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Copenhaga: a cidade a conhecer em 2016

Cidade de encantos mil, Copenhaga é um destino que nunca se apresenta como primeira escolha. Grande erro...

EVASÃO Romance a Norte
EVASÃO Romance a Norte
11 de janeiro de 2015 às 07:00 Máxima

MARLENE BIRGER

A mais reputada criadora de moda dinamarquesa dá pelo nome de Malene Birger. Peças essenciais: vestidos glamourosos, tecidos esvoaçantes, românticos, materiais confortáveis, apontamentos étnicos. Roupa para usar todos os dias, com um toque de sofisticação e feminilidade. Boa proporção qualidade/preço. A flagship store, em Copenhaga, é especialmente bonita.

www.bymalenebirger.com

 

ARNEJACOBSEN

Talvez não conheça o nome de Arne Jacobsen, mas é provável que já tenha visto, pelo menos, uma das suas cadeiras famosas. A mais estilizada parece um ovo – chama-se, justamente, egg chair. A outra chama-se ant porque parece uma formiga e é confortabilíssima (e uma das cadeiras mais vendidas do mundo). Jacobsen nasceu no início do século XX e morreu em 1971. É considerado um dos pais do design escandinavo, foi também arquiteto e desenhou têxteis. Assinou peças de linhas irrepreensíveis, com preocupações ergonómicas, que se tornaram clássicos do mobiliário.

KAREN BLIXEN

É verdade que a primeira associação a Karen Blixen é o início de Out of Africa e a voz de Meryl Streep a dizer: “I had a farm in Africa…” Mas antes de ser queniana, Karen Blixen é dinamarquesa e tem uma casa no campo a 20 quilómetros de Copenhaga. Foi aliás nesta casa que viveu até morrer, em 1962, e a que regressou depois de passar 17 anos em África. O que é possível ver? A casa-museu deixa entrever o espírito da escritora, o seu local de trabalho (onde escreveu todos os seus livros famosos), o rasto da paixão e da passagem pelo Quénia. Os jardins circundantes são encantadores. 

www.karen-blixen.dk

MUSEU LOUISIANA

Os mais fanáticos consideram o Louisiana o mais bonito museu do mundo. É uma peça de arquitetura soberba, a um palmo do mar, com árvores frondosas do outro lado da rua. Madeira e vidro são os elementos dominantes do edifício, que acolhe maravilhosas exposições de arte moderna e que tem uma coleção permanente respeitável. Picasso ou Louise Bourgeois fazem parte. Há esculturas de Giacometti ou de Henry Moore a confundir-se com as árvores e os visitantes no jardim. Para chegar lá: o mais fácil é alugar um carro, sair de Copenhaga, avançar pela estrada secundária, espreitar as casas de fim de semana. É muito perto.

www.louisiana.dk

CHRISTIANA

Uma experiência social, um estado independente, e livre de constrangimentos morais e convenções burguesas, Christiania é um bairro que quis ser um mundo à parte. A história começou nos anos 70, com o movimento hippie e inspiração em slogans como peace and love. Mas também drugs and rock and roll. Não foi preciso muito para que a zona de experimentação e o excesso anarquista ficassem associados ao consumo de drogas e a uma certa marginalidade. A recuperação do bairro é relativamente recente. Há cafés, restaurantes e galerias e um ambiente que não se respira em mais nenhum ponto de Copenhaga.

10 TÓPICOS IMPERDÍVEIS EM COPENHAGA

1.  Comer peixes fumados com mostarda, em especial arenque. Têm um sabor intenso, por vezes avinagrado, e são excelentes. As almôndegas são uma espécie de prato nacional. Acompanhar com cerveja, claro. A sede da Carlsberg vê-se de todo o lado.

2.  Italiano para Principiantes é um divertido filme que confirma que os dinamarqueses são os italianos do Norte (ou seja, mais expansivos, afetuosos, sociáveis que os seus vizinhos suecos, finlandeses ou noruegueses). Rodado em 2000, é uma boa introdução ao mundo dinamarquês.

3. Atravessar a Öresund, a ponte que mergulha no mar, e que liga Copenhaga a Malmö, na Suécia. É uma fabulosa obra de engenharia, que tem via para automóveis e para comboio. É a maior da Europa, e um túnel como qualquer outro (não, não se sente que se está debaixo de água). http://uk.oresundsbron.com

4. Comer brunch ao fim de semana num dos muitos cafés da cidade. Entre no Café Stelling, desenhado por Arne Jacobsen nos anos 30. Experimente também o Café Norden, um café de esquina, com sofás e mesas corridas no primeiro andar. Como todos os cafés dinamarqueses, tem espaço, jornais e revistas para ler, mesas com grupos de amigos. Ótimo ambiente.

5. Se se olhar para a história do cinema, aparece nas listas dos melhores filmes de sempre Ordet, do realizador dinamarquês Carl Dreyer. É um filme a preto e branco, sonoro, que trata de um milagre. Encontra-se à venda facilmente. A crentes e não crentes, A Palavra (título português) comove até às lágrimas.

6. Circule de bicicleta. Alugam-se por toda a cidade (é só depositar a moeda e andar). É uma cidade plana, ideal para pedalar e andar a pé. O número de ruas pedonais é considerável, e anda-se mais de bicicleta do que de carro.

7. Hamlet, o príncipe da Dinamarca, imortalizado por Shakespeare na peça homónima, tinha o seu castelo em Elsinore. O castelo é visitável e vale a pena. Fica a norte de Copenhaga. O que se avista das ameias do castelo é deslumbrante.

8. Ir a Copenhaga e não ver a Pequena Sereia é o mesmo que ir a Roma e não ver o Papa. É normal que sinta um certo desapontamento – é especialmente pequena, reclinada sobre um rochedo. Há até quem passe e siga sem dar por ela. Mas outros consideram que a delicadeza da estátua é consentânea com o caráter desamparado da heroína do conto de Hans Christian Andersen.

9. Peter Hoeg e Lars Saabye Christensen são dois dos autores dinamarqueses mais celebrados da sua geração. Peter Hoeg é um fenómeno desde que lançou, nos anos 90, Smilla e os Mistérios da Neve (que vendeu mais de dois milhões de exemplares e foi considerado pela Time livro do ano; Billie August levou-o ao cinema). Ambos estão traduzidos em português.

10. O Rei Cristiano X, reconhecido pela resistência feita aos nazis durante a Segunda Guerra Mundial, é um dos elementos mais estimados (e memoráveis) da família real dinamarquesa. Ao contrário de membros de outras famílias reais, não se exilou durante a guerra, e ficou com o seu povo até ao fim dos seus dias, em 1947. Terá comentado com o seu secretário: “Se os nazis obrigarem os judeus dinamarqueses a usar a estrela de David, todos nós teremos de a usar.” Uma forma de solidariedade com aqueles que seguiam em massa para as câmaras de gás.

Porto Nyhavne, vista do canal.
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Arne Jacobson
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