar a experiência física de ter de arrastar um corpo. O livro tem um toque ligeiramente fantástico, mas ainda assim creio que as cenas de crime nele descritas são muito plausíveis.
Quais foram as suas inspirações e referências?
Estava interessada em jogar com as características do classic noir, o detetive e a femme fatale. E também me inspirei numa das minhas heroínas literárias favoritas, a Becky Sharpe de William Thackeray.
Ao ler o livro é fácil lembrar O Psicopata Americano, de Brett Easton Ellis. Será a protagonista de Maestra uma versão feminina e atualizada de Patrick Bateman?
Bem, a Judith chega a fazer essa piada, a determinada altura. O Easton Ellis apresentou na altura uma obsessão por marcas como um sinal da psicose dos anos 1990 que, entretanto, entrou no nosso discurso quotidiano. Estava interessada em referenciar isso.
Como é que são as suas rotinas?
Tenho uma vida aborrecida. Levo a minha filha à escola, vou ao ginásio e fico a escrever até à hora de ir buscá-la. Só gosto de escrever na mesa da cozinha e detesto qualquer tipo de barulho ou distrações. Adorava conseguir escrever em aviões ou em cafés, mas a verdade é que estou presa à minha cozinha.
O livro termina com a palavra "Continua". Sabia isto à partida?
Maestra foi concebida desde o início como uma história mais longa e desde o meio do primeiro livro que sei como vai terminar. Acabei agora o segundo volume e estou a escrever em direção a esse final.
Quando será publicado o próximo livro?
Na primavera do próximo ano. Aparecem alguns personagens que já são familiares mas posso dizer que a Judith evolui de formas surpreendentes...
Por Rita Lúcio Martins

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